Durante esta semana e na próxima, este blog trará uma série de análises divididas por temas sobre a Rio 2016. Neste artigo introdutório, a intenção é escrever algumas pílulas sobre o que vi nestes últimos 19 dias, desde a estreia do futebol feminino no dia 3 até a Cerimônia de Encerramento, anteontem.

Acabei assistindo no total a 51 sessões, menos que o programado. Isso se explica primeiro devido a uma forte gripe que me acometeu nos últimos três dias de competição, segundo porque após a derrota para a China no vôlei feminino acabei repassando alguns ingressos de vôlei que eu tinha a fim de evitar deslocamentos entre sedes. Acabei não indo a Deodoro devido à eliminação prematura da seleção brasileira de basquete feminino.

Feito este preâmbulo, algumas observações esparsas, que serão aprofundadas nos próximos dias.

20160811_1555161. Muita gente falou da natação, mas para mim o maior fracasso da participação brasileira nos Jogos Olímpicos, e de longe, foi o basquete. Apenas duas vitórias em dez jogos, jogando em casa, é inaceitável. Fica claro que há problemas de gestão na CBB.

O leitor pode afirmar que do feminino já não se esperava muita coisa, mas levou quase 20 pontos do Japão. Sinceramente, não dá. O corolário disso é que um dos momentos mais emocionantes da participação brasileira – a vitória sobre a Espanha – não adiantou rigorosamente nada.

20160810_2053562. Ainda sobre o basquete, a participação americana foi aquém do que se esperava. Assisti “in loco” a cinco jogos da seleção e ficou claro que jogaram o suficiente para conquistar o ouro sem utilizar todas as reservas de que dispunham.

Para nós torcedores dos Knicks, as participações do lituano Mindaugas Kuzminskis e do espanhol Willy Hernangómez dão esperança de uma boa temporada. Também vale ressaltar o fato de que a camisa da Sérvia pesou na semifinal contra a Austrália.

3. A torcida brasileira do vôlei, decididamente, foi um dos pontos mais negativos de nossa participação. Vou mais além: teve importância decisiva na eliminação do feminino contra a China, pois sua apatia contagiou a equipe. Vale colocar neste balaio o totalmente sem noção animador do Maracanãzinho, que só esfriou uma torcida mais preocupada em tirar selfies e mandar os outros calar a boca que em torcer.

A coisa foi tão séria que na final do masculino foram distribuídos bastonetes com os mascotes Vinícius e Ginga, para ver se melhorava o clima. Realmente, foi bastante complicado. Na final do feminino a torcida chinesa transformou o Maracanãzinho em um caldeirão, o que torna ainda mais ingrata a comparação.

20160821_1301094. Ainda sobre o vôlei, o masculino trouxe o ouro porque tem atacantes espetaculares, pois Bruninho, o levantador, além de previsível oscilou bastante durante a competição. William, seu reserva, sempre que entrou elevou o nível do jogo brasileiro.

Vou mais além: Bruninho só não foi para o banco durante a competição por ser filho do treinador. Ainda bem que ao final deu tudo certo.

20160804_1958365. Acabei utilizando menos o sistema de transporte do que imaginava, porque o shopping Via Parque acabou funcionando como alimentador do Parque Olímpico – apesar de ter majorado de forma absurda o preço do estacionamento. Ainda assim, quando necessitei me utilizar de serviços como o trem, a linha 4 do Metrô e o BRT, fui atendido de forma bastante satisfatória.

6. O sistema de segurança funcionou a contento, ainda que em lugares distantes dos locais de competição. Cheguei em casa em horários muito avançados da madrugada durante vários dias e não tive o menor problema. Também não houve atentados terroristas, nem suspeitas reais disso – o caso da mochila na Arena Carioca 1, onde eu estava, não se enquadra neste.

20160806_1603527. O desempenho do Brasil poderia ter sido melhor, mas 19 medalhas é um número bastante razoável. Os desempenhos aquém do esperado da vela, do vôlei de praia e do judô, três dos carros chefes de nossa delegação, acabaram jogando para baixo nosso desempenho.

Vale ressaltar que tivemos alguns ótimos resultados naquele espectro entre o quarto e o oitavo lugar, o que é um sinal visível de evolução.

