Participei pelo SporTV/Globo/Globoesporte.com da minha nona cobertura de Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, no último fim de semana, em Interlagos. Mesmo com o título definido em favor de Lewis Hamilton, a correria foi enorme, como de costume. Mas rolou muita coisa nos bastidores e aqui vão umas pílulas do que vi em Interlagos:

– o público, se não era excepcional, foi superior em relação aos últimos anos, o que mostra que aos poucos o torcedor que realmente gosta de Fórmula 1, e não apenas de ver brasileiros vencendo, ganha espaço. A audiência da Globo, a melhor dos últimos cinco anos, também mostra isso.

– Felipe Massa agora saiu pra valer da Fórmula 1 e fez uma corrida bastante honesta, com um sétimo lugar comemorado diante das possibilidades do carro da Williams; e, pelo que ouvi nos bastidores, ele dará lugar a Robert Kubica não por questões técnicas, mas pelo aporte de 32 milhões de euros levados pelo polonês.

– Pietro Fittipaldi será o próximo brasileiro na Fórmula 1. Existe até a possibilidade de ele se tornar reserva já em 2018. Emerson conversou bastante com a Renault em Interlagos e a Haas também é uma chance, sem falar que Romain Grosjean não vive relação das mais amistosas com o time e isso até poderia precipitar uma estreia de Pietro já no meio de 2018 dependendo de como as coisas rolarem.

– tive a oportunidade de entrevistar três campeões mundiais para o Globoesporte.com (em material que ainda será publicado): além de Emerson, falei longamente com Jackie Stewart e um pouco menos com Jacques Villeneuve. Por outro lado, participei de um jantar no qual Villeneuve estava e trata-se de um sujeito de extrema inteligência não só quando o assunto é Fórmula 1.

– o paddock de Interlagos está bem melhor em relação aos últimos dois anos, quando a reforma ainda estava longe de ter sido concluída.

– por outro lado, o centro de mídia infelizmente continua num péssimo lugar, num nível abaixo do paddock, sem visão alguma da pista, o que era um dos maiores atrativos no antigo prédio dos boxes, finalmente demolido e reconstruído para a ampliação de camarotes.

– uma vergonha a sequência de assaltos a integrantes das equipes na saída do autódromo. Já se sabe há anos que há problemas naquela região e o esquema de segurança é absolutamente ineficaz e mal planejado. Os jornalistas europeus, que já têm muita má vontade em vir para cá, espumaram o fim de semana inteiro e houve até editorial na Autosport querendo o cancelamento do GP.

– Valtteri Bottas fez uma excelente pole position depois que Lewis Hamilton bateu na classificação, mas o erro na largada, que o fez perder a vitória para Sebastian Vettel, despertou no paddock uma sensação antes já percebido: o finlandês pode se tornar um novo Heinz-Harald Frentzen, ou seja, um piloto com qualidade mas que não vai quebrar a barreira da vitória por não jogar duro.

– Já Max Verstappen é visto por todos como o cara que vai desafiar Hamilton nos próximos anos. Assim como Hamilton desafiou Alonso, que desafiou Schumacher, que desafiou Senna, que desafiou Prost…

– foi uma das mais agradáveis e bacanas coberturas de Grande Prêmio do Brasil que fiz; o ambiente estava bastante leve, com uma equipe muito bacana de se trabalhar e com boas histórias, como a do grid histórico do top10 da Fórmula 1 feita pelo pessoal do Globoesporte.com.

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