Neste domingo, a coluna “Orun Ayé”, assinada pelo compositor Aloisio Villar, traz um tema que nos é muito caro: o amor.
Aproveito para avisar aos leitores que estarei em viagem de hoje até o próximo domingo, primeiro a trabalho durante a semana em Porto Alegre e fechando com o curso de degustação cervejeira do Mestre Maurício Beltramelli em Campinas, sábado. O Ouro de Tolo será atualizado diariamente, como sempre, mas a interação via e-mail e na área de comentários estará intermitente durante o período.
O Amor
Já falei desse tema antes, mas acho que falar de amor nunca é demais.
Acredito que o amor seja o sentimento mais puro que existe, o mais humano. Nós conhecemos o amor logo ao nascermos: o amor de nossa mãe. Através de seu seio conhecemos nosso primeiro alimento e uma criança amada, cuidada com zelo, carinho transforma-se em um adulto feliz.

Convivemos desde cedo com várias espécies de amores. O amor com nossos pais, irmãos, familiares, por nossos bichos e o amor pela nossa professora quando lhe entregamos uma maçã e recebemos em troca um beijo no rosto – que nos deixa ruborizados.

Amamos o lugar que moramos, aquele programa de TV inesquecível que mesmo adultos nos lembramos dele saudosos, amamos o time de futebol que escolhemos para torcer. Sofremos, sorrimos e choramos com ele e amamos nossos amigos.

Sim, amamos nossos amigos. As mulheres têm mais facilidade em demonstrar esse afeto; homem já é mais rude, não gosta de mostrar porque acha que não é “coisa de macho”.

Uma grande bobagem porque existem poucas coisas na vida mais especiais que a amizade. O amigo é o irmão que a vida nos tráz e muitas vezes vale mais que um irmão tornando-se nosso companheiro no choro, no riso, nosso confidente. Aquele cara com o qual nós brigamos, rolamos no chão caindo na porrada, mas algum tempo depois estamos abraçados rindo.

E tem aquele amor que abala nossos corações, o amor entre homem e mulher, homem e homem, mulher e mulher, não importa. O amor que sempre procuramos: a nossa alma gêmea.

Não é fácil encontrar essa pessoa. Imagine que existam hoje sete bilhões de pessoas no mundo, entre essas sete bilhões temos que encontrar uma, aquela que a gente olhe e diga “é essa”. Matematicamente falando parece que é bem difícil, mas por Deus, acontece… O negócio é não deixarmos passar.

Essa é a questão, esse é o problema. O ser humano é falho por natureza e faz muitas bobagens achando que o amor da pessoa que está com ele é para sempre, mas como dizia Cássia Eller o “pra sempre, sempre acaba”. O amor é uma flor que tem que ser bem cultivada todos os dias, ser regada com carinho para não morrer.

Somos imaturos e damos muitas cabeçadas para perceber o óbvio. Que o sofrimento é um sentimento opcional: o obrigatório sempre tem que ser buscar a felicidade e fazer feliz aquela pessoa que amamos.

Como percebemos que é aquela pessoa? É muito fácil: aquela pessoa tem aquele beijo, aquele abraço.

Beijar é fácil, tem gente que vai pra balada e tira maior onda depois dizendo que beijou vinte, mas nada se compara àquele beijo, que até nome de novela virou. A gente pensa que é bobeira, é historinha de “romanticobrega”, mas é verdade. De que adianta beijar vinte em uma balada se o beijo de uma pessoa as vezes vale por todo o planeta?

Não tem coisa melhor que beijar aquela pessoa especial que faz o coração gelar, acelerar, que te tira do eixo, do seu normal. É um beijo que vale como sexo, é um orgasmo, um prazer incontrolável.

Não tem coisa melhor de beijar, abraçar forte aquela pessoa, a gente lembra do super homem que fez o tempo voltar e só queria que ele ao menos parasse. Pegar um monte é até legal, mas dormir abraçado com “a pessoa”, sentir sua respiração, acordar no meio da noite e vê-la lá dormindo é maravilhoso.

Domingo passado eu voltava para casa de manhã e dentro da condução pensei sobre esse assunto da coluna e como era o amor da minha vida. Cheguei em casa e escrevi alguns pensamentos postando no Facebook, dividirei com vocês.

Amor da minha vida
O amor da minha vida é aquela pessoa que me entende no olhar e pelo jeito que estou e falo sabe se estou bem ou não.

O amor da minha vida dá um beijo no meu rosto e fica do meu lado sem dizer nada quando estou triste e só de ficar ao meu lado já me ajuda. O amor da minha vida é aquela pessoa que logo vem a minha mente quando quero dividir uma notícia boa, uma fofoca ou só falar de uma cena que vi no filme.

O amor da minha vida é a pessoa que dou um sorriso só ao ver ou ouvir sua voz, é a que torce para o meu time mesmo odiando futebol e que vem à minha mente quando ouço uma música romântica. O amor da minha vida é aquela pessoa que vira amiga dos meus amigos e quando pessoa que não gosto passa me ajuda a falar mal.

A pessoa que amo tem o melhor beijo do mundo mesmo que tenha comido cebola, é a que acorda linda mesmo despenteada e com cara amassada, brinca com meu cachorro, vira mãe do meu filho, me faz amor como ninguém faz sabendo tudo que eu gosto sem nem me perguntar.

É a pessoa que um dia quero casar, ter filhos, netos, que eu ajude num sítio já velhinhos a fazer a macarronada de domingo para a família e a gente sente e rindo conte para eles a mesma história durante anos de como nos conhecemos e se divirta – mesmo com todos de saco cheio de ouvir essas mesmas histórias inesquecíveis.

O amor da minha vida é a pessoa que terá Alzheimer junto comigo. Mas mesmo já muito velhinhos nunca esqueceremos o nome um do outro, botaremos nossas dentaduras no mesmo copo, darei um beijo em sua testa, direi “boa noite minha velha” e quando ela acordar perceberá que morri. Em seus braços.

Quando eu chegar ao céu agradecerei a Deus por ter tido a ela como amor da minha vida e pedirei quando reencarnar que ela seja de novo

Porque o amor da minha vida acaba nunca. Nem com a morte.

Enfim, o amor é isso que eu disse acima. Não é sólido, líquido nem gasoso, não dá para se pegar, tocar, enxergar, é um sentimento que nasce dentro de nossos corações e conosco vive até o fim.

Todo mundo ama ou já amou, mesmo os piores bandidos ou os mais castos. O amor não tem fronteiras, nem faz distinção.

Amor, e o que é o sofrer, para mim que estou…

…jurado pra morrer de amor.

Orun Ayé!