8. Em termos gerais, o Rio de Janeiro cumpriu o que se propunha desde o início do processo: entregar jogos honestos, sem grande luxo, e deixar que o calor humano do carioca desse o toque especial nas competições. Foi exatamente isso o que ocorreu – e o contraste neste aspecto com Tóquio será gritante.

20160821_2240279. A Cerimônia de Encerramento, embora inferior à Abertura, teve o mérito de mostrar a diversidade musical brasileira. Também chamou a atenção a opção por sambas de enredo não tão conhecidos como “Macunaíma” (Portela 1975) e “A Criação do Mundo na Tradição Nagô” (Beija Flor 1978).

10. O título conquistado pelo Brasil talvez pode significar o fim do futebol nos Jogos Olímpicos a médio prazo. Era o último grande tabu, que despertava as atenções, e a dificuldade de liberação encontrada por diversas seleções é um indicativo disso.

Bom, durante a semana iremos aprofundar nossas análises.

Imagens: Ouro de Tolo

[related_posts limit=”3″]

18 Replies to “Pílulas Olímpicas”

  1. Muito bom Migão. Concordo contigo sobre a torcida de vôlei. Fui somente em uma sessão no Maracanãzinho e foi a única das arenas q não me senti confortável. Aquele DJ e seu monster block foi de lascar… A Arena do Futuro foi a mais visitada por mim e ali a torcida deu show. No mais, usei transporte durante toda semana q estive no Rio e fui atendida satisfatoriamente. Eu ia todos os dias do Centro até a Barra e foi tranquilo. E no fim tudo deu certo, apesar de alguns problemas, especialmente no 1º dia. Valeu muito a pena. Inesquecível. Que venha Tóquio 2020.

  2. Parabéns pelo post Migao! Sintetizou de modo resumido e coerente boa parte de nossas opiniões. Valeu!

  3. Sobre os serviços públicos de transporte, só ressalto o que vc cansou de escrever: absurdo o fechamento do metrô do Maracanã antes do final das sessões de vôlei. Ao final de todos os jogos tive que me deslocar de táxi para casa (moro perto do Norte Shopping). Gostei muito da Arena do Futuro, cria um clima de caldeirão. Sobre o público do vôlei, estou de pleno acordo. Essa dinâmica de músicas e animação em excesso até aceito no vôlei de praia, mas na quadra é inaceitável. Esses bordões, esses gritos, essa “coxinhização” da torcida enchem o saco desde a Superliga.Em mais de uma vez desestimulei quem estava próximo a mim a cantar o tal “Eu, sou brasileiro…”
    No mais, achei os Jogos Olímpicos espetaculares, não queria que acabassem, estou em depressão profunda e quero ir para Tóquio.
    Parabéns pelo excelente trabalho.

    1. O jogo contra a China foi foda, o time perdeu e a turma descendo rindo a rampa do Maracanãzinho fazendo selfies… Sobre o Metrô, eu avisei

      1. Foi a mesma coisa no 7×1. Tem gente que vai para dizer que foi. Não tá nem aí para o evento em si. Isso estraga o ambiente.

  4. Sobre o vôlei, bom, lá no nosso cercadinho popular, isolados, fizemos nossa parte, no jogo contra EUA no masculino e Rússia no feminino gritamos pra caramba, mas obviamente mal éramos ouvidos pelos outros. Apesar de um vidro que atrapalhava a visão, ficamos de frente para as equipes de transmissão, levando os voluntários a loucura no intervalo invadindo o espaço entre o cercadinho e as equipes, fizemos nossa própria festa, vaiamos saque adversário, então valeu a pena! No vôlei de praia, a passividade da maioria foi realmente irritante, os estrangeiros deram show na animação em relação aos brasileiros, os holandeses então…

    Já Lituânia x Croácia no basquete foi o evento em que percebi, de longe, o público mais elitizado, mesmo no setor popular. Público frio, frio, inclusive os croatas, só os lituanos estavam animados, só não digo que estavam calibrados pq já não tinha mais cerveja na arena…

    A guerra de provocações contra os argentinos nos dois dias de futebol masculino no Engenhão foi espetacular, e em paz, com apenas uma confusão no primeiro dia.

