Nos últimos dias, o presidente da Riotur, Marcelo Alves, anunciou a volta dos ensaios técnicos das escolas de samba do Rio para 2019, depois da suspensão de atividades no sambódromo esse ano, após a Prefeitura se recusar a investir.

“Já conversei com o presidente da Liesa (Jorge Castanheira) e foi acordado que no próximo ano os ensaios serão embalados em um projeto comercial, muito bem elaborado, para fazer o ensaio técnico como um produto, como é o carnaval e como a gente tratou na Riotur, para que os custos que a Liesa tem, sejam pagos pelos patrocinadores”, disse Marcelo Alves, em coletiva.

Ora bolas, por que esse plano inteligentíssimo não foi elaborado e anunciado tão logo o Carnaval de 2017 terminou? Espero estar redondamente errado e serei o primeiro a elogiar aqui caso o plano seja bem executado, mas nesse momento não consigo visualizar.

Até porque, com apoio das escolas de samba durante a campanha – fato mostrado e celebrado em fotos e coletivas – o atual prefeito se elegeu no fim de 2016. E, como todos sabemos, veio o corte de subvenção e a preparação das agremiações foi prejudicada.

Diante disso, dá mesmo para acreditar agora num plano para viabilizar patrocinadores para os ensaios técnicos?

Só com a grana investida no Encontro do Samba – que, aliás, pode sim sempre ser repetido, ainda mais com o sucesso de público que obteve – dava para ter viabilizado os ensaios, muito importantes para as escolas, mas acima de tudo fundamental para aproximar o povão das agremiações.

Não digo aqui que a suspensão dos ensaios técnicos tenha sido por causa do evento em Copacabana, o que, repito, acabou sendo um êxito com o público. Mas era uma questão de boa gestão e ter boa vontade de planejar aquilo que deveria ser prioridade. E a prioridade era viabilizar os ensaios, conciliando-o eventualmente com o evento de Copa.

Como já foi explicado aqui no Ouro de Tolo pelo Pedro Migão, subvenção da Prefeitura às escolas de samba não é gasto, mas investimento, pelo retorno que dá ao Rio de Janeiro e aos milhares de empregos gerados. Tampouco afeta investimentos em saúde e educação. Aliás, boa matéria de “O Globo” mostra que foi gasto mais dinheiro com o famigerado Blocódromo do que com as Unidades de Desenvolvimento Infantil (UDIs).

Bem, já que a Prefeitura não quer gastar, que, de fato, ajude a encontrar outras saídas, claro, com as escolas de samba se mexendo para aumentar suas receitas.

Torço muito para que esse plano da Riotur, de fato, seja cumprido e eu possa elogiar aqui nesse espaço. Cabe às escolas e à Liesa cobrar e realmente participar do processo ativamente para viabilizá-lo.

Por enquanto, como diria o homem do Baú, eu só acreditooooo vendoooooo!

[related_posts limit=”3″]

2 Replies to “Ensaios em 2019? Eu só acredito vendo!”

  1. Posso estar enganado, mas se existe um evento que propicie a várias pessoas uma opção de lazer gratuita, durante vários finais de semana antes do Carnaval, o poder público não teria a obrigação de colaborar e investir?

    1. Exatamente isso que se discute, Luis Fernando. Não é gasto, e sim investimento como você falou. Abraços!

Comments are closed.