Um clube sobrevive sem ídolos?

A história diz que sim. Temos o exemplo do Corinthians que ficou 23 anos sem títulos, mas sua torcida continuou crescendo e se firmando como a maior de São Paulo e a segunda maior do Brasil. Cresceu pelo imenso amor de sua “fiel” e pelos ídolos que manteve ao longo desse período. O gigante Roberto Rivelino valeu como títulos ao clube.

Se realmente pararmos para analisar podemos chegar à conclusão que sim, ídolos são mais importantes que títulos. Não falamos do Flamengo campeão mundial de 81 com a mesma frequência do Flamengo de Zico. Não sabemos ao certo a quantidade de títulos do Santos de Pelé e do Botafogo de Garrincha, mas é assim que falamos. Santos de Pelé e Botafogo de Garrincha.

Um clube necessita de ídolos. As pessoas precisam de heróis. Isso faz nossas vidas melhor.

E o futebol carioca recebeu dois ídolos nas últimas semanas.

O Fluminense já tinha seu ídolo. Fred. O jogador está no clube desde 2009 e é o principal nome do famoso “time de guerreiros”. O tricolor ganhou esse apelido após a incrível reabilitação no brasileiro do mesmo ano e, ali, começou a virada que trouxe a melhor fase da história do Flu com os títulos brasileiros de 2010 e 2012.

O clube sofreu uma sangria esse ano com a saída da Unimed, mas soube reagir juntando a garotada aos mais experientes, principalmente ao ídolo Fred e agora chega um novo ídolo. Um polêmico ídolo.

Ronaldinho Gaúcho.

Sim. O Fluminense contratou Ronaldinho Gaúcho duas vezes melhor jogador do mundo, pentacampeão mundial, o artista da bola.

Sim. O Fluminense contratou Ronaldinho Gaúcho que só quer saber de farra, de baladas, noitadas, só jogou bem durante 12 meses nos últimos 9 anos e estava na reserva do QuerétaFOTOS-Ronaldinho-Gaucho-Fluminense-FOTOAlexandre_LANIMA20150711_0136_40ro.

Qual Ronaldinho é o verdadeiro? Os dois.

Não sabemos se Ronaldinho vai junto com Fred capitanear o Flu para mais um título nacional ou se preocupar mais com seu samba na União da Ilha que com o clube. Mas uma coisa sabemos.

R10 é ídolo.

Mesmo em má fase virou notícia, encheu os tricolores de orgulho e alavancou o programa de sócios torcedores do Fluminense. A simples presença de um ídolo traz esperança e orgulho ao torcedor. Não importa sua fase.

Mesma sensação que passa o arquirrival do Fluminense.

O Flamengo desde 2013 adotou uma política mais austera. O clube tão achincalhado e humilhado com as péssimas direções que teve fez uma revolução com a chegada da famosa “chapa azul”.

Cortou gastos, fez times mais modestos, mas mesmo assim foi campeão da Copa do Brasil e carioca. Aos poucos o clube saiu das páginas policiais e pararam de falar de seu desastre econômico. Deixou para o Botafogo o posto de clube mais devedor e mesmo ainda tendo uma dívida astronômica aos poucos respira, põe a casa em ordem e impõe respeito e credibilidade.

Uma revolução econômica, uma revolução em credibilidade. Mas seu carro chefe é o futebol e em âmbito nacional seus resultados vem sendo pífios; algumas vezes perigosos sendo ameaçado de rebaixamento e todo planejamento de reestruturação começava a se arriscar.

Mas ídolo muda tudo.

http://www.youtube.com/watch?v=43vj3jM8rjA

A chegada de Paolo Guerrero foi ousada. Abriu mão um pouco do controle econômico dando um vultuoso salário ao artilheiro peruano. Mas compensou.

De imediato aumentou a autoestima do rubro-negro e mesmo ainda na parte debaixo da tabela o mesmo (conhecido por sua euforia) já vislumbra um futuro melhor. Como dizem, Guerrero “Chegou chegando” fazendo gols nas três primeiras partidas, conquistando a torcida e ganhando funk. Maior prova de idolatria que a torcida rubro-negra costuma dar.

Ela agora canta que “Acabou o caô / O Guerrero chegou” e assim como no Fluminense aumentou o número de sócios torcedores. A camisa 9 do Flamengo é a mais vendida do clube disparada e a torcida se renova provando a importância do ídolo.

Ronaldinho Gaúcho e Paolo Guerrero são grandes jogadores, carismáticos. São ídolos.

Sem nenhum caô.

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Facebook – Aloisio Villar

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