    1. Lembrando que no Engenhão os argentinos depois se dedicaram a xingar o goleiro deles, que levou um frango constrangedor contra Portugal…

  5. as olimpíadas me surpreenderam positivamente. Concordo quanto ao público do vôlei de quadra, de longe o mais fraco. Não fez a diferença em nenhum momento, a sorte (no masculino) é que os italianos pipocaram, e nosso líder Serginho chamava a torcida pro jogo.
    Quanto às arenas, no geral gostei. A visibilidade dos assentos sempre muito boa, conforto, acesso e instalações idem. Apenas achei a Arena do Futuro abafada e com som ruim, e a de Natação, essa sim, achei fraca: Feia por fora, mal decorada por dentro, sistema de som péssimo (á maior parte dos comentários em inglês e com som abafado) e telões que não ajudavam, pois apenas uma parte do público conseguia acompanhar as posições dos atletas.

    1. Eu irei escrever sobre as arenas, mas pelo menos onde estive o Centro Aquático realmente destoava. E a preocupação do Comitê em diminuir os custos com energia acabou deixando as arenas mais quentes que o recomendável, sem ligar o ar condicionado no máximo

  6. Hola Pedro, quiero agradecerte públicamente por todos tus post, definitivamente me hicieron más fácil mi estadía en RIO, lamento no haberte podido conocer en persona.
    Durante mi estadía nao tuve ningun inconveniente con los transportes (eu me alojaba en Barra a 20 minutos a Pie del parque olimpico), la mayoría de los transportes por BRT fueron de manera gratuita desde las EStaciones Centro Olimpico o Moro de Outeiro, sólo tuve que comprar el “bendito” CARTAO una sola vez para tomar la Linea 4 para ir al Beach Voley en Copacabana, el resto de los transportes en BRT fueron gratis (a Deodoro por ejemplo)
    En relación al público Brasilero, es cierto, lo noté un poco frío, se levantaba mucho en las arengas contra los “hermanos” argentinos, pero siempre en paz.
    Les agradezco a todos por hacerme vivir los Juegos olimpicos de manera maravillosa. Viva Brasíl!!!
    Mauro

  7. Adorei os jogos olímpicos, principalmente os jogos de tênis que foram muito bons (uma pena as quedas precoces de Djokovic, Serena e da duplas das irmãs Williams)… além disso, ver in loco a final do futebol no Maracanã será algo que jamais esquecerei!

    Agora, o que jamais esquecerei mesmo é ser assaltado no vagão do trem com faca quando eu ia do Parque Olímpico da Barra para o Maracanãzinho ver Brasil x Argentina no vôlei feminino! Mas como não sou um Lochte, ninguém viu ninguém sabe e a Olimpíada foi super segura!

