Neste sábado, a coluna “A Médica e a Jornalista”, assinada pela Anna Barros, trata de um problema de saúde que causou a internação de um parente próximo meu: o pneumotórax.
Pneumotórax

Segundo o livro Doenças Pulmonares, de Affonso Tarantino, pneumotórax significa presença de ar na cavidade pleural. A interposição desse ar entre os dois folhetos pleurais cria espaço real, que os separa.
O pneumotórax pode ser dividido em três grupos: espontâneo, traumático e iatrogênico.
Há várias características que dariam origem a vários subgrupos: assim um pneumotórax pode ser parcial ou total, uni ou bilateral, normotensivo, hipotensivo ou hipertensivo, livre ou septado, aberto ou fechado.
O pneumotórax espontâneo primário acontece em pacientes sem doença pulmonar prévia. É mais frequente no sexo masculino e acomete adultos jovens. Quase sempre é unilateral, um pouco mais comum à direita.
Os fumantes têm mais risco de ter pneumotórax espontâneo que os não-fumantes e sua origem ocorre a partir de vesículas que podem se romper para a cavidade pleural: as chamadas blebs, do inglês “bolhas”.  A ruptura bleb se deve a um aumento da pressão no seu interior.
O pneumotórax espontâneo secundário ocorre em pacientes acima de 45 anos, é mais grave em relação ao primário e está relacionado a uma doença pulmonar pré-existente.  As doenças que podem levar a isso são: asma brônquica, tuberculose pulmonar ou doenças infecciosas como a pneumonia estafilocócica, que é a principal causa em crianças.
Os sintomas do pneumotórax são dispneia  súbita, dor torácica, palidez abundante, sudorese intensa e extremidades frias – podendo ocasionar um choque.
Por isso deve-se levar o paciente ao hospital imediatamente para que seja realizada uma radiografia de tórax PA – se houver tempo. Se o pneumotórax for hipertensivo deve-se introduzir uma agulha descompressiva no segundo espaço intercostal na linha axilar média e depois é feita uma drenagem de tórax fechada. O pneumotórax hipertensivo é uma complicação do pneumotórax e geralmente ocorre após um trauma.
Outras complicações do pneumotórax são: hemopneumotórax, quando ele é acompanhado de sangue na cavidade pleural, edema pulmonar por reexpansão, enfisema subcutâneo e pneumomediastino, que é raro.
O pneumotórax traumático acontece após acidentes automobilísticos onde há a compressão do tórax com fratura de costelas ou por ferimentos de arma de fogo ou faca na altura da cavidade pleural.
O pneumotórax iatrogênico é aquele infelizmente produzido pelo médico. Acontece geralmente após punção venosa profunda, principalmente de veia subclávia, por toracocentese, biópsia pleural, traqueostomia, entre as principais.
O tratamento de escolha é a drenagem pleural fechada. É um procedimento de fácil execução e deve ser realizado por um cirurgião geral ou de tórax. Há intensivistas mais completos que podem realiza-lo e desde que saibam a  técnica estão autorizados para tal.
É realizado através de uma anestesia local no sexto ou sétimo espaço intercostal na linha axilar média. É realizada uma incisão para a introdução do dreno, após uma divulsão com uma pinça hemostática. Após a drenagem realiza-se uma radiografia de controle.
O dreno só é retirado quando não há mais borbulhos no selo d”água, que é um reservatório fechado preenchido com 500 ml de Soro Fisiológico a 0,9%. Essa drenagem é indicada quando há um pneumotórax de mais de 20%. Menos que isso ele é reabsorvido pelo organismo, mas há que acompanhar com a radiografia de tórax.
Esta só foi uma pincelada a respeito do pneumotórax a pedido do editor do Ouro de Tolo, Pedro Migão. Espero que tenham gostado e se conscientizado que é uma emergência médica e precisa ser tratada e avaliada no Hospital.
Até a próxima!
Forte abraço,
Anna Barros