Agora, com calma, queria escrever algumas coisas sobre a nossa vitória.
Quem é da minha geração – trinta e poucos anos – que foi criança no final da década de setenta ou no início da década de 80, tinha os Jogos Olímpicos como algo etéreo, somente visto pela televisão. O país vivia uma grande crise econômica, final da ditadura e início da redemocratização, e o quadro de desemprego e desesperança, especialmente econômica ajudaram a tornar a minha geração extremamente individualista.
Nem em sonho podería imaginar que veria a minha cidade, o meu país, escolhido como sede das Olimpíadas. Éramos um estado inferior, uma raça inferior, uma economia quebrada e um povo cuja única esperança era o fim da ditadura – logo uma grande decepção.
Confesso aqui que torcia muito, mas não acreditava. Para alguém da minha geração, que viu o país na lona, era algo que fugia de nossos objetivos. Era devaneio puro.
Mas o país mudou, cresceu, está se desenvolvendo e assumindo um papel mais importante na geopolítica mundial. E ganha este presente dos céus, respaldado em trabalho forte e ritmado, com esforço da nova diplomacia brasileira.
Assim como o menino pobre saiu de Cascadura para vencer na vida, o Brasil pobre saiu do terceiro mundo para aparecer e se firmar como nação emergente no cenário de poder.
Eu, que sou uma pessoa de emoções contidas, me emocionei ao ver as imagens agora à noite.
Para a minha gente, para a minha idade, é um simbolismo e tanto. Estou muito feliz.
É isto, meu amigo. Parabéns para nós todos. Também não esperava que acontecesse isto na minha jornada terrena.
Estamos felizes e esperançosos de dias melhores para este país cheio de possibilidades.
Abração!
Omar Vidigal
Obrigado, Omar, seja bem vindo !
abraço forte