  8. Migão, concordo com você em várias observações do seu post.
    A torcida de vôlei foi uma vergonha realmente, e no geral é assim quando se trata de seleção. Nos jogos da Superliga a torcida é muito mais animada. Mas infelizmente a galera estudante que vai na SL e que cria várias músicas não tiveram dinheiro pra ir nas Olimpíadas, e aí a galera mais idosa ou riquinha que vai no estádio apenas pra tirar foto só gosta de cantar monster block, terra samba, bará berê e baile de favela, ao invés de xingar o time adversário ou vaiar na hora do saque.
    A minha torcida com os índios do nordeste do OT era a mais animada no Brasil e frança e na final.. Tentei a todo instante levantar a galera, xingava o ngapeth e o le roux direto da primeira fileira. Tanto que eles erraram vários saques.
    Acho que o time masculino através do líder Serginho teve mais essa noção de tentar levantar a torcida que o feminino.
    Não que eu ache que foi isso que fez o feminino perder o jogo. Pois já tinha muito medo do Brasil enfrentar a China, devido à excelente técnica Lan Ping e à rapidez do time. Mas ache que aquele massacre no primeiro set fez o time tirar a mão no saque e em algumas jogadas achando que o segundo set estava ganho, quando estava 21 a 18 e as chinesas viraram em 25 a 22, graças às trocas que a Lan Ping fez com sucesso. Outro ponto que gostaria de mencionar foi que o ZRG fez a besteira de levar a Fabíola sem condições devido à dívida moral com ela e isso nos custou muito nesse jogo. Já que a Dani Lins começou a fazer muitas jogadas previsíveis com as pontas e não aproveitar quase as centrais que estavam mais desmarcadas. E como Fabíola não tinha condições de entrar não havia uma substituta pra fazer a inversão do 5-1 à altura. Poderia ter levado a Roberta que estava em ótima fase no Rexona. O ZRG também demorou a mexer no time e trocar Thaísa por Juciely que é mais rápida e estava em melhores condições físicas, além da Jaque no lugar da Gray pois é bem melhor no quesito recepção e fundo de quadra.Enquanto Garay e Nat Zílio são muito boas no ataque e mais fracas na recepção.
    Já o time masculino e o próprio Bernardinho tiveram que se reinventar. O time é muito raçudo mas não tem a mesma qualidade do time de Atenas 2004 , com Dante, Gustavo, Giba e Ricardinho,entre outros. Mas a liderança do Serginho e a raça dos jogadores fez a diferença. Discordo um pouco de você em relação ao Bruninho. Pode não ser o melhor levantador do mundo, mas desde que ele foi pra Itália que está com um ótimo voleibol e jogando muito bem. Adquiriu a maturidade que faltava, jogando ao lado de jogadores como Ngapeth que é o melhor atacante do mundo e ganhou inúmeros títulos como o título do campeonato italiano, que é o mais disputado no vôlei masculino. Ele em alguns jogos pode não ter sido perfeito, mas o time também carecia de um segundo ponteiro da mesma qualidade do Lucarelli. Infelizmente Murilo desde a cirurgia no ombro não era mais o mesmo e ainda vinha de lesões, e por isso foi cortado. Aí o time ficou sem passe. Destaque no time para os centrais, que atacam bem e o Maurício Souza é um grande bloqueador. Outro destaque para o oposto Wallace que é muito bom, e foi o maior pontuador das Olimpíadas. Por fim, destaco a evolução do Lipe, o qual nunca achei grande jogador, mas que com a sua raça e entrega bloqueou, fez muitos pontos de ataque, foi consistente na defesa e ainda fez pontos de saque e ótimos saques que dificultaram o passe nos times adversários, tomando inclusive a vaga do Maurício Borges na reta final.
    Quanto aos demais esportes, o basquete foi realmente uma vergonha, especialmente o masculino, que tem um bom elenco,mas que era mais inconstante que o Bellucci nos jogos. Ainda mais depois da vitória sobre a Espanha, o fracasso contra Croácia e especialmente Argentina foram vergonhosos, quando se tinha o jogo na mão no último minuto.
    Quanto ao vôlei de praia Talita realmente foi mal durante as Olimpíadas e na semifinal a Larissa também foi, o que fez o time perder. Achei que faltou um pouco de conexão entre as duas. São ótimas jogadoras individualmente, mas juntas não deram tanta liga assim na reta final das Olimpíadas. E conjunto foi o que sobrou em Agatha e Bárbara, que se superaram e venceram a dupla americana na semi. Mas infelizmente na final tomaram um passeio das alemãs. Não sou especialista no vôlei de praia mas a dupla alemã parecia muito superior a elas mesmo, e a Babi errou muito no jogo.
    Já a segunda dupla do Brasil no vôlei de praia masculino parecia muito sem experiência e se continuarem juntos numa próxima olimpíada podem ter um bom resultado, pois estavam sem rodagem,apesar de esforçados.
    Quase não usei transportes públicos, mas no que usei achei de boa qualidade, exceto o problema da linha 2 fechar antes de meia noite em dias de jogo no Maracanazinho.
    As arenas estavam ótimas no geral e mesmo nos lugares mais baratos deu pra ver tudo perfeitamente.
    Destaque para as torcidas do boxe e do handebol, que estavam muito animadas e contagiando os atletas.
    Destaque também para a torcida do basquete masculino e da canoagem, que incentivou muito.
    Destaque negativo de torcida para ginástica artística e vôlei de quadra.
    Um grande destaque de arena para a arena do vôlei de praia, que ficou muito legal.
    E destaque para a torcida do Brasil no jogo de tênia entre Nadal e Bellucci, que realmente incentivou o Bellucci, cantando inclusive algumas musiquinhas, num esporte ao qual o silêncio é exigido. Parecia um estádio de futebol.
    Destaque negativo para as poucas opções de comida e lanche nas arenas, e as grandes filas para comprar qualquer coisa de comida.
    Destaque negativo pro parque olímpico no dia 6 de agosto, devido às enormes filas e fim da comida. Destaque positivo para os food trucks.
    Destaque para a segurança do evento e entorno.
    E destaque também para a excelente abertura, que me comoveu e agradou a todos. O encerramento não foi do mesmo nível, mas representou bem a cultura brasileira e assim o saldo das cerimônias foi positivo.
    Não fui a Deodoro, velódromo e sambódromo, mas as outras arenas que fui estavam muito bonitas e funcionais.
    Só o ar do parque aquático que não estava funcionando bem.
    Achei ruim a estação de trem em frente a Deodoro não estar aberta. Por isso eu e algumasp essoas deixamos de ir ao complexo pelo fato de ter que andar muito, já que estava numa maratona, andando muito todos os dias.
    Ah, um outro destaque são os voluntários, sempre muito simpáticos e solícitos. Assim como os atletas em geral, pois tirei fotos com muitos que foram campeões, tanto brasileiros como estrangeiros.
    Post ótimo como sempre.
    beijos

