Antes que o leitor reclame, eu sei que esta canção já passou por esta sessão, mas foi há bastante tempo e em outra versão. Esta que trago aqui foi gravada pela cantora mexicana Guadalupe Pineda em show tributo à grande Mercedes Sosa, show que aliás estou há muito tempo querendo achar para comprar ou, se não disponível, para fazer o download. No Youtube há apenas algumas faixas.

A canção, “Como La Cigarra”, um dos grandes sucessos da cantora argentina (1935-2009), tornou-se um hino de resistência à feroz ditadura argentina do final da década de 70 e início de 80, onde a cantora chegou a ser presa no palco e forçada a se exilar – ela foi proibida de cantar no país.

A música tornou-se mais um acalanto aos lutadores, como o leitor pode ver pela letra, de autoria da escritora platina Maria Elena Walsh.

Deleite-se. E bom final de semana. A tradução não está muito boa, mas como não falo espanhol não tenho muito como mexer. Correções serão bem vindas.

Como La Cigarra

 

Tantas veces me mataron,

tantas veces me morí,

sin embargo estoy aquí

resucitando.

Gracias doy a la desgracia

y a la mano con puñal,

porque me mató tan mal,

y seguí cantando.

Cantando al sol,

como la cigarra,

después de un año

bajo la tierra,

igual que sobreviviente

que vuelve de la guerra.

Tantas veces me borraron,

tantas desaparecí,

a mi propio entierro fui,

solo y llorando.

Hice un nudo del pañuelo,

pero me olvidé después

que no era la única vez

y seguí cantando.

Cantando al sol,

como la cigarra,

después de un año

bajo la tierra,

igual que sobreviviente

que vuelve de la guerra.

Tantas veces te mataron,

tantas resucitarás

cuántas noches pasarás

desesperando.

Y a la hora del naufragio

y a la de la oscuridad

alguien te rescatará,

para ir cantando.

Cantando al sol,

como la cigarra,

después de un año

bajo la tierra,

igual que sobreviviente

que vuelve de la guerra.

Como La Cigarra (Tradução)

 

Tantas vezes me mataram

Tantas vezes morri

Entretanto estou aqui

Ressuscitando

Graças dou à desgraça

E à mão com punhal

Porque me matou tão mal

E segui cantando

Cantando ao sol

Como a cigarra

Depois de um ano

Debaixo da terra

Igual sobrevivente

Que volta da guerra

Tantas vezes me apagaram

Tantas desapareci

A meu próprio enterro fui

Sozinho e chorando

Fiz um nó do lenço,

Mas esqueci depois

Que não era a única vez

E segui cantando

Cantando ao sol

Como a cigarra

Depois de um ano

Debaixo da terra

Igual sobrevivente

Que volta da guerra

Tantas vezes te mataram

Tantas ressuscitará

Quantas noites passará

Desesperando

E à hora do naufrágio

E à da escuridão

Alguém te resgatará

Para ir cantando

Cantando ao sol

Como a cigarra

Depois de um ano

Debaixo da terra

Igual sobrevivente

Que volta da guerra”