Na nossa série, hoje é vez de falar da Dragões da Real. A escola tem uma grande expectativa para o seu desfile de 2017, quando levará a canção “Asa Branca” de Luiz Gonzaga para a avenida em busca de seu primeiro título no carnaval paulistano.

Mais uma vez foi formada uma comissão de carnaval para assinar o enredo com Jorge Silveira, Márcio Gonçalves, Rogério Félix e Dione Leite. Este último é o nosso entrevistado e nos adianta detalhes do que veremos no dia do desfile.

Dione é natural do carnaval gaúcho, em escolas de Pelotas e Porto Alegre e vinha a São Paulo comprar materiais para desenvolver suas alegorias e Fantasias. Em 2013 foi chamado para integrar a equipe de Rosa Magalhães na Dragões como assistente direto da “professora”; desde então permaneceu e hoje é o responsável pelas fantasias da agremiação de Vila Anastácio.

SG – Nos últimos anos a Dragões seguiu uma linha mais lúdica em seus enredos, com histórias e personagens de ficção. Qual o propósito dessa mudança de identidade para o enredo de 2017?

Dione – Esse conceito partiu da própria diretoria. Em comum acordo percebemos que era hora de mudar, ousar mais e levar uma proposta mais adulta de enredo. Fizemos uma campanha na internet onde, apesar de propostas boas enviadas pelas pessoas, ainda não havíamos encontrado nosso enredo.

Logo surgiu o consenso de falar do nordeste, mas queríamos um fio condutor que diferenciasse o enredo dos demais já apresentados no carnaval; por isso escolhemos a música “Asa Branca”, pois além de ser fantástica ela é dividida em partes assim como serão divididos nossos setores e isso tornará o entendimento muito fácil.

No primeiro setor será retratada a seca nordestina e todos os problemas que ela causa, no segundo a fauna e flora, no terceiro o nordestino partindo em busca de uma vida melhor e largando sua vida terra natal, no quarto sua vida em uma terra de oportunidades, em qual ele ajuda a plantar e semear a cultura. Por fim, seu retorno ao nordeste em uma grande festa, quando ele vê os olhos verdes de sua amada Rosinha refletindo o renascer da plantação e da vida.

SG – Em 2016 a Dragões gabaritou em alegorias, mas mesmo assim contratou Márcio Gonçalves, que marcou época no quesito com tantos títulos pela Mocidade Alegre. Veremos os carros com uma linguagem diferente neste ano?

Dione – Na Dragões da Real as alegorias tem sua própria personalidade, são o xodó do presidente. Quando formamos a comissão o Márcio foi o nome mais indicado para desenvolvê-las por todo o seu histórico e talento; mas tudo o que fazemos é a oito mãos, os quatro participam da criação, aí na hora da execução cada um dirige seu departamento com a sua própria magia.

O que eu posso te adiantar é que serão alegorias incríveis que vão chamar uma atenção enorme. Aguardem para ver.

SG – Nos últimos anos a comissão de frente vem com boas apresentações (2016 especialmente), sempre marcada por um elemento alegórico de formato semelhante ao do ano anterior. Será assim novamente?

Dione – Será uma surpresa! Desde 2014 o trabalho do Anderson Rodrigues já tem um selo de qualidade; sua comissão com o “Triller” fez as escolas mudarem um pouco seus conceitos.

Em 2017 nossa comissão não vai deixar nada a desejar. Teremos ousadia para retratar a alma do nordestino, que é um povo simples porém muito alegre e sua alegria se transforma em um combustível de beleza.

SG – Dentre as notas do ´último desfile, os quesitos mais carregados pelo júri foram harmonia e fantasia. A escola está tomando um cuidado especial com esses dois em específico?

Dione – Temos que saber tratar nossas feridas e na Dragões fazemos isso com muito estudo, mas muito mesmo! Se perdemos ponto em algum quesito temos de encontrar maneiras de de torna-lo impecável; ainda mais fantasia, que ultimamente tem decidido carnaval, afinal nessa disputa equilibrada alguns décimos nos colocam em uma colocação bem expressiva.

SG – A Dragões sempre flerta com o desfile das campeãs, em alguns anos entra, em outro fica fora por pouco. Chegou a hora de dar um passo à frente e brigar pelo título?

Dione – Nós aceitamos a colocação de 2016, mas sabemos que se o jurado que não atribuiu a nota o tivesse feito nós iríamos as campeãs, pois pela justificava seria 10. Mas acredito que terminar em 6º se tornou algo positivo, pois a escola reformulou alguns pontos e estudou muito mais para melhorar em tudo o que é necessário.

Garanto que vocês verão um carnaval muito bonito, grande e surpreendente da Dragões da Real.

Você pode curtir o samba da Dragões nos ensaios de quadra todos os sábados, às 20h, com a entrada custando R$20. Já nos ensaios técnicos do Anhembi  a entrada é franca e a escola fará seu último treinamento no palco do desfile dia 12 de fevereiro, às 19h15.

Imagem: Assessoria

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