A coluna da jornalista Raphaele Ambrosio trata da síndrome do ovário policístico.

Ovário Policístico – Entenda e saiba como tratar

Muitas mulheres têm, porém desconhecem sua existência. Podem até sentir certo incomodo, como dor, inchaço na barriga, sangramento fora de época, mas não associam a um problema no ovário, muito menos que ele seja policístico.  Entenda um pouco mais sobre o assunto.

Síndrome de Ovário Policístico (SOP) ou Síndrome de Stein-Leventhal ocorre quando há um desequilíbrio hormonal feminino que é composto por estrogênio, progesterona e andrógeno – esse ultimo é um hormônio masculino que também está presente nas mulheres, porém em quantidade diferente nos dos homens. Esses hormônios ajudam no desenvolvimento dos óvulos durante os ciclos menstruais.

Tudo ocorre com os folículos, que são bolsas dentro dos ovários que contêm óvulos. Normalmente, um ou mais óvulos são liberados durante cada ciclo menstrual. Isso é chamado de ovulação. Na síndrome de ovário policístico, os óvulos nesses folículos não amadurecem nem são liberados dos ovários. Em vez disso, eles podem formar cistos muito pequenos no ovário.

Ele é mais frequente em mulheres na faixa de 30 a 40 anos e seu diagnóstico é simples: basta um exame sanguíneo e uma ultrassonografia. Mas lembre-se: uma coisa é ovário policístico, outra é cisto. Muitas mulheres confundem e pensam que ambos irão desaparecer naturalmente. Mas não é bem assim que funciona.

Cisto pode estar relacionado a problemas maiores como, endometriose, tumor benigno ou maligno e pode, também, estar relacionado a policísticos. Algumas mulheres podem ter a síndrome dos ovários policísticos sem ter alterações no órgão. Nesse caso, ela tem todas as variações hormonais decorrentes da doença, menos o problema no ovário.

O diagnóstico é feito por meio de análise clínica em cima de relatos de pacientes com relação aos sintomas mais perceptíveis, como menstruação irregular e acnes e também por exames de ultrassonografia e de sangue, como já foi dito. Este último mede os níveis dos hormônios luteinizantes (LH) e folículo estimulante (FSH), que atuam no amadurecimento dos folículos que contém os óvulos; de prolactina, hormônio que estimula a produção de leite e a ausência de menstruação; de testosterona, o hormônio masculino; e de estradiol, o hormônio feminino produzido pelos folículos ovarianos.

É interessante também pedir o exame de curva glicêmica e de resistência à insulina. Ambos devem ser investigados para identificar uma possível síndrome metabólica. Quando o corpo não consegue utilizar de maneira eficiente à insulina produzida – a chamada resistência à insulina, principal característica da síndrome metabólica-, descompensa todo o funcionamento hormonal e leva os ovários a um funcionamento errôneo, trazendo como consequência a síndrome dos ovários policísticos. Vale ressaltar que a síndrome metabólica aumenta também o risco de problemas cardiovasculares e do desenvolvimento de diabetes e de hipertensão arterial.

Os sintomas são:

  • Menstruação irregular e até mesmo, a ausência dela.
  • Crescimento de pelos na face e aparecimento de acnes
  • Redução nas mamas.
  • Aparecimento e crescimento na região mamária (hirsutismo)
  • Queda de cabelo, uma espécie de calvície tipicamente masculina.

E ainda:

  • Cresce o risco de câncer no endométrio (endometriose e afins)
  • Infertilidade ou, no caso de uma gravidez, pode acontecer o aborto.
  • Doenças vinculadas à obesidade (IMC alterado, pressão arterial alta, diabetes e problemas cardíacos).
  • Câncer de mama

O tratamento depende de cada caso. Quem não pretende engravidar pode fazer uso de anticoncepcional; até mesmo de forma contínua. Além de ajudar com os policísticos, ajuda a prevenir a endometriose. A perda de peso ajuda bastante no processo. Mesmo a síndrome de ovário policístico sendo uma doença crônica existem maneiras de aliviar os sintomas e a mulher conseguir levar uma vida sem problemas. Veja

  • Evite frituras, gordura e açúcar.
  • Faça exercícios físicos. Acabe com o sedentarismo
  • Tome anticoncepcional. Vai ajudar a deixar regular a menstruação e se for usada continuamente, vai prevenir a endometriose. Consulte um médico para que ele lhe indique a melhor pílula a ser tomada
  • Creme de eflornitina: vai ajudar no impedimento de pelos na face da mulher
  • Metformina pode ajudar na regularização da menstruação e prevenir diabetes tipo 2; ainda ajuda na perda de peso
  • Tratamento com citrato de clomifeno ajuda na fertilidade para as que desejam engravidar;
  • Use cosméticos específicos, de acordo com a sua pele, para o desaparecimento de acnes.
  • Faça terapia. Vai ajudar a diminuir estresse, ansiedade.