Ontem, 15 de Junho, o Maracanã estava de volta após 64 anos à maior competição do futebol mundial. Além disso, receberia aquele que é considerado o melhor jogador da atualidade, quatro vezes melhor do mundo pela Fifa: Lionel Messi.
Também seria minha estreia em uma Copa do Mundo, mas, obviamente, este é um evento de menor importância frente aos anteriores. Mas precisava chegar lá.
Como fiz na Copa das Confederações, deixei o meu carro no shopping Nova América e me direcionei ao estádio de metrô – estava com a família. Desci na estação Maracanã (foto), totalmente reformada, e que embora ainda não pronta atendeu perfeitamente ao público.
Mesmo ainda com mais de duas horas para o início da partida, o tumulto na saída da estação era muito grande. Levamos um bom tempo até chegar ao nosso acesso, que era o B. Poucos orientadores, não havia barreiras para portadores de ingressos e policiamento muito ruim e escasso.
Mas enfim, chegamos. Passamos nas catracas – inclusive com ingressos trocados entre mim e minha filha mais nova, ou seja, não conferiram – e adentramos o estádio. Fiquei entre o Setor Oeste e o Sul, próximo às cabines de imprensa do estádio.
Começaram os problemas: não havia nenhum item de alimentação disponível no nível 2, onde eu estava, as filas para compra de bebidas estavam imensas devido à lentidão dos atendentes e a loja de produtos estava sem o sistema de cartões de crédito. Aliás, o atendente estava oferecendo camisas da Rússia a quem queria da Bósnia, não disponível…
Além disso, muita gente furando fila, o que em dado momento levou a Polícia Militar a interferir “delicadamente” para retirar alguns espertinhos. A propósito, a cerveja acabou no intervalo onde estava.
Também não havia – pelo menos onde eu estava – vendedores ambulantes nas cadeiras. Chamava a atenção o número de argentinos: estimaria que, dos 74 mil presentes, uns 30 mil fossem “hermanos”, outro tanto de brasileiros e o restante turistas de outras nacionalidades. Onde estava não vi qualquer problema entre torcidas – à exceção de uma pequena confusão ao final – mas há relatos que no Setor Norte, onde se concentrou a maioria das “hinchadas” (torcidas organizadas) argentinas, houve tumulto e brigas.
No setor onde ficamos havia muitos bósnios também, com um grupo de uns dez torcedores bastante animados imediatamente à nossa frente. A torcida argentina, entretanto, é um show à parte quando se manifestava. É impossível não se emocionar com a energia dispendida, tanto em seus cânticos quanto no hino nacional – que registrei em vídeo, mas, por motivos que contarei ao final, infelizmente não poderei colocar neste artigo.
Por outro lado, para mim ficou claro que teremos problemas sérios nas cadeiras em uma eventual final entre Brasil e Argentina.
O jogo em si talvez tenha sido o mais fraco a que assisti nesta Copa do Mundo, pelo menos até agora. Além de duas equipes com propostas defensivas, com cinco zagueiros, o gol argentino logo no início da partida também deu uma boa esfriada no jogo.
A maioria dos brasileiros torceu pela Bósnia, o que levou a um quadro de torcidas divididas bastante interessante para quem gosta de futebol. Com direito a uma versão da canção clássica das arquibancadas “Domingo eu vou ao Maracanã” com um “Bósnia” substituindo o nome do time ao final.
No início do segundo tempo o técnico bósnio avançou sua equipe a fim de tentar o empate, o que melhorou um pouco o jogo, com mais chances de gols. Só que aí apareceu o craque.
Messi, que vinha tendo uma atuação um tanto quanto apagada, fez um golaço no estilo “videogame”, com direito a deixar dois zagueiros adversários no chão. A partir daí o jogo ficou mais aberto e, após o tardio gol de honra da Bósnia – o primeiro de sua história em Mundiais – as duas equipes tiveram chances de mexer no placar novamente.
Para mim ficou claro que, se a Argentina quiser ir longe nesta Copa do Mundo, precisa acertar a defesa, especialmente seu lado esquerdo, onde há uma “avenida” – cheguei a evocar o lateral esquerdo do Flamengo André Santos em alguns momentos. O time bósnio me pareceu extremamente lento em alguns momentos, e não acredito que vá além das oitavas de final, se tanto.
O grande problema foi na saída do estádio. Tumulto, a passarela provisória que dá acesso à estação Maracanã balançando assustadoramente e policiamento zero, talvez mais preocupado com os protestos que, segundo consta, estavam ocorrendo próximo.
Resultado: muitos furtos – e este escriba teve seu celular afanado na confusão, levando um prejuízo digno de nota. Além disso, perdi as fotos e vídeos que havia feito – a exceção foram as fotos que subi para as redes sociais durante o jogo em tempo real, que ilustram esta matéria.
Aliás, é uma grande ironia pensar que frequento o Maracanã há 35 anos, cansei de assistir a partidas dentro das organizadas do Flamengo e acabar sendo furtado em um jogo de Copa do Mundo…
Sobre telefonia, uma no cravo e outra na ferradura. A telefonia 4G estava funcionando otimamente, tanto que nem testei o sistema wifi que fora anunciado como indisponível. Por outro lado, é inadmissível a demora da operadora Vivo para registrar o roubo e bloquear aparelho e linha: fiquei uns bons 45 minutos para conseguir falar com um atendente e fazer o registro. Por sorte não tive, ao que parece, maiores problemas, mas esta demora pode causar problemas muito maiores em outras situações.
Para os leitores que forem a outras partidas no estádio, faço uma recomendação: cheguem cedo e, se puderem, esperem um pouco ao final. Sabemos que a amplitude do evento é muito maior que a Copa das Confederações, mas a organização piorou muito ao se comparar o que vi ontem e o ocorrido há um ano.
Ajustes precisam ser feitos em vários sentidos: conveniências, isolamento do estádio, policiamento e na segurança desta passarela provisória. Por outro lado, o Metrô funcionou a contento e o sistema de catracas e detector de metais, idem.
Ainda assim, inesquecível – e quarta feira estarei de volta. Além disso, este blog terá relatos de outros jogos no decorrer desta semana.
Recomenda então, após o apito final da partida, esperar uns 20, 30 minutos, para que a massa consiga se dispersar para fora do estádio? Abs.
Vamos ver amanhã Espanha e Chile, como será