Após alguns dias desse novo ano e algumas noticias desse nosso país, comecei a imaginar algumas situações.

Eu fico imaginando aquele eleitor um pouco mais comprometido com a administração (que considero bem boa, diga-se) do Fernando Haddad em São Paulo vendo o ex-prefeito da capital paulistana Gilberto Kassab assumir um ministério dizendo que vai fazer mundos e fundos com um orçamento milionário em especial na área de residências aos mais necessitados. Porque o que ouvimos na campanha foi o candidato petista desancar, denunciar e critica a administração Kassab nessa área.

Eu fico imaginando aquele eleitor, um pouco mais atento, que votou na candidata Dilma acreditando nas coisas que a propaganda dela fazia, falando no microcrédito para a agricultura familiar, o incentivo aos pequenos plantadores em serem fornecedores das pequenas cooperativas e etc. e ver a Senadora Kátia Abreu, representante mais ferina do agronegócio assumir o Ministério da Agricultura.

oro2Ainda ter que aguentar ela falar que os latifúndios no Brasil acabaram e na sequência das noticias lermos que o Grupo JBS perdeu força no ministério – e entrou para a seleta lista de investigados dessa montanha de lixo que estamos vendo por aí.

Eu fico imaginando a classe esportiva do nosso país que já olha para o calendário e vê os jogos olímpicos chegando em 2016 e vê um pastor ligado ao radicalismo religioso assumir a pasta. Figura que já foi presa. Escândalos com o Banco oficial agora são transformados em auditoria sugerindo que parentes e amigos não possam ter negócios com confederações.

Eu fico imaginando o empreendedor do turismo. Essa grande indústria que no Brasil engatinha a passos de cágado e pelo nosso potencial deveria ser pelo menos cinco vezes maior e tem a pasta administrada por um engenheiro agrônomo.

Eu fico imaginando o ânimo de um jovem, que ao ingressar na vida acadêmica, olha para o futuro e vê como projeto educacional global para o povo um Zero… Um vácuo… Um nada. Os resultados do Enem estão aí para não me deixar mentir. E o nomeado para a pasta ainda vaticina que se deve trabalhar por amor.

Eu fico imaginando o que o eleitor do Alckmin pensa após uma entrevista do novo Secretário de Recursos Hídricos dizer que obviamente nos próximos cinco anos a população passará a pão e água. Ops…. pois a falta de planejamento desembocou nessa situação.

Eu fico imaginando o que pensa o cidadão comum, que ano passado acreditou que as manifestações eram pelos vinte centavos da condução diária e esse ano, logo no dia dois de janeiro teve que pagar mais cinquenta centavos – e não vê um manifesto.

Eu fico imaginando a pessoa que dormiu empregada no dia 31 de dezembro, celebrando mais um ano trabalhada e acreditou que as novas medidas implantadas no seguro desemprego fariam algo por possíveis demissões e amanheceu no dia cinco com um telegrama em casa dando uma série de desculpas, mas que infelizmente a relação de trabalho se esgotara.

Eu fico imaginando o brasileiro que acreditou que o pré-sal seria o nosso passaporte para o futuro, nosso bilhete premiado, nosso financiamento social e no primeiro dia de governo o ministro da Saúde diz que precisa de uma nova CPMF.

oro3Eu fico imaginando o que passa na cabeça das pessoas deste Brasil, que ao invés de discutir os verdadeiros problemas desse país (e não são poucos) passem dias discutindo o vestido da posse da presidenta. Que povo é esse que acha que uma senhora de 66 anos deva se vestir, caminhar e etc de acordo com os novos padrões que a sociedade das redes sociais impôs?

Eu fico imaginando o que pensam esses radicais religiosos quem matam em nome de Jesus, Maomé e etc. O que o religioso comum tem a ver com isso? Até quando vai morrer gente em nome da fé…

Enfim, acho que preciso parar de imaginar coisas… Espero não ter que procurar uma loja em breve pra comprar um nariz vermelho.

2 Replies to “Aos palhaços, o nariz…”

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