O jornalista Lauro Jardim saiu da Veja e foi para o jornal O Globo. Logo em seu início no novo emprego ele soltou uma “bomba”, que parou na primeira página. Que o delator do esquema na Operação Lava Jato teria dado dinheiro ao filho do ex-presidente Lula.

A notícia teve grande repercussão, virou debate, muitos pediram a prisão de Lula e finalmente no último fim de semana o jornal soltou uma “errata” dizendo que se enganara e o Lulinha não foi citado na delação.

A acusação teve o estardalhaço de primeira página; a correção, uma notinha em um canto qualquer.

Não vou entrar no mérito político ou ideológico, não vou começar a bater no jornalista por ser de esquerda, nada disso. O acontecido mostra um fato que tanto faz ser contra a esquerda, direita ou etc. Mostra como cada vez mais o verdadeiro jornalismo é abandonado.

Capa-vejaNão é de hoje que o mau jornalismo serve para acabar com reputações. Quem é mais velho conhece a história da “Escola Base” onde o casal dono da escola foi acusado por uma das crianças de serem molestadores e a imprensa divulgou maciçamente. A vida dos dois foi arruinada, jornais julgaram culpados sem provas e depois de terra arrasada descobriram que o casal era inocente.

A imparcialidade vai morrendo no jornalismo. A “Veja” há tempos se tornou o maior partido de oposição do país, assim como outros veículos de comunicação deliberadamente batem no governo. Também tem a imprensa governista como o jornal “Carta Capital” e sites menores como o “Diário do Centro do Mundo”. Se você tem um lado nessa briga tem várias opções para buscar. Se apenas quer se informar está perdido. Cada veículo passa as coisas como quer.

Jornalista agora está a serviço de partidos ou patrões. De diversos veículos ou editorias que recebem “mensalões” para defender ou atacar. Tudo agora, até as maiores bobagens viram notícias como “Fulano vai a praia”, “fulana faz compras em shopping” ou a recente noticia falando mal de Vera Fischer dizendo que a mesma estava irreconhecível de cara lavada e cometendo a canalhice de colocar ao lado uma foto dela no auge da beleza. Esqueceram que todos envelhecem – e isso também ocorreu com a Vera.

calypso1Esqueceram de perguntar a alguém se a jornalista Fernanda Gentil estava grávida quando “lhe acusaram” de estar gorda. Assim como a briga ideológica a futilidade estampa jornais, sejam impressos ou eletrônicos. Até o Fantástico agora cobre briga de marido e mulher entrevistando os integrantes do Calypso.

Jornalistas viram notícias, agora são vedetes. Jornalista ficou famoso no Rio por lançar fofocas e maldades contra pessoas e instituições em jornal popular; o mesmo jornal que uma vez forjou fotografia de casal cheirando cocaína em cima de uma Bíblia ao lado do filho para vender sua edição.

Até ao jornalismo de carnaval chegaram o vedetismo, a futilidade e a vaidade. Vangloriam-se de atos ou exclusivas e menosprezam a concorrência esquecendo a primeira lei do jornalismo que o importante é a notícia, não quem noticia. Querem ser mais reais que o rei.

Curioso que a ditadura e o vedetismo da informação surjam justo no momento que teoricamente temos mais liberdade de escolha, mais liberdade de informação. Parece distante o tempo que o Jornal Nacional editou debate para presidente a fim de prejudicar um candidato. Mas não está.

Falta imparcialidade. Falta ética.

Essa é a manchete de hoje.

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