No último sábado estive no posto do Detran na Ilha do Governador para fazer a vistoria anual do meu carro. O Rio de Janeiro é um dos estados que exigem a vistoria para todos os carros emplacados no estado, de forma que a cada doze meses temos de agendar uma visita ao posto da instituição.
Ressalto que ultimamente a Polícia Militar tem feito blitzes costumeiras em diversos pontos da cidade, a fim de “capturar” automóveis que não tenham passado pela visita anual aos postos. Tais veículos são apreendidos  e rebocados, causando uma grande “dor de cabeça” aos seus proprietários.
Cheguei ao posto localizado na Ilha do Governador por volta de dez e quinze da manhã. Havia agendado a vistoria para as dez e trinta, mas descobri que, na prática, o procedimento é realizado pela ordem de chegada.
Aguardei cerca de quinze minutos e dei início ao procedimento de verificação.
Este consiste em observar se os principais elementos de segurança do carro estão funcionando: seta, faróis, limpador de parabrisa, buzina, luzes de freio e de marcha à ré. Também verifica a validade do extintor de incêndio, se há os equipamentos de sinalização e troca de pneus e o estepe está em boas condições.

No meu caso, fui “sorteado” para sofrer a vistoria da emissão de gases do motor (foto acima), que ainda não é obrigatória. Coloco entre aspas porque aproveitando-se do fato de que o estepe na Uno fica no cofre do motor a dupla de examinadoras optou por fazer o teste.

A emissão de gases é verificada em marcha lenta e à rotação de 2.500 rpm. Entretanto, não consegui manter a rotação nesta faixa e somente fui analisado na primeira situação. O supervisor de turno afirmou que para carros como Uno e Palio é difícil manter o motor na rotação solicitada, de modo que é normal não haver avaliação.

O carro foi aprovado, com os seguintes índices:

Emissão de CO2 (monóxido de carbono): o índice máximo era de 1% e foi verificado 0%.

Diluição (CO + CO2): mínimo de 6% e verificado 14,6%;

Emissão de HC – Hidrocarbonetos em partes por milhão, indicando combustível não queimado: máximo de 1.100 ppm (partes por milhão), encontrado 7 ppm.

Após a vistoria, aguardei para receber o certificado de registro veicular e, após grande demora, fui liberado. O curioso é que em momento nenhum me solicitaram a identidade ou a carteira de motorista, de forma que poderia-se perfeitamente ter se falsificado a minha assinatura que não seria detectado pelos funcionários do Detran.

Na prática, tal vistoria somente serve para criar mais um transtorno ao motorista, já atormentado por uma indústria de multas e de blitzes. O que mais se vê no trânsito carioca são carros sem a menor condição de tráfego, que certamente não passaram pela tal vistoria anual.

Pelo menos não corro risco de ser rebocado, e ainda pude apreciar a paisagem – abaixo.