E o São Paulo renasceu..

Era impossível imaginar que chegaríamos na semifinal da Libertadores e o São Paulo seria o representante brasileiro. O clube vem de temporadas de altos e baixos e no ano passado, mesmo com a classificação para o torneio continental, foi um ano para se esquecer. Confusões fora de campo em torno de seu presidente Carlos Miguel Aidar e resultados controversos esportivos tomando goleadas de seus rivais de cidade e chegando a tomar de seis do time reserva do Corinthians.

O ano começou péssimo também, tanto que as crises de São Paulo, Fluminense e Grêmio viraram tema no blog. A derrota na primeira derrota em casa para o The Strongest da Bolívia e a combinação improvável de resultados na reta final parecia limitar a participação do clube no torneio que gosta tanto.

Mas com eu disse. O São Paulo adora a Libertadores.

E a Libertadores adora o São Paulo.

O Tricolor paulista, ao lado do Santos, é o brasileiro que mais venceu o torneio, três, é o que mais chegou a finais, e não aceitaria ser eliminado tão passivamente. Reverteu a situação da primeira fase, eliminou o mexicano Toluca metendo 4 a 0 no Morumbi, na melhor partida de um time nacional em 2016, e eliminou na fase seguinte o Atlético Mineiro, aquele que para mim e muitos o melhor time brasileiro e acabando assim com um fantasma de sempre ser eliminado por times brasileiros.

Restaram quatro times e dois são claramente superiores ao São Paulo. Nacional de Medellín, que é o melhor time do torneio, e o tradicionalíssimo Boca Juniors. Mas não dá para duvidar do São Paulo e de sua capacidade de reação, do seu amor pela Libertadores.

O elenco é inferior aos dos últimos anos, que chegaram a ter Kaká, Pato, Ganso e Luis Fabiano. Desses quatro, apenas Ganso continua. O clube perdeu seu maior ídolo, Rogério Ceni, que se aposentou, e tem esse vazio não só na idolatria como no gol, já que Denis não passa a mesma confiança. Contratou de volta o ídolo Lugano, que dez anos mais velho de quando saiu para a Europa, não tem mais o mesmo vigor, mas essa liderança vem sendo fundamental para a reconstrução do time.

Estabilizou o lado político e, principalmente, acertou na escolha do técnico.

Edgardo Bauza é um cara “escolado” em Libertadores. Ganhou por times improváveis como LDU – que felicidade essa conquista – e San Lorenzo. O técnico trouxe ao clube a tarimba, a cancha de jogar o torneio que ele perdeu ao longo dos anos e, principalmente, lhe deu alma.

Alma que não teve nos últimos anos, alma que faltou a esse elenco com os craques que citei acima. Jogadores de futebol são profissionais, devem agir como profissionais, mas a profissão que exercem envolve paixão e é preciso jogar com essa paixão. Quando existe a vontade, quando existe a paixão a torcida joga junto e a simbiose time grande e torcida costuma dar muito certo.

A Libertadores para agora devido ao caça níquel chamado “Copa América do centenário” e isso pode ser bom e ruim. Bom porque times como o Nacional, seu próximo adversário, podem não render o que renderam até aqui. Ruim porque o próprio São Paulo pode perder força e essa simbiose.

Um novo campeonato começa em julho e com ele a perspectiva do tetracampeonato da equipe. Aprendi a não duvidar do Tricolor paulista.

Entre os grandes, pode novamente ser o primeiro.

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