Neste sábado em que, espero, já estar nos ares gaúchos (o post está sendo escrito com antecedência), a coluna “A Médica e a Jornalista”, da Anna Barros, nos traz o recente caso que envolveu as próteses de silicone banidas pela Anvisa, por utilizarem silicone industrial.
Passemos à palavra da colunista que, lembro, é cirurgiã plástica.
Próteses de Silicone: Caso de Saúde Pública
A cirurgia de prótese de silicone não é tão complicada como se pensa. 
Ela pode ser feita por incisão inframamária, periareolar e axilar. Confesso que prefiro o acesso inframamário, porque permite uma melhor exposição do campo a ser descolado. A prótese pode ser colocada retroglandular, ou seja, atrás da glândula mamária, ou retromuscular – ou seja, atrás do músculo peitoral maior. 
Resolvi falar sobre isso por causa da polêmica das próteses PIP e Rofil, que foram banidas pela Anvisa e que usaram em sua composição silicone industrial, incompatível com a saúde e que pode provocar câncer de mama. 
O Ministério da Saúde determinou que as próteses da francesa PIP e da holandesa Rofil sejam retiradas nos hospitais do Sistema Único de Saúde e também nos hospitais particulares dos planos de saúde. 
Alexandre Padilha decidiu conversar com a Silimed, a maior fabricante de silicones do País, para baratear os custos das próteses. Por vezes, os altos custos levam as pacientes a optarem, com a orientação de seus médicos a usarem as próteses mais baratas e que possam ser menos seguras. 
Para identificar o rompimento da prótese há alguns sinais que devam ser observados: dor forte, inchaço, vermelhidão que demonstra inflamação e a contratura capsular que faz com que as mamas fiquem extremamente duras, pétreas. Se as pacientes perceberem isso e estiverem com as próteses mencionadas, devem procurar um mastologista ou um cirurgião plástico imediatamente, de preferência os seus médicos de confiança. 
O próximo passo é a realização de uma ressonância magnética que identificará o rompimento da prótese. Se houver infecção ou inflamação severa, a prótese será retirada, mas outra só poderá ser colocada seis meses depois, quando a antibioticoterapia terá que ser lançada e o processo infeccioso debelado. 
O acontecido com essas mulheres é caso de Saúde Pública, sim, pois a integridade física delas e o bem-estar estão sob risco. Na França foram diagnosticados oito casos de câncer de mama em pacientes com a prótese PIP. 
O Ministério da Saúde está sendo enérgico nesse caso e sua atuação tem sido um verdadeiro gol de placa. 
Até a próxima!
Anna Barros