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Hoje a coluna “Saúde e Batom”, da jornalista Raphaele Ambrósio, traz como tema um mal que aflige especialmente as mulheres: a candidíase.

Candidíase – um dos males do inverno

Você já ouviu falar em Candidíase ou Doença de Cândida? Não?

Mas saiba que ela é muito comum nas mulheres e que aproximadamente 90% delas podem ser infectadas por essa doença na parte vaginal pelo menos uma vez na vida e que ela pode aparecer no inverno.

Candidíase ou doença de Cândida é uma infecção genital causada por um fungo chamado cândida albicans. Esse micro-organismo geralmente se aloja na pele, na boca (sapinho), no estômago, no intestino e no órgão genital feminino. Os sintomas aparecem quando ocorrem alterações de imunidade. Porém, a maioria das pessoas que tem Cândida não apresenta um sintoma sequer.

Ela pode afetar mulheres, homens e até bebês, se no momento do parto normal, a mãe estiver infectada. Mas vale ressaltar que é mais comum nas mulheres. E atenção: essa doença pode surgir em mulheres que não iniciaram ainda sua vida sexual. Ela não é transmitida, somente, na relação.

Ela é comum no inverno, pois nesta estação as mulheres usam mais calças compridas e ficam mais protegidas, impedindo, assim, a respiração vaginal, aumentando sua temperatura intima. Mas no verão ela também ocorre, já que é a estação mais quente e a transpiração é mais elevada. Mas não é só o uso de roupas fechadas que causam a Candidíase. Veja abaixo.

  • Gravidez – o meio vaginal fica favorável ao desenvolvimento da cândida devido ao aumento dos níveis de estrogênio.
  • Anticoncepcionais – o estrogênio também fica abundante no fluxo vaginal.
  • Menopausa – a diminuição dos hormônios femininos faz com que a mucosa vaginal fique menos resistente.
  • Corticoides – provoca alteração no sistema imunológico.
  • Antibióticos – podem gerar um desequilíbrio entre a flora bacteriana do órgão genital feminino e a micótica.
  • Distúrbios endócrinos – como o diabetes, que provoca alta concentração de açúcar no meio vaginal e na urina.
  • Higiene pessoal – um mau hábito de higiene pode disseminar os micro-organismos do intestino para o órgão genital feminino.
  • Roupa íntima de material sintético – produz uma situação de calor e umidade sobre a pele, acúmulo de suor, favorecendo o crescimento da cândida.
  • Agentes sensibilizantes de pele – a pele pode sofrer lesões ou inflamação pela ação de sabonetes, desodorantes e nebulizações vaginais (ducha).
  • Relações sexuais – a mulher pode adquirir candidíase vaginal através da auto infestação e contaminar o seu parceiro sexual, que passa a ser uma fonte de contágio. E também se houver promiscuidade sexual.
  • Roupas – Meias de nylon e calças apertadas. As calças, como já visto acima, atrapalha na circulação de ar, fazendo com que a parte intima não respire e o uso prolongado de biquíni molhado também coopera.
  • Parceiros masculinos – mesmo não apresentando os sintomas, a mulher pode passar a candidíase ao seu parceiro. Poucos homens apresentam os sintomas, mas são fontes de reinfecção.
  • Pele dos genitais – a candidíase pode reaparecer a partir de lesões, como um trauma provocado na relação sexual.
  • Artigos de uso pessoal – os fungos ficam em escovas de dente, bidês, banheiras e roupas íntimas.
  • Trato gastrointestinal – o intestino é um reservatório de colonização. Uma higiene íntima inadequada pode provocar a disseminação do micro-organismo do intestino para o órgão genital feminino, causando reinfestação.

O desconforto é, altamente, aparente. A mulher sente coceira, ardência ao urinar, corrimento branco espesso e aderente, vermelhidão na vulva e incomodo durante a relação sexual. Aparecendo um desses sintomas, procure imediatamente um médico. O tratamento é simples e em alguns casos, com resultado imediato. Ele é via oral – dose única – e cremes locais. O uso de sabonete intimo também ajuda na prevenção da Cândida. Para que seja feito o uso do sabonete correto, é necessária a orientação do médico, pois ele vai saber o tipo de pH feminino – já que ele difere de mulher para mulher.

O uso adequado do absorvente intimo também pode ser um bom aliado, afinal ele faz parte da higiene pessoal feminina e por isso deve estar ligado à prevenção de qualquer imprevisto na saúde intima da mulher. Os médicos recomendam trocá-lo em, no máximo, 4 horas após o uso, seja ele interno ou externo.

Embora o externo tenha um algodão mais suave que evita a irritação na pele, o interno dá mais condições de movimentos à usuária e por sugar a menstruação antes de sair do corpo, evita odores e é mais higiênico. Usado na forma correta, não provoca dores.

A alimentação correta ajuda a evitar a infecção. Existe uma dieta adequada para isso, na qual recomenda-se evitar açúcares e carboidratos, dando preferência aos alimentos ricos em vitamina A e D. Esse tipo de alimentação favorece o sistema imune, fazendo com que o organismo consiga vencer o fungo e, portanto, a doença.

Homens não estão livres de ter Cândida e nesse caso, os sintomas são: dor durante o contato íntimo, assadura na glande, ardor ao urinar, leve inchaço do órgão genital masculino e em alguns casos, pode acontecer um corrimento semelhante ao sêmen. Nesse caso, procure um médico tão logo perceba qualquer um desses incômodos.  

Alguns cuidados básicos podem evitar todo esse transtorno às mulheres. Saiba como:

  • Fazendo uma perfeita higienização durante o banho.
  • Preferindo sabonete, absorvente e papel higiênicos neutros.
  • Evitando banho em banheiras.
  • Não usando toalhas e roupas de outras pessoas.
  • Secando bem todo o corpo.
  • Praticando a higiene pessoal de forma correta: deve ser feita da vulva para o orifício retal, nunca ao contrário.
  • Optando por calcinhas de algodão.
  • Lavando as roupas íntimas com água fervente e sabão.
  • Usando de forma reduzida meias e roupas íntimas de nylon e calças apertadas.
  • Passando as roupas íntimas com ferro.

Lembre-se: a Candidíase não é uma DST, mas causa transtornos sérios. Evite. Caso tenha, trate-se.