Excepcionalmente nesta quinta, temos mais uma edição da coluna “História & Outros Assuntos”, assinada pelo Mestre em História e publicitário Fabrício Gomes. O tema de hoje a resenha do filme “Capitães de Areia”, inspirado no livro homônimo do escritor Jorge Amado – que completaria 100 anos de idade em 2012 caso fosse vivo.
Aliás, livro que li quando era adolescente, e que me impressionou sobremaneira.
Capitães de Areia – Resenha Crítica
Abrindo as comemorações do centenário do nascimento do escritor Jorge Amado (1912-2012), o filme “Capitães da Areia”, dirigido por sua neta, Cecília Amado, é uma bonita reverência ao falecido e imortal escritor.
A começar por todas as particularidades que cercaram o filme, desde a escolha do elenco – formado por jovens atores oriundos de ONGs baianas – até a trilha sonora – feita por Carlinhos Brown, elemento significativo e digno representante da cultura afro-baiana. “Capitães da Areia” é uma das obras mais significativas de Jorge Amado, escrita em 1937, e possivelmente por isso tenha sido selecionada por sua neta para abrir o rol de homenagens ao grande escritor.
Na tela, percebemos o olhar fidedigno do escritor, reverberado agora por Cecília, da Cidade Baixa soteropolitana, com seus malandros, capoeiras, ruas escuras (e sujas), pescadores, baixo meretrício e clima hostil e desesperançoso, que permeiam e frequentam basicamente todas as obras de Jorge Amado.
Entretanto, não parecem clichês repetitivos, muito pelo contrário: sempre há uma revisitação a esses temas de forma original, sempre numa nova abordagem que contribui para o enriquecimento da formação cultural brasileira. Difícil seria ainda fazer uma separação entre a análise da obra literária e do filme, inclusive porque quase toda adaptação para as telas acaba caindo no limbo, sendo massacrada pela opinião crítica – o que está longe de acontecer no caso desse filme.
O submundo de Salvador pode ser comparado àquilo que o escritor cubano Pedro Juan Gutierrez (autor dos célebres “Trilogia Suja de Havana”, “O Rei de Havana” e “Animal Tropical”, entre outros) definiu bem como “Realismo Sujo” o seu estilo literário. É a história que mesmo adornada por pelas imagens do mar, do pôr-do-sol, das paisagens panorâmicas da capital baiana, não deixa de contar o dia-a-dia dificil e sofrido de um povo que tem suas particularidades e sua cultura peculiar. Nesse universo destaca-se Pedro Bala, o jovem líder, capoeira, da “gangue” dos jovens que lutam para sobreviver no filme.
No Brasil, a obra cinematográfica que mais chegou perto desse estilo possivelmente tenha sido “Amarelo Manga” (2003), de Claudio Assis [N.do.E.: vi este filme. Recomendo] , que retratou o subúrbio de Recife de maneira crua e impressionantemente realística.
Em “Capitães da Areia”, temos a Salvador dos anos 1930, com crianças e jovens abandonados por suas famílias, jogados às ruas, sem infância e esperança, obrigados a sobreviver na selva litorânea, praticando delitos e pequenos crimes – algo que ainda hoje, em pleno século XXI poderia ser adaptado para a história dos jovens de rua.
Seriam os jovens da Candelária, chacinados em julho de 1993, também Capitães da Areia – ou do Asfalto? Estamos recorrendo aqui a alguma espécie de “glamourização” da violência? Não.
Apenas retratando que independente de uma cultura própria a cada “comunidade imaginada” – seja na Cidade Baixa de Salvador, na periferia do Recife ou no centro do Rio de Janeiro, o efeito comportamental exposto por aqueles destinados à exclusão social atua de forma emblemática e desconfortavelmente real pelo mesmo conjunto de atores sociais – que permanecem ocultos durante a maior parte do tempo e só aparecem nos noticiários policiais.
Quem se lembra do Sandro do Nascimento, sobrevivente do massacre da Candelária e que no ano 2000 sequestrou um ônibus da linha 174 e mobilizou o país durante uma tarde inteira, até terminar o episódio de maneira trágica?
Pedro Bala, Professor, Gato, Sem-Pernas, Boa Vida e Dora são personagens deste “Capitães da Areia”. Não vivem – sobrevivem. Os atores oportunamente escolhidos nas ONGs para retratá-los nas telas dos cinemas são a imagem de capitães da areia do dia-a-dia, submetidos à escola da vida, onde uma linha tênue os separam do Bem e do tentador Mal.
Todos identificados com a exclusão social. Infelizmente muitos dos capitães da areia morrem na praia, antes mesmo de experimentar a sensação de mergulhar no mar. Morrem lutando, nas batalhas diárias às quais são submetidos – mesmo as que não desejam. Num país onde quem rouba um pão vai preso e o político que desvia milhões em obras públicas fica livre e é reeleito…
“Perdeu”, malandro. Mas não “esculacha”, certo?
Assistam o trailer oficial do filme:
Particularmente achei o filme muito bom ,as cenas foram reproduzidas exatamente como eu imaginei lendo o livro que é simplesmente sensacional !Cecília Amado foi tão feliz em sua adaptação da obra para o cinema quanto seu avô(Jorge Amado) quando a escreveu nos anos 1930 .
Os atores novatos deram um baile em muitos ja consagrados do cinema brasileiro.
eu nao gostei …ADOREI!muioto bom
eu amei esse filme ele e d+
Puts . me deu Dó que eles Não tinham nada e eram muito jovens para estar nesse tipo de elenco .
leo é um gay
gay é você , aprenda a valorizar um clássico literario da nossa cultura, seu idiota.
eu nao entendi isso akee
fazer uma sintese
contextualizaçao historica
resenha critica
biografia do autor
ALGUEM ME AJUDAA AE?
no
Esse filme faz nos despertar o quantidades de pessoas nesse mundo precisa de assistencia,pois muito passsam fome ,sem aonde morar, sem emprego,as doenças q na época ñ tina recurso,ou seja a desigualde social , enquanto tem muitos que tem tudo e não valoriza!!!muito bom o filme ameiii!