O leitor deste blog viu no post sobre minha ida ao Engenhão semana passada que pretendia levar minhas filhas ao Engenhão para a partida do último sábado, Flamengo e Coritiba. Pois é, deu tudo certo.
Comprei os ingressos na última quinta feira, através do site “Ingresso Fácil” – que deveria se chamar “Ingresso Difícil”. Uma série de absurdos marcaram a compra de ingressos.
Só se pode pagar com Mastercard, e de alguns poucos bancos. Como só tenho cartão Visa, e do Banco do Brasil, tive de recorrer ao meu irmão, que iria com a esposa ao jogo com a gente (foto abaixo). Além disso, troca-se a senha sem precisar de e-mail de confirmação e o sistema como um todo me parece inseguro. Sem contar que paguei R$ 11 de taxas apenas para não enfrentar filas na hora de trocar o voucher pelos ingressos na bilheteria. Uma vergonha.
Minhas filhas passaram sexta e sábado ansiosas com a partida. Seria a estréia da Ana Luisa, a minha mais nova – hoje com quatro anos. Maria Clara, mais velha, esteve em um Flamengo e Coronel Bolognese em 2008 – o amigo Lédio Carmona contou aqui esta história.
Chegamos por volta de 16:30 ao Engenhão. Estacionei no próprio Engenhão, que possui um número bastante amplo de vagas. Contudo, ainda inadequadas às exigências da Fifa,de 10% dos lugares do estádio. O Engenhão possui 45 mil lugares e apenas duas mil vagas de estacionamento.
A se lamentar apenas o excesso de água empoçada, de origem desconhecida. Paga-se R$ 15 para se ter acesso e a saída é relativamente próxima, embora fora do complexo.
Troquei os ingressos e por volta de 17:15 já estávamos dentro do estádio. Elas tudo perguntavam, tudo queriam saber, e já queriam as guloseimas. Comeram pastel, pães de queijo e sorvete. Como escrevi na semana passada existe uma variedade bastante razoável de opções de alimentação, muito superiores ao antigo Maracanã. Ainda não é o ideal mas é aceitável.
Lamentável, apenas, a troca de cadeiras do Setor Sul, atrás do gol à direita das cabines de rádio – ângulo oposto ao das fotos deste post. Elas passarão a ser vermelhas e brancas, formando o nome de uma marca de  cerveja – que me recuso a citar aqui.
Isto representa uma descaraterização do estádio, ainda mais levando-se em conta a hipócrita proibição da venda de cervejas no estádio. É um absurdo que deveria ser coibido pela prefeitura, dona do estádio. Abaixo a foto mostra que ainda não está completa a troca – e por isso o referido setor não estava disponível para a partida.
Desta vez, como estava com a família, fui de setor Leste Inferior. A visão da partida é um pouco melhor que no andar superior, mas ainda assim ressente-se da distância trazida pela existência da pista de atletismo.
A situação se amaina pelo fato da inclinação ser bem maior que no Maracanã, de forma que não se fica tão longe do campo. Neste piso inferior a distância entre as cadeiras e o degrau abaixo é bem pequena, de forma que pessoas com mais de 1m70 de altura – o que é meu caso, tenho 1m77 – ficam com as pernas encolhidas.
Por outro lado, a a altura permitiu às meninas ver o jogo sem problemas.
Ana Luisa reagiu de formas diferentes ao jogo. Às vezes prestando atenção, às vezes cantando – em especial o hino do clube – às vezes alheia. Normal em uma menina de quatro aninhos.
Já a Maria Clara, a mais velha, procurou ver o jogo com mais atenção. Cantava o hino, acompanhava as palmas, vibrou e pulou com o já tardio gol.
O público foi bastante semelhante ao do sábado anterior, embora me parecia haver mais gente desta vez. O Flamengo demorou a entrar em campo, talvez devido a um suposto atraso para se chegar ao estádio. 
Este é um problema do Engenhão: as ruas do entorno são estreitas e depois de um certo horário o trânsito fica bastante pesado. Com isso o jogo se iniciou apenas às 18:40, com dez minutos de atraso.
O jogo, em si, foi tenso. O Coritiba veio com a proposta de marcar o Flamengo e tentar achar um gol em um contra ataque. Contribuiu também o visível cansaço do Flamengo, que sentiu o esforço das três últimas e difíceis partidas.
A equipe paranaense ocupava os espaços e levava perigo ao nosso gol. No início do segundo tempo o Flamengo ensaiou uma pressão, perdeu algumas chances mas o jogo se encaminhava para um zero a zero que, apesar dos pesares, seria justo.
Mas aos 44 minutos do segundo tempo a estrela do técnico brilhou. Em uma bola despretensiosa, Ronaldinho cruzou e Jael, que substituíra o centroavante David, marcou. 
Foi vitória de time que quer ser campeão. Arrancada a fórceps, em um dia em que as coisas não correram a contento. Se não foi na técnica ou na tática, foi na garra e no coração.
Dormimos provisoriamente na liderança – o texto foi escrito antes da rodada de domingo. 
O mais importante, contudo, é saber que este time, apesar de alguns problemas – o que são Wellinton e David Braz? – tem totais condições de chegar ao final do campeonato brigando nas primeiras colocações.
Apesar dos relatos em contrário, consegui sair em um tempo razoável do estacionamento e retornar à minha casa. Contente pela vitória e, acima de tudo contente por saber que meu amor pelo Flamengo terá continuidade em minhas filhas.
O mais importante é isso.

One Reply to “Pai para filha, um amor rubro negro que se renova”

  1. Lindo texto, Migão! Parabéns por levar suas filhas no estádio e proporcioná-las momentos que lembrarão para sempre!

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