A primeira imagem que me vem à cabeça de Jogos Olímpicos é a famosa lágrima do Ursinho Micha finalizando Moscou 1980. Lembro muito pouca coisa daqueles jogos, algo de vôlei e medalhas na vela até porque meu único interesse era no basquete, modalidade que jogava na escola.

Para os jogos de Los Angeles, o pré-olímpico da modalidade foi em São Paulo e passei a semana com o meu pai indo a tudo. A seleção jogava bonito e Carioquinha inventou a ponte aérea. Oscar, Marcel, Marquinhos…

Era um timaço. Sempre joguei com a camisa 11, por ser fã de Marcel. Chegamos a sonhar com um pódio em 84; afinal teríamos um boicote dos países alinhados com a velha União Soviética. Mas o time foi mal e sequer se classificou para as fases seguintes do torneio olímpico.

Afirmo sem pestanejar que sempre que esse evento ia chegando, pelo porte das cidades sede, nunca imaginei que estaríamos com ele por essas bandas. A Copa do Mundo quando foi confirmada já me causou surpresa, mas os Jogos seriam demais. Cético, assisti a escolha com aquele olhar de “o fato de estar entre as 4 ou 5 já está bom”. Quando o Rio foi confirmado comecei a imaginar a loucura (em vários sentidos) que isso representaria.

20160526_163401E os Jogos do Rio chegaram!

O país enfrenta uma crise de desânimo sem precedentes na história recente. Temos uma crise politica que se arrasta desde 2013, uma crise econômica que faz ceifar principalmente dos menos favorecidos seus ganhos recentes, uma sensação de insegurança nas ruas e uma eleição que se aproxima e que deve ser triste no nível do debate. Por isso muitas pessoas tem ignorado a presença olímpica que temos em nosso país desde o início de julho – e não se dando conta que isso pode ser uma oportunidade única.

Celebrar os jogos é algo que deveríamos estar fazendo todos os dias nos últimos meses. Acompanhar quem vem lamentar quem desiste ter a exata noção do tamanho dos atletas que estarão por aqui e fazendo todo o esforço pelo resultado de suas vidas.

A partir do dia 5 pipocarão em nossas retinas histórias maravilhosas de superação, de gente que fez do esporte sua razão de viver, de seu modo de defender com sangue se preciso a nação que ele trás no peito. Os ideais olímpicos que tanto tentam enganar das formas mais torpes e vergonhosas.

O Rio se preparou como nunca para os Jogos. Tenho a opinião que é a única cidade brasileira que pode os hospedar. A alegria do carioca vai entusiasmar os milhares de visitantes. O samba será exaltado na abertura, dando ainda mais ênfase à música que representa o Brasil.

20160612_090255Claro que não precisamos em nenhum segundo esconder ou esquecer mazelas ou qualquer coisa que julguemos que os nossos queridos governantes não façam pelo povo.  Podemos não fazer os jogos mais ricos, mais bem organizados, mas tenho certeza que serão os mais alegres e felizes. E que certamente, como em todas as edições, serão inesquecíveis.

Que os Deuses do Olimpo tragam lindos dias de Sol à cidade mais linda do mundo, que famílias lotem as ruas para aplaudir esses gênios das pistas, quadras e águas. Jamais esqueceremos esse período que o Brasil passará. E que os pedidos de paz , que tanto as aberturas pedem, façam com que as radicalidades sejam deixadas de lado.

Viva a Rio 2016!

Imagens: Ministério dos Esportes e Arquivo Ouro de Tolo

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