E morreu Michael Schumacher…

Não, na verdade ele não morreu, fisicamente está vivo. Mas o que é estar vivo?

Ayrton Senna morreu em 1 de maio de 1994, pilotando. Todos nós vimos sua morte e sabemos exatamente como ocorreu. Choramos por ela, choramos o ídolo perdido. E com Schumacher?

Com ele não. O alemão foi menos piloto que o brasileiro? Menos ídolo. Fazer esse tipo de pergunta no Brasil é equivalente à pior das ofensas ou crimes. É caso para pena de morte. Mas ouso perguntar e responder.

Não.

Dizem que a matemática é uma ciência exata e nela Michael Schumacher é o maior piloto de todos os tempos, dono de todos os recordes – e esse cara, infelizmente, não terá a despedida merecida.

Não morreu na pista como Ayrton, não envelheceu curtindo a vida como Piquet, nem dando cabeçadas como Prost em suas tentativas de ser dono de equipe. Schumacher foi simplesmente desaparecendo.

Morreu em vida.

acidente schumacherDe um grave acidente à comoção, da comoção à falta de notícias, da falta de notícias o tempo passando e o tempo é cruel. Assim como foi capaz de eternizar Ayrton Senna, o “herói tombado em combate”, faz com que as pessoas até esqueçam que Schumacher está vivo. Só lembramos de seu estado como semana passada, no aniversário do acidente.

Dois anos se passaram.

Aquele Schumacher forte, de pilotagem agressiva, cheio de músculos que vestia vermelho e do alto do pódio regia o hino italiano morreu. Agora só existe a incerteza. Dizem que está em estado semi vegetativo. Em cima de uma cama sem falar ou qualquer forma de comunicação. É triste com qualquer ser humano. Mais ainda com um campeão.

E assim segue a vida de todos e a Fórmula 1. Novas corridas sendo feitas. Campeões surgindo e Schumacher apenas vai se tornando lembrança; até o dia que a morte realmente virá e quem sabe assim ele tenha a despedida merecida.

A do herói tombado pela vida.

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Facebook Aloisio Villar

[N.do.E.: Michael Schumacher, aliás, completa amanhã 47 anos de idade. Infelizmente, nestas condições. PM]

Imagem: Bild