Como fiz nos últimos anos, darei uma de “Mãe Dinah” aqui tentando adivinhar o que vai acontecer no Brasileirão-2017. Nesse fim de semana recomeça aquela coisa que dura trinta e oito rodadas, sete meses, em que muitas vezes o time é campeão no intervalo de uma partida cagando e a maior parte da nossa imprensa acha sensacional e com a fórmula perfeita.

É adivinhação, sim, até porque o futebol brasileiro é pobre financeiramente e um time hoje pode ser completamente diferente em novembro, mas dá para avaliar com a visão de hoje apesar desse ser um campeonato diferente dos outros anos.

É diferente porque a Libertadores agora dura o ano inteiro e isso mexeu bastante no calendário, já que provocou também a extensão da Sul-Americana e mexeu no formato da Copa do Brasil. Isso tudo traz a curiosa situação em que quem vai bem é punido com um calendário apertado e com pouco descanso e quem vai mal e fica com poucas competições pela frente, beneficiado.

Tudo isso faz do Brasileirão-2017 o mais imprevisível dos últimos anos, pois teremos que ver o nível de dedicação dos times que ainda estão na Libertadores terão com a competição e o quanto times com poucas disputas irão se beneficiar.

Mas a priori dá pra dizer que três times largam na frente e são os favoritos. Os três que tem os melhores elencos e, em princípio, maior poder aquisitivo. Palmeiras, Flamengo e Atlético Mineiro.

Palmeiras tem o melhor elenco do Brasil, mas não considero que tenha o grande craque, aquele cara que para a bola embaixo do pé e decide. Tem um elenco com o maior número de bons jogadores do Brasil e talvez seu craque esteja no banco que é o Cuca. Cuca tem que fazer esse bom elenco jogar bem, coisa que não ocorreu ainda.

O Flamengo tem esse grande craque, mais do que isso, tem três: Diego, Guerrero e Conca são jogadores diferenciados, que podem decidir uma competição. A questão é se Conca conseguirá ser o Conca que nós conhecemos. Guerrero até agora vive sua melhor temporada no futebol brasileiro e Diego o grande maestro. O Flamengo tem defeitos como a enorme incapacidade de fazer gols e insegurança no miolo de zaga com Rafael Vaz e Muralha.

O Atlético Mineiro tem um elenco inferior ao de 2016, mas ainda tem um elenco forte e conta com Robinho que foi um dos craques do último certame e Fred em fase iluminada. Tem um técnico promissor no banco que é  Roger Machado. Tem que controlar sua inconstância na competição que é uma marca dos últimos anos.

Tem que ver como esses três tratarão o brasileiro, o primeiro deles que for eliminado da Libertadores automaticamente se torna o maior favorito.

Abaixo desses três para mim, vêm nove times. Alguns um pouco melhores que os outros, mas são times que podem tanto surpreender os três de cima como desgarrar e ficar na parte de baixo.

Como os mais fortes desse grupo vejo Corinthians, Santos e Botafogo. Corinthians e Botafogo por seus aplicações táticas, a consciência que são elencos limitados, não  tem craques, mas jogam no limite do esforço e da aplicação. O Santos entra nesse grupo pela longevidade de Dorival a frente do clube e pelos bons jogadores que contém no elenco.

Um pouco abaixo, mas podendo tranquilamente ficar na frente estão Grêmio, Cruzeiro e Fluminense. Grêmio tem uma forte aplicação também como sua maior virtude, mas o elenco é inferior a Corinthians e Botafogo.

Fluminense e Cruzeiro são inconstantes, tiveram belos momentos no ano contra equipes mais fracas, mas na hora do “vamos ver” falharam, talvez não tenham fôlego. O Cruzeiro tem um elenco quase do nível dos três primeiros, mas um técnico fanfarrão e fraco, Fluminense um excelente técnico, mas elenco limitado.

Um pouco abaixo o novo grupo de três times que podem se embolar com os seis acima. São Paulo, Sport e Atlético Paranaense. São Paulo tem um bom elenco, do nível de Corinthians e Cruzeiro, por exemplo, mas não tem técnico.

Sport tem Diego Souza em grande fase e o fator casa que ajuda muito, mas também não tem técnico e aparenta maior fragilidade em jogos fora, Atlético Paranaense tem o fator casa ajudando e alguns bons jogadores, mas esses bons jogadores estão envelhecidos e tem em seu técnico alguém melhor de entrevistas que táticas.

Abaixo desses doze, vem o grupo do “barata voa”. Um grupo que tanto pode pegar uma sexta vaga para a Libertadores quanto preencher o grupo do rebaixamento. Coritiba, Bahia, Vitória, Chapecoense, Vasco, Avaí, Atlético Goianiense e Ponte Preta fazem parte desse grupo e tenho poucas dúvidas que daí saem os quatro rebaixados.

Ponte Preta, que para mim é o melhor desses, vai depender dos veteranos contratados como Sheik e Rodrigo e sentir pouco a falta de quem partiu como Pottiker. Vitória tem um bom time no Nordeste, mas será preciso avaliar como jogará nacionalmente, não tem feito bons brasileiros.

Chapecoense como lidará com o brasileiro pós tragédia com elenco recentemente montado. E o Vasco terá que reforçar principalmente na defesa para não passar pela quarta vez por um drama que sua torcida não merece.

E pela primeira vez em muitos anos ninguém citará o Internacional como um dos favoritos ao título. Mas na série B ele é o grande favorito sem dúvidas.

A sorte está lançada, que vença o melhor.

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