O jornal O Globo de hoje traz matéria dando conta de que a Petrobras decidiu duplicar o Comperj, refinaria que está em construção na cidade de Itaboraí, Rio de Janeiro.

Originalmente a refinaria seria um complexo para a produção de matérias primas para a indústria petroquímica, em especial para diversos tipos de plástico. Originalmente a capacidade de processamento seria de 150 mil barris diários de petróleo pesado.

Com a alteração de projeto serão duas refinarias, ambas com capacidade de 165 mil barris diários de petróleo pesado. A primeira produzirá matéria prima para a petroquímica, conforme o projeto original. A segunda produzirá principalmente querosene de aviação e óleo diesel, produtos com demanda ascendente no mercado brasileiro.

Com as alterações no projeto o início da produção passa de 2012 para 2013, estando o término das obras e a produção a toda capacidade previstos para o ano de 2017. O investimento estimado passa de US$ 8,5 bilhões para US$ 20 bilhões e o número de empregos previsto, ainda antes da revisão no planejamento, era de duzentos mil na construção e mais cinquenta mil na operação propriamente dita. Não custa lembrar que além das duas refinarias propriamente ditas se instalarão na região indústrias transformadoras, a fim de utilizar a nafta (foto acima) como insumo para a produção de petroquímicos, em especial plásticos. Ou seja, o efeito indutor das duas refinarias da Petrobras na economia do Estado é bastante impactante.

Um efeito adicional da construção das duas refinarias é revitalizar a economia da região de Itaboraí, entre Niterói e a Região dos Lagos. Além das empresas transformadoras, toda uma infraestrutura de atendimento aos trabalhadores das refinarias e das empresas petroquímicas terá de ser criada, o que impacta na geração de emprego, renda e na arrecadação de impostos federais, estaduais e municipais.

Outra consequência é a melhora no balanço de pagamentos, pois diminui a necessidade de importação de óleo diesel e nafta por parte do país.

Penso que seria interessante os candidatos de oposição à Presidência se posicionarem sobre os planos de investimento da Cia para os anos vindouros. Em especial o candidato José Serra, haja visto que no debate do novo marco regulatório do petróleo os parlamentares da coligação PSDB/DEM vem defendendo os interesses das empresas privadas e estrangeiras de petróleo. Consequentemente, a redução de tamanho e dos investimentos da empresa brasileira.

A Petrobras hoje é uma importante indutora de crescimento do país e uma eventual redução ou diminuição de seus planos de investimento pode trazer não somente intranquilidade ao mercado petrolífero como ao próprio crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Os planos para a empresa podem e devem ser parte fundamental das propostas de campanha dos candidatos à sucessão do Presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Finalizando, não posso deixar de saudar tal elevação de investimento, que trará grandes benefícios para a economia e a população não somente do Estado do Rio de Janeiro como do país.