(Por Thiago Moreira, trabalhador offshore, tricolor (carioca!) de coração e aficionado por basquete e fatos curiosos do esporte em geral)

Olá!

Está chegando a hora! Agosto se aproxima e com ele a oportunidade única de reunião dos melhores atletas olímpicos em um mesmo local no planeta. Oportunidade que talvez muitos só se darão conta  na hora que o quadro de medalhas sair do zero.

As Olimpíadas estão na porta, os atletas chegando aos montes nos aeroportos e o Rio 2016 começa a fazer parte do cotidiano das pessoas, através de notícias vinda da internet e da mídia televisiva.

O que tinha que ser feito e falado já foi. A Zika lentamente sai de campo e agora entramos na parte prática, com ajustes em instalações, resolução de uns detalhes na Vila Olímpica, finalização de obras nas arenas e etc.

Agora é hora da ação! E como o grande dia da abertura se aproxima, e seguindo o padrão das famosas Trilogias, eu trarei à tona fatos curiosos ou até pouco conhecidos dos leitores das pessoas que terão a responsabilidade de representar o país na parada das nações, famoso desfile dos atletas que ocorre na Abertura de todos Jogos Olímpicos. As vezes eles passam tão rápido que nem acompanhamos direito da TV, porém é baseado em histórias como as deles que tornam esse evento maior do que qualquer outro que já tenha aportado na nossa nação.

Vamos lá então, conhecer um pouco mais de: 

Chelsea FC v Seattle Sounders FCObi Mikel – Futebol – Porta Bandeira Nigéria (foto ao alto)

Atleta de 29 anos. Uma das escolhas mais controversas até o momento quando se trata de Porta bandeiras. Tem uma carreira de sucesso no seu esporte e atua num grande clube de futebol mundial, o Chelsea da Inglaterra. Porém enfrentou algumas críticas inclusive de atletas de seu país, que julgaram a escolha de Segun Toriola, mesatenista que caminha para sua sétima Olimpíada, uma escolha mais “olímpica e sensata”. Além disso, joga em Manaus dia 4 e 7 de Agosto. Esse vai viajar!

https://ingressos.rio2016.com/rio2016.html?affiliate=OGF&doc=sessionDetails&key=1279768$6589649&fun=evdetail

al bedwawiNada al Bedwawi – Natação – Porta Bandeira Emirados Árabes

Atleta de apenas 18 anos, outra que aparece aqui pelo pioneirismo. Convivendo com as barreiras culturais que praticamente todos os países do Golfo impõem às atletas do sexo feminino, a jovem Al Bedwawi ultrapassou obstáculos e se tornou a primera nadadora de seu país a competir no mundial de natação.

Este ano então foi convidada pela FINA para participar dos 50 metros livre e recebeu a honraria de portar a bandeira no dia 5 de Agosto. Estudante de biologia, confessa que dividir sua vida entre estudos e esporte é bastante complicado: “Lembro-me dos meus anos de ensino médio, se eu pensei que eles eram difíceis, vejo agora que na universidade é 100 vezes mais difícil. Por isso, foi muito difícil para mim, às vezes eu sentia que eu não seria capaz de equilibrar entre a natação e os meus estudos, mas ficou melhor ao longo do tempo. O primeiro semestre foi difícil, mas no segundo semestre e agora no curso de verão, conseguirei ser capaz de equilibrar tudo “, explica ela.

https://ingressos.rio2016.com/rio2016.html?affiliate=OGF&doc=sessionDetails&key=1282348$6579683&fun=evdetail

sofia bekatorouSofia Bekatorou – Vela – Porta bandeira Grécia

Atleta de 38 anos, velejadora experiente, se caracteriza pela versatilidade. Está em sua quarta olimpíada e compete por sua terceira categoria diferente (470, Yngling e Nacra). É também medalhista, foi ouro na classe 470, nos Jogos de Atenas-2004 e bronze na classe Yngling em Pequim-2008. Além disso ostenta a marca de ser Tetra campeã mundial da classe 470.

