Atualização da Delegação Brasileira na Rio 2016 – Chances de Medalha e Dicas de Ingressos (parte final)

Finalizando a nossa série:

Pentatlo Moderno

Classificação: Yane Marques garantiu vaga com o título do Pan de Toronto. O Brasil ainda tem uma vaga garantida no masculino por ser o país-sede.

Chances de medalhas: medianas. Apesar de já ter passado da idade de pico de rendimento de um pentaatleta, Yane Marques ainda é uma das principais atletas da modalidade e mesmo não mais atingindo vistosos resultados internacionais ainda pode repetir a medalha olímpica conquistada em Londres.

Obs: sou fã da Yane e suspeito para falar dela. Meu ingresso para vê-la em Deodoro já está garantido na sexta-feira dia 19.

Polo Aquático

Classificação: equipes masculina e feminina já classificadas pela vaga de país sede.

Chances de medalhas: médias no masculino. A equipe masculina se reforçou com técnico croata, naturalizações de jogadores (alguns trazidos pelo técnico da Croácia) e “renaturalizações” de brasileiros que tinham ido para outros países. Com isso tudo a equipe de polo aquático entrou para a elite mundial e é uma das cotadas para disputar o bronze. A equipe feminina tem chances muito pequenas.

No masculino o Brasil estará Grupo A com Sérvia, Grécia, Australia, Japão e Hungria, um grupo difícil mas sem maiores dramas.

No feminino o Brasil está no Grupo A junto com Italia, Russia e Australia sendo que todos passam para as quartas. A tabela completa da primeira fase, com horários, já foi divulgada.

Remo

Classificação: William Giaretton e Xaviel Vela no skiff duplo leve masculino e Fernanda Nunes e Vanessa Cozzi no skiff duplo leve feminino.

Chances de medalha: zero. A única categoria em que o Brasil ainda teve algum resultado expressivo nos últimos anos, single scuff leve feminino (título mundial de Fabiana Beltrame), não é prova olímpica.

Rugby

Classificação: equipes masculina e feminina já classificadas pela vaga de país sede.

Chances de medalha: pequenas no feminino, zero no masculino. No feminino o Brasil ainda está um passo atrás das principais potências do mundo, mas vez ou outra o Brasil consegue um resultado interessante e, em uma zebra, pode beliscar um pódio. Já no masculino, só de não passar vexame será uma boa participação.

Saltos Ornamentais

Classificação: como país-sede, o Brasil tem garantida vaga em todos os eventos de saltos sincronizados (duplas). Nas provas individuais, a vaga é do país mas deverão ir os seguintes atletas: Cesar Castro (trampolim de 3), Hugo Parisi (plataforma de 10m) e Juliana Veloso (trampolim de 3m).

Taekwondo

Classificados: Venilton Teixeira (até 58kg), Maicon Andrade (mais de 80kg), Iris Tang Sing (até 49kg) e Julia Vasconcelos (até 57kg).

Chances de medalhas: pequenas. O taekwondo brasileiro está carente de grandes resultados ultimamente. Os melhores são justamente de Tang Sing, que talvez seja nossa única chance interessante de medalha.

Tênis

Classificação:

Todas as vagas do tênis só serão conhecidas pelos rankings da ATP e WTA de 6 junho, porém o Brasil tem algumas vantagens.

Nas chaves de simples, caso não se classifique por ranking, o Brasil terá uma vaga garantida para o seu melhor ranqueado. No masculino, deve ser Bellucci, mas devido à sua péssima fase, ainda há chances dele perder a vaga para Rogério Dutra Silva. No feminino, essa vaga já é de Teliana Pereira.

Nas duplas masculinas, Marcelo Melo e Bruno Soares estão garantidos. Também haverá uma dupla feminina, provavelmente Gabriela Ce e Paula Gonçalves. Nas duplas mistas as regras são obscuras, mas com certeza o Brasil terá uma dupla mista, tendo alguma chance de encaixar uma segunda dupla.

Chances de medalha: boas com Marcelo Melo e Bruno Soares nas duplas masculinas. Diferentemente do circuito profissional, nos jogos olímpicos as duplas precisam ter a mesma nacionalidade. Poucas “duplas nacionais” tem o entrosamento e a experiência jogando juntas que Marcelo Melo e Bruno Soares adquiriram. Eles começaram juntos no Minas Tenis Clube, já jogaram juntos no circuito e jogam juntos em todos os confrontos de Copa Davis há 4 anos. É uma das duplas cotadas até para o ouro junto com os irmãos Murray.

Ainda há o torneio de duplas mistas. É a primeira vez que o torneio de duplas mistas entra nos Jogos Olímpicos e não há um circuito de duplas mistas funcionando. Serão apenas 16 duplas na chave de duplas mistas, que serão inscritas “no improviso” e não sabemos exatamente como elas funcionarão. Em um cenário tão pequeno e incerto, não é impossível o Brasil acabar beliscando uma medalha.

Nas chaves de simples, nossos representantes serão zebras maiores que o Leicester. E sem direito a Ranieri como treinador.

Dica de ingresso: o tênis é outro esporte que todos os ingressos estão esgotando na velocidade da luz, mas haverá liberação de novo lote no dia 26/05 as 12h.

Tenis de Mesa

Classificação: Hugo Calderano e Gustavo Tsuboi no masculino e Caroline Kumahara e Gun Lin no feminino. A Confederação ainda poderá chamar um 3° atleta de cada naipe para fechar os nomes que competirão por equipe.

