Esta semana a Carta Capital traz em sua versão impressa uma excelente matéria sobre o uso excessivo do Roundup, nome comercial de um defensivo agrícola denominado glifosato.

Este agrotóxico é moldado para a própria semente de soja transgênica da Monsanto, que também fabrica o Roundup !

A matéria fala dos problemas à saúde que a utilização indiscriminada do herbicida está causando na Argentina, onde 99% da plantação de soja é transgênica, depende do Roundup e está gerando problemas como má-formação de fetos e cânceres indiscriminados.

Também relaciona as pressões que o cientista responsável pelas pesquisas sofre por parte do governo argentino e os defensores que a companhia química tem dentro do mesmo.

Como diz trecho da matéria:

“Há 35 anos a multinacional Monsanto começou a testar um herbicida à base de um componente químico chamado glifosato. Na década de 80, chegou à formula final do Roundup, que a partir dos anos 90 passou a ser utilizado em várias partes do mundo em pequena ou média escala (no Brasil, nos campos cobertos pelo agronegócio).

Mas é na Argentina, onde seu uso foi autorizado em 1996, que o glifosato é usado em larguíssima escala: por ano, 280 milhões de litros são fumigados ou aspergidos nas gigantescas plantações de soja transgênica que cobrem 18 milhões de hectares e não param de crescer. Aliás, 99% da soja argentina é transgênica, originada a partir de sementes geneticamente modificadas pela própria Monsanto. Ou seja: a multinacional criou uma semente que resiste ao mais violento herbicida que ela mesma produz. Ervas, insetos, anfíbios, aves e animais sofrem efeitos letais. O produto contamina a terra e as águas. Agora, o pesquisador argentino Andrés Carrasco denuncia que o glifosato pode ser letal ao ser humano.”

A soja transgênica se alastrou de tal forma pelo país vizinho que a Argentina este ano terá de importar trigo e carne bovina, que são os produtos símbolos do país.

Além da questão do uso indiscriminado do glifosato, outra questão preocupante é que estas sementes transgênicas não têm as suas mutações devidamente controladas.

Em português claro: o consumo desta soja não é garantia de saúde, muito pelo contrário. Na minha casa não entra mais soja comum, utilizo óleos de milho, girassol ou canola para cozinhar.

Então chegamos ao livro cuja capa ilustra este post. “O Mundo segundo a Monsanto” é um exaustivo trabalho de pesquisa que envolve a obssessão da companhia pelo lucro fácil e como a empresa não hesitou em promover destruição em sociedades inteiras para obter lucros fáceis.

O livro conta a história do agente laranja, da dioxina, das sementes transgênicas, da destruição de estruturas produtivas em diversos países, da contaminação de culturas no Canadá e em outros locais.

Outro aspecto interessante são as manobras da empresa a fim de ocultar os malefícios à saúde de seus produtos, envolvendo governos e esferas judiciárias, bem como a dificuldade enfrentada por aqueles que tentaram enfrentar a Monsanto.

Efetua também um bom painel de suas relações incestuosas com diversos governos, com denúncias de manipulação de dados, corrupção e ameaças de uso da força.

Um relato estarrecedor e indispensável.

4 Replies to “Monsanto, Glifosato e soja transgênica”

  1. O Glifosato não é um remédio e sim um herbicida, conforme escreve no terceiro parágrafo.
    O Glifosato pode ser espargido todavia não pode ser fumigado,conforme relatado no segundo parágrafo do trecho publicado da matéria.

  2. Como o glifosato pode ser moldado para a soja transgênica se este veio antes? Vc quis dizer o contrário? a soja é moldada ao glifosato? o que isso traria de benefício?

  3. Caro anônimo funcionário da Monsanto (rs), evidente que a semente da soja foi moldada para resistir ao agrotóxico, que vocês também fabricam.

    O benefício é prender o agricultor à Cia, aumentando os lucros da empresa…

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