A Grécia, tradicionalmente a delegação que abre a parada das nações, nunca teve uma representante feminina como Porta Bandeira, isto até que o dia 5 de agosto se concretize. Sofia foi escolhida por unanimidade pelo seu comitê e disputará a Nacra (categoria obrigatoriamente mista). Mesmo tendo preparado praticamente todo o seu ciclo olímpico (últimos 3 anos) com Konstantinos Trigonis, ela se qualificou para os Jogos com o seu conterrâneo Michalis Pateniotis, parceiro de seus últimos 3 meses apenas, que disputou a 49er em Londres-12.

Sofia também estará marcada pelo fato de lutar em nome da irmã. Varia Bekatorou, 7 anos mais velha que Sofia, descobriu um tumor grau 4 no cérebro em junho de 2015. Varia morava na Alemanha; porém, com seu quadro deteriorando, se mudou de volta para a Grécia ao final do ano. Acabou falecendo em Abril deste ano. O que poderia ser um bom motivo para não participar, tornou-se em força para homenageá-la. Até o Maracanã, Sofia!

https://ingressos.rio2016.com/rio2016.html?affiliate=OGF&doc=sessionDetails&key=1317280$6633801&fun=evdetail

https://ingressos.rio2016.com/rio2016.html?affiliate=OGF&doc=sessionDetails&key=1317280$6633817&fun=evdetail

Sergei Martynov of Belarus holds his gold medal won in the Men's 50m rifle prone shooting event at the London 2012 Olympic GamesSergei Martynov – Tiro – Porta Bandeira Belarus

Atleta de 48 anos, ganha notoriedade por competir desde a época em que representava a União Soviética. Está caminhando para sua sétima Olimpíada e já ganhou medalhas em 3 edições (1 de Ouro – Londres-2012 e 2 de bronze).

Por toda sua carreira participou da prova de carabina deitado 50 metros e bateu o recorde mundial por seis vezes (nesse caso, o recorde mundial é fazer 100% dos pontos, que totalizam 600).

Apelidado de “ O homem que não sorri”, teve uma leve recaída na comemoração de sua medalha dourada nos últimos Jogos. “Estou absolutamente encantado. Isto significa tudo para o meu país. Tenho estado há mais de 15 anos nesta disciplina e é um dos melhores sentimentos que já tive.”

https://ingressos.rio2016.com/rio2016.html?affiliate=OGF&doc=sessionDetails&key=1317291$6633807&fun=evdetail

bartekovaDanka Bartekova – Tiro – Porta Bandeira Eslováquia

Atleta de 31 anos, Bartekova vem de medalha em Londres-2012, com bronze no skeet.  No mesmo ano de 2012 foi eleita membra do COI para a comissão de atletas.

Bartekova disse: “De modo que ainda sou atleta ativa e também um estudante de relações internacionais, eu realmente queria trabalhar para o COI e representar os atletas dentro do Movimento Olímpico. Estou muito honrada de ter a oportunidade de representá-los e trazer minhas experiências da minha carreira desportiva no trabalho da Comissão de Atletas do COI. “

Bartekova, começou a atirar quando ela nem sequer tinha 10 anos de idade. A atiradora eslovaca Skeet de Trnava ganhou três etapas da Copa do Mundo ISSF desde 2006, e se tornou a campeã da Copa ISSF Mundial em 2012. Conquistando o ápice de sua carreira em Londres e tentará dar sequência aqui no Rio -2016, sendo reconhecida como representante de seu país na cerimônia de Abertura.

https://ingressos.rio2016.com/rio2016.html?affiliate=OGF&doc=sessionDetails&key=1317291$6633807&fun=evdetail

oseaOsea Kolinisau – Rugby – Porta Bandeira Fiji

Atleta de 30 anos, participa de sua primeira olimpíada: afinal, o rugby está reestreando como esporte nos Jogos (não participa desde 1924). Para ser atleta representante na cerimônia, Kolinisau obteve o apoio de Jitendra Mohan, presidente da Associação Fijiana de Tiro, que não nomeou o atleta Glen Kable, uma vez que acredita que um porta-bandeira é alguém que tem produzido resultados substanciais para a nação.

