O controverso Fenômeno

Ronaldo Fenômeno, sem dúvida, está na história do futebol brasileiro. Um craque internacional oriundo do pequeno e tradicional São Cristóvão que conquistou o mundo. Logo aos 17 anos chegou à seleção brasileira, sendo campeão do mundo. Aos vinte e um foi nosso principal jogador em uma Copa.

Com vinte e cinco campeão do mundo sendo um dos principais jogadores da conquista e se recuperado de contusões gravíssimas onde ninguém mais acreditava nele. Aos vinte e nove se tornou o maior artilheiro da história das copas. Aos trinta e dois deu a volta por cima de outra grave contusão e mesmo acima do peso se tornou a maior referência do crescimento do Corinthians se transformando no que é hoje.

Ídolo dos maiores times da Espanha, ídolo da Inter de Milão, um dos maiores times da Itália. Ídolo nacional. Campeão de tudo, exemplo de superação, seja por graves contusões seja pela convulsão na final da copa. Um dos maiores jogadores da história do futebol, hoje empresário de sucesso. Tudo isso tendo uma infância humilde no subúrbio de Bento Ribeiro e saindo do São Cristóvão.

Um exemplo de jogador, de sucesso e pessoa.

Bem. Mais ou menos.

Aqui no Brasil costuma-se confundir o sucesso esportivo de alguém com caráter. O fato de ser um grande jogador e ídolo no esporte lhe dá salvo conduto nas atitudes do dia a dia.

Muita gente pensa assim e gente boa, gente importante. Eu não penso assim.

Acho que Ronaldo está no panteão de glórias do esporte nacional e para sempre tem que ser reverenciado por isso. O futebol é muito importante em nosso país, como eu sempre digo é a coisa mais importante das menos importantes que existem. Mas calma.

Com o perdão da má palavra. Ser craque não dá permissão para ser “escroto”.

Não vou entrar no mérito do caso com os travestis porque é a vida pessoal dele e cada um faz de sua vida o que quer. Mas um exemplo esportivo. Jogou no Barcelona e não se fez de rogado para jogar no Real Madri, foi ídolo da Inter e mesmo assim jogou no Milan, jurou ser rubro-negro e preferiu jogar no Corinthians, era garoto propaganda da Tim e mudou para Claro.

Evidente que ele tem direito a tudo isso. É a vida dele, a vida financeira dele e tem direito as suas escolhas. Mas botar sempre o lado financeiro acima do amor em um esporte que é movido a paixão já nos faz torcer um pouco o nariz.

Ronaldo é o cara que pensa em dinheiro acima de tudo. Bota camisa “A culpa não é minha” em manifestação contra a Dilma. Nada contra a posição política dele; todos temos direito. Mas separar o país entre “culpados” e “inocentes” quando apenas se tratava de democracia já lhe faz um escroque. A situação piora quando até pouco tempo ele trabalhava em parceria com o governo para um evento. Piora ainda mais quando chego à seguinte pergunta.

Tem certeza que você também não tem culpa Fenômeno?

Uniu-se a CBF, uma das organizações mais podres de nosso país que não cheira bem. Defendeu com unhas e dentes uma copa superfaturada, que se foi um evento bacana onde nos deu orgulho (tirando dentro de campo) e autoestima também nos deu “elefantes brancos”, enriqueceu muita gente e ajudou a outros já ricos ficarem ainda mais. Não é Ronaldo? Ou você fez tudo de graça?

Defendeu os interesses de poderosos. Juntou-se tanto a pessoas de caráter discutível como Ricardo Teixeira, Marin, Ali Kamel, Aécio Neves e outros que ainda proferiu a já histórica e infeliz frase “Não se faz copas com hospitais”.

Ronaldo, o grande craque, está se lixando para o povo. Ele quer poder, quer dinheiro.

Infelizmente Ronaldo só é artilheiro dentro de campo. Fora, prefiro ficar com outro artilheiro baixinho que se mostra o mesmo gigante que era nos gramados.

Para falha de caráter não existe tratamento nem volta por cima.

Bola fora Fenômeno.

Imagens: Globoesporte.com e Veja