Chances de medalha: pequenas. No individual é quase impossível derrotar os chineses, que devem dominar o pódio mais uma vez. Nossas maiores chances de medalha são no torneio por equipes masculino; ainda sim, não estamos no principal grupo de disputa por medalhas.

Tiro com Arco

Classificados: Marcos Vinicius D’Almeida e Bernardo de Oliveira no masculino e Sarah Nikitin e Ane Marcelle no feminino. A equipe ainda será completa por Daniel Xavier, Marcelo Costa, Marina Gobbi e Michele Terada. Desses 4 ainda sairá mais uma pessoa de cada naipe para a disputa individual.

Chances de medalha: pequenas. Elas se resumem ao menino prodígio Marcus Vinícius D’Almeida. Assim como Ana Sátila, seu auge só será atingido em 2020 ou até 2024. Marcus já atingiu feitos incríveis em um esporte no qual a tradição do Brasil é igual a zero. Ele já foi campeão mundial júnior, finalista da Copa do Mundo de adultos com apenas 16 anos e quadrifinalista do mundial de 2015.

Os resultados recentes colocaram em nosso radar a equipe completa no masculino, mas ainda assim está longe de ser favorita a uma medalha.

Tiro Esportivo

Classificados: Cassio Rippel na Carabina de 50m deitado, Emerson Duarte na pistola rápida de 25m, Felipe Wu e Julio Almeida na pistola de ar 10m, Roberto Schmits na fossa, Renato Portela na caça (skeet), Rosane Ewald na pistola de ar de 10m, Janice Teixeira na fossa e Daniela Carraro na caça (skeet).

Chances de medalhas: médias. Felipe Wu vem tendo bons resultados no circuito mundial e chegou a ocupar a primeira colocação no ranking mundial. Hoje é o terceiro, e sempre vem sendo apontado para uma medalha no tiro, que o Brasil não consegue desde 1920. Porém ranking mundial no tiro não é um indicador absoluto: há bons nomes que não competem regularmente no circuito mundial mas que estarão nos Jogos Olímpicos. Mas hoje Wu não seria mais a zebra que seria em 2015.

Cassio Rippel também tem um “tiro longo” na carabina deitado de 50m.

Triatlo

Classificados: Pamela Oliveira e Diogo Sclebin

Chances de medalhas: zero.

Vela

Classificados: Henrique Haddad e Bruno Bethlem (470 masculino), Fernanda Oliveira e Ana Barbachan (470 feminino), Marco Grael e Gabriel Borges (49er), Martine Grael e Kahena Kunze (49er FX), Robert Scheidt (Laser), Fernanda Decnop (Laser Radial), Jorge Zarif (Finn), Samuel Albreicht e Isabel Swan (Nacra 17), Ricardo “Bimba” Winick (RS:X masculino), Patricia Freitas (RS:X feminino)

Chances de medalhas: grandes. Martine/Kahena (49er FX) e Fernanda/Ana estão sempre disputando as primeiras posições internacionalmente e são bem cotadas para o ouro.

Robert Scheidt, mesmo sem o vigor físico de 8 anos atrás, algo que é muito exigido na classe Laser, ainda está tendo resultados interessantes. Pode não estarna lista de favoritos ao ouro, mas ninguém é maluco de retirá-lo da lista de possíveis vencedores.

Na classe Finn, Zarif foi campeão mundial em 2013. Ele ainda é jovem para o iatismo, 23 anos, e mesmo não obtendo resultados fantásticos nos últimos entre 2014 e 2015, ele ganhou a disputada etapa de Miami da Copa do Mundo. Também não é favorito, mas voltou a ser uma boa possibilidade de medalha.

“Bimba” (RS:X masculino) é bastante irregular em seus resultados, tem ótimos resultados e tem péssimos resultados, mas a Baía de Guanabara sempre foi a sua casa e também não pode ser descartado. Patrícia Freitas também tem um “tiro longo” na RS:X feminina.

Volei de Praia

Classificados: Larissa/Talita, Ágatha/Barbara Seixas, Alisson/bruno e Pedro Solberg/Evandro.

Chances de medalha: enormes. Com o fim da dupla dinâmica americana May/Walsh (May se aposentou), as brasileiras agora são as favoritas para ganhar a competição em casa.

No masculino a competição é mais acirrada, mas as duas duplas estão entre os favoritos para o outro também. Talvez o volei de praia seja o esporte no qual o Brasil tem o maior favoritismo.

Espero que a zebra, que adorou a areia artificial de Londres, não goste da Praia de Copacabana.

Volei

Classificados: equipes masculina e feminina já classificadas pela vaga de país sede.

Chances de medalha: boas. Como a temporada de seleções só começará no fim de maio, ainda não há alterações no quadro descrito em dezembro. Apenas a Russia que ganhou o europeu e o pré-olímpico e deixou a má-fase para trás, firmando seu nome na longa lista de favoritos no masculino; lista na qual também está o nome do Brasil e de mais outras 4 ou 5 seleções.

No feminino ainda precisamos ver como estará Dani Lins & cia, mas mesmo o Brasil não sendo favorito ao ouro, posto atualmente ocupado por Estados Unidos e Russia, ainda disputa uma medalha, e mesmo o tricampeonato olímpico não pode ser descartado.

As vagas do volei só serão fechadas em junho, quando os grupos serão definidos.

Imagens: Globoesporte.com (capa) e Arquivo Ouro de Tolo

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