Não foi um desfile com escolas perfeitas e isso se reflete nas opiniões sobre quem vai vencer o carnaval 2015.
Não há unanimidade. Pelo menos quatro escolas são citadas como possíveis campeãs e nove como postulantes ao desfile das campeãs. Isso mostra o equilíbrio que toma conta das resenhas.
Como ocorre normalmente o desfile de segunda foi superior ao de domingo e isso já era esperado desde o sorteio da ordem de desfile, mas o desequilíbrio foi acentuado com um fator inesperado. A chuva.
A chuva atingiu em cheio a Unidos do Viradouro. A escola de Niterói voltava ao grupo especial depois de cinco anos e apresentou uma novidade para seu enredo “Um dia de graça”, um samba que foi união de duas músicas já conhecidas de Luiz Carlos da Vila. A ousadia não surtiu no efeito desejado e a escola é candidata ao rebaixamento.
Chuva que também tomou conta do desfile da Estação Primeira de Mangueira, a escola apesar do bom samba se prejudicou nos quesitos plásticos e também não deve alcançar boa posição.
Depois veio um esperado encontro. Mocidade e Paulo Barros. A impressão é que um tentou agradar o outro tentando ajustar seus gostos e que isso será alcançado com o tempo. O desfile trouxe bons momentos, alguns irreverentes, mas a sensação de que se pode mais. A briga é pelas campeãs.
A chuva se encerrou para a Unidos de Vila Isabel que conseguiu levar a dignidade de volta para o ninho. Ainda não é o suficiente para brigar por coisa melhor. Mas pelo menos a agremiação trouxe de volta o orgulho de seus integrantes.
O Acadêmicos do Salgueiro foi o grande momento da noite. Escola grandioso, linda plasticamente e com comunidade cantando é postulante ao título, mas faltou samba para a Sinhá.
Grande Rio encerrou a noite com um desfile gostoso e um samba que se não é excelente pelo menos é agradável aos ouvidos. Mais uma que briga por campeãs.
Segunda não choveu e começou com uma grande e agradável surpresa que não devia ser surpresa já que de Rosa Magalhães só devemos esperar coisas boas. São Clemente confirmou a excelência de seu enredo e samba aliando ao bom gosto plástico e fez um dos mais belos desfiles de sua história ao falar de Fernando Pamplona.
Portela foi a primeira favorita a pisar na avenida e teve um começo arrebatador. Caiu um pouco o nível ao longo do desfile com alguns problemas em seu percurso. Veio com um dos grandes sambas do ano muito bem interpretado por Wantuir e Wander Pires. Outros destaques foram os para quedistas descendo na avenida. Briga por título.
Beija-Flor é outra postulante ao título. Grandes e bonitos carros aliados a eficiência de sempre da escola Nilopolitana e ao bom samba, apesar do enredo de gosto duvidoso credenciaram a Beija-Flor a mais uma conquista.
A União da Ilha foi a quarta escola. Muito bem plasticamente, bem humorada, irreverente, com fantasias lindas, mas pesadas que assim como em 2012 atrapalharam o bom andamento do desfile. Outros fatores atrapalharam como a demora em pôr os destaques nos carros e o samba que não rendeu o esperado. Briga por campeãs.
Imperatriz foi a quinta escola. Veio com tema afro, que não é sua especialidade e se saiu bem. Enredo forte, samba vigoroso sobre Nelson Mandela, mas a sensação que poderia ir melhor nos quesitos plásticos. Briga por campeãs.
Fechando a noite a Unidos da Tijuca mostrou que superou a perda de Paulo Barros. Enredo divertido, samba funcionou e beleza em fantasias, alegorias além de grande apresentação da bateria credenciam a agremiação ao bicampeonato.
Resumindo: Em minha opinião Salgueiro, Portela, Beija-Flor e Tijuca brigam por título. Imperatriz, Mocidade, União da Ilha, São Clemente e Grande Rio por campeãs. Mangueira e Vila Isabel pensam em 2015 e Viradouro com grandes riscos de descenso.
Mas apenas nessa quarta-feira saberemos o destino de cada uma.
O desfile da União da Ilha
O desfile da Portela