Em edição extra, a coluna do compositor Aloisio Villar nos traz uma parcial da disputa de samba da União da Ilha, cuja final irá se realizar no próximo sábado.

Os finalistas da Ilha

A União da Ilha surpreendeu em sua semifinal realizada no sábado, 12 de outubro. Pela primeira vez desde que comecei a frequentar a escola em 1997 a agremiação vai com três sambas e não quatro para a final. Com isso foi eliminada a parceria que considerava uma terceira via no concurso, a de Walkir.

Não é comum à agremiação levar os três melhores sambas para a final: sempre vai algum que tem torcida numerosa, alto investimento mesmo às vezes sendo inferior a um que caiu. Foi o que ocorreu. Apesar desse samba de torcida numerosa ter qualidade, ser um bom samba, era inferior ao de Walkir pelo menos na minha opinião. Falo do samba da parceria de Carlos Caetano.

A outra parceria eliminada foi a de Mingau. Essa parceria abriu a noite. Com um bom samba, mas torcida diminuta para uma fase assim, acho que a parceria e o samba cumpriram bem o seu papel para uma retomada à agremiação. Foi até onde pôde e a missão foi bem cumprida.

O segundo samba foi da parceria finalista de Marquinhus do Banjo comprovando o seu crescimento no concurso. Tiveram a melhor sacada da disputa, colocando uma bandinha para abrir e fechar a apresentação tocando o refrão do samba concorrente e tiveram a segunda maior torcida da final. Mas ao contrário do costume da parceria a torcida veio de fora; então por isso acho que pecou um pouco no canto na hora que teve que segurar na voz.

Mas é um samba bem composto, que agrada parte da direção, e para mim tem chance de vitória.

A parecia de Walkir manteve sua crescente e fez para mim sua melhor apresentação no concurso. Palco finalmente definido, torcida que se não era do tamanho dos finalistas cresceu e o samba empolgou bastante, transformando a quadra em um baile de carnaval. O samba agradou muito a ex-carnavalesca da agremiação Maria Augusta. Mas como eu disse na coluna de domingo apresentações não influenciariam mais no concurso e o destino do samba já parecia estabelecido pelo que alguns compositores do mesmo falavam antes de começar a noite de apresentações.

É uma pena porque se tivessem mantido em todo o concurso o que fizeram nas duas últimas semanas com certeza estariam na final.

Depois se apresentou a parceria favorita e mais ainda favorita agora, a de Carlinhos Fuzil. Uma apresentação arrebatadora em que mobilizou os segmentos da escola cantando forte como fez desde a primeira apresentação. A parceria conseguiu se aproveitar do fato da segunda, terceira e quarta passagem serem cantadas pela torcida para levar ao palco seu cantor principal, Tinga, que chegara atrasado. O cantor da Unidos da Tijuca fez uma apresentação magistral.

Por fim a parceria de Carlos Caetano que levou a maior torcida, que cantou forte seu samba, e levou um torcedor especial, o cantor Milton Nascimento que ficou no camarote da parceria e acompanhou atentamente sua apresentação com letra na mão e sorriso nos lábios. Dizem que um dos apoiadores da parceria é o jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho.

Aí está uma análise das apresentações de sábado. Apostaria minhas fichas hoje na parceria de Carlinhos Fuzil, mas nunca posso considerar morta a de Marquinhus do Banjo.

Abaixo apresentações dos finalistas.

Carlos Caetano, Leozinho, Saulinho, Pedrinho do Cavaco, Bruno Castro e Rodrigo Rosado

 

Gugu das Candongas, Marquinhus do Banjo, Roger Linhares, Capitão Barreto e Deco

 

Paulinho Poeta, Régis, Gabriel Fraga, Carlinhos Fuzil, Canindé e Flávio Pires