Sexta feira, dia cultural no Ouro de Tolo. Ainda mais em uma semana como esta, em que o tema “cultura” esteve permeando os posts.

Também como já devem ter percebido, esta semana dei uma renovada no meu estoque de CDs. Acabei encontrando uma pérola: o CD em que Jair Rodrigues comemora 50 anos de carreira e 70 de idade.

Gravado ao vivo e com diversos convidados, o disco faz uma viagem pela carreira do cantor. Mesmo com a voz já claramente cansada, ele consegue se adaptar às limitações e faz registros muito interessantes de algumas músicas.

A versão de Disparada, embora não supere a antológica gravação original, ficou muito gostosa de se ouvir.

Da mesma época, “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores”, música histórica – mas muito pouco gravada devido às negativas do autor Geraldo Vandré em liberar os direitos – ganha um registro emocionado, e que emociona quem gosta de boa MPB.

Como portelense que sou também destaco o dueto com Jairzinho, seu filho, nas faixas “Coisas do Mundo, minha Nega” e “Foi um Rio que Passou em Minha Vida”. Jairzinho consegue emular bem a voz do grande Élton Medeiros, e isto dá um tempero todo especial às faixas.

Uma boa surpresa. Não dou nota 10 devido à presença de Chitãozinho e Chororó em uma das faixas…

A propósito, o título do CD vem de “Festa para um Rei Negro”, samba enredo do Salgueiro de 1971 que revolucionou o gênero e que foi gravada pelo artista à época. Para quem não conhece, é o samba deste refrão:

“Ole lê
Ola lá
Pega no ganzê
Pega no ganzá”

No site da Saraiva está R$ 24,90, menos até do que paguei na loja.

Também está disponível em DVD, com mais músicas. Não sou muito de DVDs musicais, mas acho que este irei comprar.

One Reply to “Festa para um Rei Negro”

  1. Festa para um Rei Negro foi um divisor de águas na história dos sambas-enredos. Até então eram longos e de difícil assimilação.
    Festa veio causando polêmica, foi motivo de discussões, sendo considerado enredo com letra menor,seu refrão fácil demais, entretanto o público amou o samba e merecidamente cantou empolgado. Eu, com 17 anos na época, fiquei emocionada, cantei, vibrei e agradeci Zuzuca por ter feito um samba com refrão simples e gostoso de se cantar. Viva Festa para um Rei Negro !

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