Domingo, dia de bons textos aqui no Ouro de Tolo.
Reproduzo texto publicado pelo jornalista Rodrigo Vianna em seu excelente “Escrevinhador”, fazendo uma análise da situação política da oposição a partir de uma entrevista do (argh) ex-prefeito e um dos líderes do DEM Cesar Maia, dada ao portal IG.
Apenas à guisa de explicação, ele compara José Serra a Vladimir Putin, o ditador atual da Rússia. Eu partucularmente prefiro aguardar mais um pouco para analisar este quadro, até por não ser exatamente um especialista no assunto. Sou um palpiteiro.
Passemos ao texto:
“A Catia Seabra fez o trabalho dela. A repórter da “Folha” viu a entrevista de Cesar Maia no IG.  Cesar  Maia (ex-prefeito carioca, liderança importante do DEM, que é aliado dos tucanos) chamou José Serra de “caudilho”. A Catia ligou pro Cesar Maia, que confirmou tudo, e ainda acrescentou:

“O Serra diz que quer ser candidato, que será candidato, que pode ser candidato, e o partido parece não ter nada a ver com isso. É um populismo descarado. Lembra os piores caudilhos. Um caudilho do passado apontava o dedo para o candidato. Agora o próprio candidato aponta o dedo para si”.

Ora, isso é um fato relevante. Deveria, no mínimo, ser manchete. O que a “Folha” fez na edição impressa? Botou a notícia sem destaque, na página A-9. No alto da página, havia uma matéria sobre petistas (ligados a “Mensalão”, segundo a “Folha”), e que tentam voltar à direção do partido.

O que tem mais relevância? Pensem bem. Imaginem se o líder do PSB, por exemplo, dissesse que a Dilma era autoritária, caudilha? Isso não virava manchete?

O episódio mostra duas coisas:  

– a “Folha” segue fiel ao Serra;

– a “Folha” e a Globo  talvez sejam os últimos bastiões de Serra.

Cesar Maia não falou o que disse num “rompante”. É um movimento calculado. Há um mês, foi o filho dele que mandou recado. O DEM prefere Aécio. Menos o Kassab, que atrelou seu futuro a Serra. Mas o  DEM, fora de São Paulo, prefere Aécio.

Serra pode insistir na candidatura. Terá contra ele boa parte do DEM. E terá a má-vontade de Aécio, que vai fingir que apóia Serra, mas vai encostar o corpo –  entregando Minas a Dilma.

De outro lado, imaginem se Serra desistir. Aécio terá os votos (e o empenho) dos tucanos de São Paulo? Dificil. Por isso, o mineiro precisa de uma decisão logo. 

Ele tentará se cacifar como o pós-Lula. Tentará vender, para a elite brasileira, a idéia de que pode ser um presidente “pacificador”. Pra isso, precisa de tempo. E não pode virar candidato como “regra três” – depois de Serra desistir.

Serra, dizem até muitos tucanos, é pior do que os caudilhos. Serra é um Putin. Serra pede a cabeça de jornalista que faz pergunta de que ele não gosta.

Qualquer jornalista com 3 meses de experiência em São Paulo sabe que Serra pede cabeças.

Atualmente, a cabeça que ele quer é a cabeça de Aécio. A cabeça de Cesar Maia também corre risco.

O problema não é  o Rodoanel que despenca. O problema são os apoios que não aparecem. Mais que isso: o DEM perdeu o medo de dizer que não quer Serra.

Daqui a pouco aparece um filho fora do casamento do Cesar Maia. Ou um jornalista pra dizer que Cesar bateu na mulher. Mas isso é problema deles: eles que são demo-tucanos que se entendam.

O que interessa anotar é que Putin (apesar do esforço da “Folha” pra esconder o fato) está em dificuldades. E nessas horas ele fica mais perigoso… Aí somos todos nós que corremos risco.

Aqui, a matéria da Catia Seabra sobre o ataque de Cesar Maia a Serra”

7 Replies to “A Cesar o que é de Serra. E a Putin…”

  1. Cheguei aqui via “Classe média, way of life”.

    Parabéns!!!

    Eu fico imaginado como estariam os comerntários da impresa ante-Lula se este acidente tivesse acontecido em uma obra do Governo federal.

    Estou passando aqui para convidá-lo para fazer uma visita no “blog do Jesus” (http://jesusprev.zip.net). É um blog que discute previdencia sem os “ismos” que normalmente acompanham este tema.

    Jesus Divino Barbosa de Souza
    jesusprevidencia@hotmail.com
    http://jesusprev.zip.net

  2. É sim. No Rio de Janeiro está morto politicamente. Completamente irrelevante. O seu filho, o Malinha, aparece mais que ele.

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