Rio 2016: Dia “-1” – Engenhão

Nestes dois dias “pré abertura”, as competições se restringem ao futebol. No primeiro dia o feminino, no segundo o masculino. Então ontem contei a ida à rodada do futebol feminino; hoje, é a vez do masculino.

Honduras e Argélia e Portugal e Argentina fizeram os dois confrontos válidos pelo Grupo D da primeira fase. Com o feriado decretado no Rio de Janeiro, pude sair de casa, e assim o fiz, já atrasado, por volta de 13:30.

Uber até o Galeão, BRT semidireto até Madureira e trem a partir daí. O BRT semidireto é bastante rápido, e aqueles que forem ao Parque Olímpico do Galeão levarão pouco mais de uma hora fazendo a troca em Vicente de Carvalho. Algo que reparei no Galeão foram os vendedores empurrando o Cartão Olímpico aos turistas, que não seria necessário.

A transição do BRT para o trem em Madureira não está legal. A sinalização é confusa e se está exigindo descer e atravessar a rua para acessar a estação de trem. Até para mim, que morei 30 anos naquela região e ainda hoje frequento Madureira, foi complicado entender como ir de uma estação à outra.

Ainda assim, levei cerca de uma hora e meia para chegar ao Engenhão, o que achei satisfatório. O acesso desta vez para meu ingresso era pelo Setor Oeste, e me pareceu maior e mais estruturado que o lado Leste da quarta feira. Mais uma vez revista, detector de metais, e estamos na área interna. A loja oficial, aliás, poderia ter maior variedade de produtos.

Desta vez a venda de bebida e comida estava melhor estruturada, e as filas foram bem menores. Comi uma pizza – que mais parecia uma massa de pão com queijo por cima – e comprei cervejas. Desta vez a oferta dos copos especiais tinha bem menos esportes disponíveis.

Meu lugar era perto do túnel de entrada das equipes e ocorreu novamente o problema do dia anterior: muita gente que tinha ingressos das categorias B e C se dirigiu onde eu estava, categoria A (mais cara). Durante Argentina e Portugal chegou a haver problemas, contornados pela Polícia.

A torcida, em maior número que no dia anterior, adotou Portugal para torcer. Eu estava com a camisa da Argentina, mas era minoria. No primeiro jogo os torcedores adotaram a Argélia por conta do seu esforço para correr atrás do placar, mas no segundo a seleção portuguesa se sentiu em casa.

Diga-se de passagem, as duas partidas foram decididas por erros dos goleiros. Na preliminar duas falhas grotescas do goleiro argelino, na partida de fundo o goleiro argentino foi mal no primeiro gol e tomou um frango de almanaque no segundo – daqueles que, se é na pelada da esquina, o arqueiro volta para casa debaixo de porrada…

A propósito, o goleiro argelino levou a culpa mas os atacantes da equipe perderam dois gols sem goleiro embaixo das traves que fizeram falta. O time argentino teve um gol anulado que, de onde eu estava, fiquei na dúvida – mas como a posição para o espectador de futebol no Engenhão é péssima, não dá para dizer.

O retorno foi pelo mesmo método: trem – que está com composições bem parecidas com o Metrô – e BRT. A entrada da estação de trem estava afunilada sem necessidade, mas depois que se passou pelo curral correu sem problemas. Composição vazia.

Só esqueci que haveria muito movimento no Galeão por conta da abertura da Rio 2016 hoje e demorei um bom tempo até conseguir um táxi – que além disso me trouxe aqui na Ilha do Governador com uma boa vontade típica de reunião às cinco da tarde de uma sexta feira…

Entretanto, ver este movimento no Galeão fez finalmente a ficha cair: o mundo está aqui no Rio de Janeiro, cidade onde nasci e vivi 40 dos meus 41 anos de vida. Certamente será um momento único.

Bom, com a abertura amanhã, começamos as competições propriamente ditas. Sábado será dia de Parque Olímpico com judô, basquete e natação – mas antes teremos este blog na Cerimônia de Abertura.

Imagens: Ouro de Tolo

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