  9. Migão, concordo com você em várias observações .
    A torcida de vôlei foi uma vergonha realmente, e no geral é assim quando se trata de seleção. Nos jogos da Superliga a torcida é muito mais animada. Mas infelizmente a galera estudante que vai na SL e que cria várias músicas não tiveram dinheiro pra ir nas Olimpíadas, e aí a galera mais idosa ou riquinha que vai no estádio apenas pra tirar foto só gosta de cantar monster block, terra samba, bará berê e baile de favela, ao invés de xingar o time adversário ou vaiar na hora do saque.
    A minha torcida com os índios do nordeste do OT era a mais animada no Brasil e frança e na final.. Tentei a todo instante levantar a galera, xingava o ngapeth e o le roux direto da primeira fileira. Tanto que eles erraram vários saques.
    Acho que o time masculino através do líder Serginho teve mais essa noção de tentar levantar a torcida que o feminino.
    Não que eu ache que foi isso que fez o feminino perder o jogo. Pois já tinha muito medo do Brasil enfrentar a China, devido à excelente técnica Lan Ping e à rapidez do time. Mas ache que aquele massacre no primeiro set fez o time tirar a mão no saque e em algumas jogadas achando que o segundo set estava ganho, quando estava 21 a 18 e as chinesas viraram em 25 a 22, graças às trocas que a Lan Ping fez com sucesso. Outro ponto que gostaria de mencionar foi que o ZRG fez a besteira de levar a Fabíola sem condições devido à dívida moral com ela e isso nos custou muito nesse jogo. Já que a Dani Lins começou a fazer muitas jogadas previsíveis com as pontas e não aproveitar quase as centrais que estavam mais desmarcadas. E como Fabíola não tinha condições de entrar não havia uma substituta pra fazer a inversão do 5-1 à altura. Poderia ter levado a Roberta que estava em ótima fase no Rexona. O ZRG também demorou a mexer no time e trocar Thaísa por Juciely que é mais rápida e estava em melhores condições físicas, além da Jaque no lugar da Gray pois é bem melhor no quesito recepção e fundo de quadra.Enquanto Garay e Nat Zílio são muito boas no ataque e mais fracas na recepção.
    Já o time masculino e o próprio Bernardinho tiveram que se reinventar. O time é muito raçudo mas não tem a mesma qualidade do time de Atenas 2004 , com Dante, Gustavo, Giba e Ricardinho,entre outros. Mas a liderança do Serginho e a raça dos jogadores fez a diferença. Discordo um pouco de você em relação ao Bruninho. Pode não ser o melhor levantador do mundo, mas desde que ele foi pra Itália que está com um ótimo voleibol e jogando muito bem. Adquiriu a maturidade que faltava, jogando ao lado de jogadores como Ngapeth que é o melhor atacante do mundo e ganhou inúmeros títulos como o título do campeonato italiano, que é o mais disputado no vôlei masculino. Ele em alguns jogos pode não ter sido perfeito, mas o time também carecia de um segundo ponteiro da mesma qualidade do Lucarelli. Infelizmente Murilo desde a cirurgia no ombro não era mais o mesmo e ainda vinha de lesões, e por isso foi cortado. Aí o time ficou sem passe. Destaque no time para os centrais, que atacam bem e o Maurício Souza é um grande bloqueador. Outro destaque para o oposto Wallace que é muito bom, e foi o maior pontuador das Olimpíadas. Por fim, destaco a evolução do Lipe, o qual nunca achei grande jogador, mas que com a sua raça e entrega bloqueou, fez muitos pontos de ataque, foi consistente na defesa e ainda fez pontos de saque e ótimos saques que dificultaram o passe nos times adversários, tomando inclusive a vaga do Maurício Borges na reta final.
