Depois de seu melhor primeiro tempo nesta Copa, a Seleção Brasileira parecia caminhar para uma vitória mais tranquila sobre a boa equipe da Colômbia. Sufocando o time adversário no campo de defesa, no melhor estilo Copa das Confederações, o Brasil finalmente esteve sólido em campo e foi para o intervalo com 1 a 0 de frente, gol de Thiago Silva.
Depois, no segundo tempo, naturalmente a Colômbia partiu para cima, mas, depois de um gol cafetero corretamente anulado, David Luiz brilhou em cobrança de falta: 2 a 0. Os colombianos não se deram por vencidos e, depois de um erro de Maicon (que, apesar disso, esteve bem melhor do que Daniel Alves), um pênalti bem batido por James Rodriguez: 2 a 1.
O jogo então virou aquele drama, com os colombianos partindo loucamente para cima e os brasileiros se defendendo como podiam. Resistimos até o fim e nos classificamos para as semifinais. Mas, lamentavelmente, não teremos Neymar contra a forte Alemanha na próxima terça-feira.
Antes de tudo, não achei que Zuñiga foi maldoso no lance. Imprudência talvez fosse a palavra mais adequada. O histórico do jogador não mostra violência e os 22 jogadores estavam dividindo todas as bolas, pois o fim do jogo se aproximava. Mais me pareceu uma força desproporcional causada por excesso de vontade. Mas infelizmente Neymar se deu mal na jogada.
Caberá ao sempre motivador Luiz Felipe Scolari fazer desse limão uma limonada. É evidente que no aspecto técnico nenhum dos outros 22 jogadores do grupo pode chegar aos pés de Neymar. Mas temos de encarar a Alemanha e a superação precisa ser a palavra de ordem desses jogadores.
Não custa lembrar que perdemos Pelé na Copa de 1962 e Amarildo entrou possesso para substitui-lo. Sem querer comparar tecnicamente, é claro, precisamos de um novo Amarildo, no sentido de entrar com vontade e fazer bem seu trabalho.
Dois nomes aparecem com força para substituir Neymar. O primeiro, já mencionado por Thiago Silva, é Willian. Não tem a mesma velocidade e categoria de Neymar, mas pode ser útil trocando mais passes e, quem sabe, abastecendo Fred, que está mal na Copa mas também não vem sendo ajudado. O outro é Bernard, mais veloz, mas com menos trocas de passes.
Seja como for, teremos muitas dificuldades contra a Alemanha. Não só pelas ausências de Neymar e Thiago Silva (suspenso). O time alemão é muito sólido, conta com um grupo jovem, mas rodado, e sabe muito bem ditar o ritmo do jogo.
Que a superação brasileira faça a diferença diante de tamanho desafio.