“Tivemos uma reunião executiva e foi uma decisão coletiva de que um porta-bandeira é alguém que a nação reconhece e se orgulha.” Kolinisau agradece: “Esta oportunidade tem de ser aproveitada, pois só vem uma vez na vida”.

https://ingressos.rio2016.com/rio2016.html?affiliate=OGF&doc=sessionDetails&key=1316119$6633794&fun=evdetail

https://ingressos.rio2016.com/rio2016.html?affiliate=OGF&doc=sessionDetails&key=1316119$6633788&fun=evdetail

GintareGintare Scheidt – Vela- Porta Bandeira Lituânia

Atleta de 33 anos, velejadora de sucesso, prata em Pequim-2008 na classe Laser. Até aí tudo bem: mas se pararmos para notar, veremos que esse sobrenome e a classe de vela nos são bastante familiares. E não é para menos: Gintare, a porta bandeira da Lituânia nesses Jogos é esposa do nosso multicampeão Olímpico Robert Scheidt, um mito da classe Laser.

Aliás, eles devem muito também aos Jogos Olímpicos em suas vidas pessoais, afinal se conheceram durante o evento teste para os Jogos de Pequim-2008 (em 2007). Hoje, são casados e têm dois filhos.

Robert inclusive crava: “A gente tem uma situação bem positiva lá em casa. Acho que temos duas chances de medalhas numa família só”.

https://ingressos.rio2016.com/rio2016.html?affiliate=OGF&doc=sessionDetails&key=1317280$6633803&fun=evdetail

Pini RyanRyan Pini – Natação – Porta Bandeira Papua Nova Guiné

Atleta de 34 anos,  apesar de desconhecido da grande mídia, é um atleta de grande destaque em sua região. Está caminhando para sua quarta olimpíada e pela segunda vez terá a incumbência de representar o seu país na Parada das Nações.

Já foi campeão dos Jogos da comunidade Britânica nos 100 borboleta e tem domínio total no seu continente nessa prova.

Como curiosidade tem o fato de ter recebido a condecoração da Ordem do Império Britânico.

O nadador que havia se aposentado após os Jogos de Londres em 2012, mas voltou para a piscina no ano passado para disputar os Jogos do Pacífico, onde ganhou sete ouros.

Ele vai competir em apenas um evento no Rio: seu favorito 100 borboleta, mas disse que a finalidade de sua jornada olímpica ainda não será de apenas participar. “Quero dizer que não se sente como este (evento) vai ser o fim de tudo, mas ainda estou nessa fase de preparação, onde tudo o que eu estou pensando em fazer é a melhor prova possível.”

Em seu tempo fora da piscina, Pini visita escolas e locais de trabalho, funcionando como um modelo inspirador para os jovens e velhos, usando essas viagens para promover a motivação e sucesso.

https://ingressos.rio2016.com/rio2016.html?affiliate=OGF&doc=sessionDetails&key=1282348$6579675&fun=evdetail

San MarinoArianna Perilli – Tiro – Porta Bandeira San Marino

Atleta de 40 anos, Italiana de nascimento, competia até 2009 por lá até que optou por naturalizar-se samarinesa (sua mãe é natural do país).

A família já tem histórico inclusive de porta bandeiras. Sua irmã Alessandra Perilli  foi a eleita para representar o país nas Olimpíadas de Londres-2012.

Após a naturalização, Arianna deu uma pausa na carreira, mas voltou com tudo em 2013. Ganhou a prata na prova da fossa olímpica nos Jogos Europeus de 2015 e assim conquistou o direito de disputar os Jogos do Rio 2016.

https://ingressos.rio2016.com/rio2016.html?affiliate=OGF&doc=sessionDetails&key=1317291$6633813&fun=evdetail

LolaDolores Moreira – Vela – Porta Bandeira Uruguai

Atleta de apenas 17 anos, Dolores “Lola” Moreira se destacou nos Jogos Pan Americanos de Toronto por alcançar a prata na categoria Laser Radial. Entrou para a história duplamente pois se classificou para as Olimpíadas e foi a mais nova uruguaia a ganhar uma medalha (à época tinha 16 anos).

Nesses mesmos Jogos Pan Americanos, foi a responsável pela bandeira nacional na cerimônia de Abertura – mas foi em substituição a Deborah Rodriguez, do atletismo, que por problemas no voo não conseguiu chegar a tempo da cerimônia em Toronto.

