Semaninha agitada. Nem deu tempo de, como prometido, publicar mais cedo a confirmação da profecia (é bom quando a gente dá um palpite e acerta, né?). Chile campeão da Copa América.

De maneira merecida. O time do bom Jorge Sampaoli jogou a competição inteira com muita vontade de vencê-la. Em alguns momentos a arbitragem foi caseira? Foi. E quando não foi na história? Isso não invalida a beleza da campanha, o comprometimento dos jogadores com a causa e, agora, uma estrela dourada, finalmente, poderá estampar a camisa vermelha da Roja. Conquista mais do que justa.

Injusta, na minha opinião, é a forma como a imprensa argentina anda massacrando o Messi. O cara é um monstro (Monstro de verdade, não é “monstro”. Ele pega a bola e bate o pênalti). Pode jogar mal? Claro que pode. Será que o Pelé jogou bem todas as partidas que fez? Não sei. Não vi. Eu vi o Zico jogando mal, o Romário jogando mal, o Ronaldo jogando mal e por aí vai. Agora, pessoas ligadas ao Messi já dizem que ele pensa em não mais servir à seleção. Uma pena.

944609Isso me faz refletir sobre algo que conversava com alguns amigos durante as finais da Liga dos Campeões. Será que essa história de dimensionar a grandeza de um jogador ou não pela conquista de uma Copa do Mundo não estaria ultrapassada? Será que um cara foi maior que outro porque venceu um torneio de sete jogos, enfrentando seleções de calibre nem sempre pesado, enquanto o outro enfrentou um torneio mais longo e, muitas vezes, mais difícil do ponto de vista físico e técnico?

Pela Argentina, Messi poderia ter sido campeão do mundo em 2014. Teve uma bola à feição e chutou rente à trave na decisão. Seria uma Argentina campeã passando por adversários como Bósnia, Nigéria, Suíça. Seria um caminho mais árduo do que o Barcelona enfrentou para ganhar a Liga dos Campeões na última temporada? OK, na fase de grupos sempre há uma baba ou outra. Mas no ‘pega pra capar’ ainda acho que a Champions, ida e volta, impõe condições mais adversas do que um jogo de Copa – fator psicológico à parte, se é que isso é possível.

De qualquer forma, a discussão da injustiça histórica será eterna enquanto craques como Messi não tiverem em sua galeria de troféus uma Copa do Mundo.

Falando nisso, no próximo dia 25 o Brasil conhecerá seus adversários nas Eliminatórias por meio de um sorteio. Acabou aquela molezinha de tabela com Bolívia e Venezuela na reta final. Se bem que, atualmente, Bolívia, Venezuela ou qualquer outro é capaz de fazer frente…

E a Copa das Confederações da Rússia? Com Chile, Austrália e os donos da casa (timinho ruim de doer) confirmados. Será que o Taiti também vai se classificar? Assim vai cair no colo da Alemanha outra vez.

torcidachile_reu2_1O assunto deu uma esfriada mas ainda me pego pensando: será que as raízes não valem nada? Será que mesmo um profissional do futebol não pode fazer uma escolha com o coração? Digo isso depois de Carlitos Tévez acertar seu retorno ao Boca Juniors. e não é retorno em fim de carreira.

O cara ainda está muito bem, inexplicavelmente relegado a segundo plano por Tata Martino na seleção argentina mas artilheiro da tetracampeã italiana e vice-campeã europeia, a Juventus. Enquanto isso, no Brasil, vivenciamos aquela lenga lenga do Leo Moura envolvendo uma mal explicada (não) ida para o Vasco.

Se o Leo atravessou samba vamos acertar a marcação e voltar ao ritmo de carnaval. Na próxima coluna o futebol vai pro banco de reservas.