Se o Flamengo fosse um banco ou uma empresa multinacional poderíamos dizer que teve um ano maravilhoso.

Cresceu administrativamente, inaugurou CT moderno, aumentou seu caixa, cada vez mais saneado, no azul, poderoso, uma maravilha. Só que o Flamengo não é um banco, não é uma multinacional, o clube trabalha com paixão e nisso vai muito mal.

O ano começou conturbado com a situação de Reinaldo Rueda. Apesar de todos os indícios que ele iria embora o clube teimava em acreditar em sua palavra só tendo certeza da perda do técnico quando o mesmo partiu. Nisso já era janeiro com uma Libertadores batendo na porta e o clube teve que correr colocando Paulo Cesar Carpegiani, contratado para ser coordenador técnico, para ser o treinador.

O rubro negro é um saudosista, vive preso a 1981 e tudo que lhe cerca. Com esse sentimento de saudade achou mesmo que Carpegiani, que há tempos não mostra nada relevante no futebol, poderia fazer algo, poderia ser o Carpegiani de 1981. Ousou no esquema tático colocando os três meias, Diego, Paquetá e Everton Ribeiro, como titulares e no começo deu certo. Deu certo no carioca onde os adversários eram muito inferiores e assim ganhou a Taça Guanabara com pé nas costas.

Não convencia na Libertadores, mas ao menos não perdia mesmo com muitos empates. O time voltou a ser aquele preguiçoso onde parecia não se importar muito com o que ocorria e achou que dessa forma venceria o carioca e passaria de fase na Libertadores. Conseguiu sim o resultado na competição sul americana, mesmo não mostrando firmeza nenhuma, mas no Carioca…

…no Carioca fez vexame. Foi eliminado da taça Rio pelo Fluminense e logo depois eliminado na semi do carioca pelo Botafogo, até então considerado quarta força. O resultado caiu como uma bomba no clube. Rodrigo Caetano e Carpegiani foram demitidos e Carlos Noval efetivado como diretor de futebol. Para treinador pegou o auxiliar Mauricio Barbieri.

A Libertadores parou e assim o time de Barbieri pôde se concentrar no brasileiro. Um grande começo com o time sendo liderado pelos garotos Paquetá e Vinicius Jr fez a torcida se empolgar, lotar diversas vezes o Maracanã e criar a expressão “segue o líder”. O clube foi com uma boa vantagem na tabela para a parada da copa e parecia encaminhar o título.

Mas não foi bem assim..

Voltou sem Vinicius Jr que foi para o Real Madrid e rapidamente perdeu a liderança para o São Paulo. Começou a oscilar na competição ao mesmo tempo em que chegava o temido mês de agosto onde os principais times passariam por uma maratona. Nessa maratona perdeu ainda mais posições no brasileiro, conseguiu eliminar o poderoso Grêmio na Copa do Brasil com uma atuação espetacular no Sul, mas conviveu com mais uma eliminação na Libertadores, dessa vez para o Cruzeiro.

Chegou Vitinho, a contratação mais cara da história do Flamengo, mas nem assim a situação mudou. Conseguiu bons resultados, mas teve derrotas como para o Ceará no Maracanã e com a eliminação para o Corinthians na Copa do Brasil mais uma mudança de técnico. Saiu Barbieri e entrou Dorival Jr.

Dorival barrou os Diegos, com isso arrumou briga com o goleiro Diego Alves que não mais voltou, mas ajeitou o time. O Flamengo voltou a vencer, voltou a sonhar com o título, mas empates contra Palmeiras e São Paulo, com Paquetá e Vitinho perdendo gols no fim, e derrota para o Botafogo transformaram o brasileiro em mais um decepção. Veio o vice, mais uma vez ficou no cheirinho e na despedida de Paquetá uma melancólica derrota para o Atlético Paranaense no Maracanã.

Assim como foi melancólico o fim da gestão de Eduardo Bandeira que viu seu candidato perder a eleição para Rodolfo Landim. De nada adiantou a excelente gestão fora de campo. O Flamengo não é banco, é uma nação.

E essa nação exige títulos em 2019.

Para voltar a ter o prazer de vê-lo brilhar.

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