    Quanto aos demais esportes, o basquete foi realmente uma vergonha, especialmente o masculino, que tem um bom elenco,mas que era mais inconstante que o Bellucci nos jogos. Ainda mais depois da vitória sobre a Espanha, o fracasso contra Croácia e especialmente Argentina foram vergonhosos, quando se tinha o jogo na mão no último minuto.
    Quanto ao vôlei de praia Talita realmente foi mal durante as Olimpíadas e na semifinal a Larissa também foi, o que fez o time perder. Achei que faltou um pouco de conexão entre as duas. São ótimas jogadoras individualmente, mas juntas não deram tanta liga assim na reta final das Olimpíadas. E conjunto foi o que sobrou em Agatha e Bárbara, que se superaram e venceram a dupla americana na semi. Mas infelizmente na final tomaram um passeio das alemãs. Não sou especialista no vôlei de praia mas a dupla alemã parecia muito superior a elas mesmo, e a Babi errou muito no jogo.
    Já a segunda dupla do Brasil no vôlei de praia masculino parecia muito sem experiência e se continuarem juntos numa próxima olimpíada podem ter um bom resultado, pois estavam sem rodagem,apesar de esforçados.
    Quase não usei transportes públicos, mas no que usei achei de boa qualidade, exceto o problema da linha 2 fechar antes de meia noite em dias de jogo no Maracanazinho.
    As arenas estavam ótimas no geral e mesmo nos lugares mais baratos deu pra ver tudo perfeitamente.
    Destaque para as torcidas do boxe e do handebol, que estavam muito animadas e contagiando os atletas.
    Destaque também para a torcida do basquete masculino e da canoagem, que incentivou muito.
    Destaque negativo de torcida para ginástica artística e vôlei de quadra.
    Um grande destaque de arena para a arena do vôlei de praia, que ficou muito legal.
    E destaque para a torcida do Brasil no jogo de tênia entre Nadal e Bellucci, que realmente incentivou o Bellucci, cantando inclusive algumas musiquinhas, num esporte ao qual o silêncio é exigido. Parecia um estádio de futebol.
    Destaque negativo para as poucas opções de comida e lanche nas arenas, e as grandes filas para comprar qualquer coisa de comida.
    Destaque negativo pro parque olímpico no dia 6 de agosto, devido às enormes filas e fim da comida. Destaque positivo para os food trucks.
    Destaque para a segurança do evento e entorno.
    E destaque também para a excelente abertura, que me comoveu e agradou a todos. O encerramento não foi do mesmo nível, mas representou bem a cultura brasileira e assim o saldo das cerimônias foi positivo.
    Não fui a Deodoro, velódromo e sambódromo, mas as outras arenas que fui estavam muito bonitas e funcionais.
    Só o ar do parque aquático que não estava funcionando bem.
    Achei ruim a estação de trem em frente a Deodoro não estar aberta. Por isso eu e algumasp essoas deixamos de ir ao complexo pelo fato de ter que andar muito, já que estava numa maratona, andando muito todos os dias.
    Ah, um outro destaque são os voluntários, sempre muito simpáticos e solícitos. Assim como os atletas em geral, pois tirei fotos com muitos que foram campeões, tanto brasileiros como estrangeiros.
    Post ótimo como sempre.
    beijos

    1. Vanessa, sobre o Bruninho: 95% das bolas que levanta são altas na ponta. Fica fácil para o bloqueio marcar. Essa previsibilidade dele irrita demais este levantador aqui em tempos idos. Por outro lado, é uma análise interessante a sua sobre Brasil e China.

Comments are closed.