Dessa vez, porém, a velejadora foi escolhida por unanimidade, em reunião do Conselho Diretor do Comite Olímpico Uruguai.

A idade de menina contrasta com  a responsabilidade de atleta: ‘’Para mim, a vela é tudo. Estou lutando com os estudos na escola porque eu estou velejando e treinando todos os dias, e eu quero me dedicar ao esporte para o resto da minha vida. É algo que eu amo para fazer e que não trocaria por nada”, disse ela à EFE.

https://ingressos.rio2016.com/rio2016.html?affiliate=OGF&doc=sessionDetails&key=1317280$6633803&fun=evdetail

YusraYusra Mardini – Natação – Time de Refugiados COI

Atleta de 18 anos, tem uma história de vida emblemática. Síria de nascimento, fugiu de sua terra natal com sua irmã para a Turquia quando tinha 14 anos. De lá, pegou um barco inflável para tentar chegar a Grécia.

No meio do caminho, porém, as coisas complicaram. Problemas nas condições marítimas fizeram com que o barco começasse a naufragar. A heroica menina e sua irmã tentaram ainda fazer com que o barco voltasse à flutuação natural, sem sucesso.

Elas então se esforçaram na tentativa de salvar a tripulação do barco. Muitos não sabiam nadar, e além de ser à noite (para passar despercebido pela guarda costeira), todos os itens e malas já haviam sido levados mar afora. Elas fizeram então o que lhes restava: nadaram por 3 horas até conseguirem atingir chão firme na Grécia. E todos se salvaram.

Com essa história, a pequena Yusra havia se tornado uma refugiada; e de promessa grega, estava largada sem rumo na Grécia. A andança continuou em terras europeias e ela foi parar na Alemanha, onde encontrou apoio para continuar sua carreira de atleta.

Sua expectativa era de se preparar para Tóquio-2020; porém o chamado do COI veio e ela além de se preparar para os 100 metros livres, terá como missão liderar o Time de refugiados (com representantes de Síria, Sudão do Sul, Congo e Etiópia) na cerimônia de Abertura Olímpica, no dia 5 de agosto.

https://ingressos.rio2016.com/rio2016.html?affiliate=OGF&doc=sessionDetails&key=1282348$6579678&fun=evdetail

NacifNacif Elias – Judô – Porta Bandeira Líbano

Atleta de 27 anos, tem uma trajetória pouco comum desde que começou a brilhar nos tatames.

Brasileiro de nascimento (e formação), o capixaba Nacif não demorou muito para deslanchar na carreira e alcançar o status de integrante da seleção brasileira de Judô. Porém inúmeros problemas o atrapalharam nessa carreira que ainda em estágio inicial: “No Brasil eu não tinha essa liberdade (de escolher quais competições disputaria). Tinha que seguir as ordens deles para as competições: ‘você vai nessa, nessa e nessa’. Não havia direito de escolha”, afirma o judoca.

Em 2013, após ficar de fora das Olimpíadas Londres-2012 devido à escolha técnica. Nacif decidiu naturalizar-se Libanês e desde então sua carreira deslanchou. Hoje tem status de melhor judoca do país e é esperança de medalha na categoria meio médio nos tatames brasileiros.

Foi escolhido pelo comitê local como porta bandeira e será o primeiro brasileiro do dia a ostentar uma bandeira nacional no Maracanã.

https://ingressos.rio2016.com/rio2016.html?affiliate=OGF&doc=sessionDetails&key=1316777$6633762&fun=evdetail

Como última curiosidade, lembremos de aplaudir duplamente a nadadora Porta Bandeira da Itália Federica Pellegrini (foto de capa), que fará 28 anos no dia da cerimônia de abertura!

E assim termina nossa passada a limpo nas histórias mais curiosas e surpreendentes dos atletas que participarão do maior evento esportivo do mundo!

Até lá!

[related_posts limit=”3″]

3 Replies to “Não se perca na Parada das Nações – Rio 2016 (Parte III)”

  1. Incrível a matéria, parabéns! A história da nadadora Síria é de emocionar até o Sergei Martynov

  2. Parabéns pelo artigo! Muito bom! Minha história preferida é da Yusra Mardini! Emocionante mesmo!

Comments are closed.