Nesta semana em que se completou o vigésimo aniversário do acidente fatal de Ayrton Senna, já escrevi pedindo que “o deixem em paz”. Creio que uma boa forma de “deixá-lo em paz” seja esclarecendo de uma vez por todas alguns aspectos da carreira de Ayrton que são equivocadamente colocados, tanto para o bem como para o mal.

Diversas informações ainda são constantemente distorcidas, seja por falta de conhecimento ou lapsos de memória, mas, principalmente, pelas discussões exageradas entre os fãs do tricampeão (conhecidos pejorativamente como “viúvas”) e seus detratores, com destaque para os torcedores de Nelson Piquet.

Todos sabem que nos últimos anos trabalhei no automobilismo. Cobri dez temporadas da Stock Car, de 2004 a 2013, provas internacionais como 500 Milhas de Indianápolis, 500 Milhas de Daytona e 24 Horas de Daytona, etapas da Fórmula Indy no Brasil e exterior, corridas de Fórmula 1 aqui e lá fora, sendo seis GPs do Brasil. Isso sem contar Fórmula Truck, Fórmula 3, kart…

Tive o privilégio de entrevistar grandes pilotos (alguns de forma exclusiva) e, só de campeões mundiais (de forma mais longa ou curta), entrevistei Jackie Stewart, Emerson Fittipaldi, Niki Lauda, Mario Andretti, Nelson Piquet, Jacques Villeneuve, Michael Schumacher, Fernando Alonso e Sebastian Vettel.

Tenho um acervo de cerca de trezentos livros dedicados ao automobilismo, com publicações nacionais e internacionais, além de dezenas de DVDs. No computador, estão vídeos completos de todas as corridas de F-1 disputadas entre 1978 e 1994, sendo que de 1983 a 1994 tenho todas as provas transmitidas pela Globo. As revistas parei de contar, pois me mudei duas vezes nos últimos anos.

Nas pistas, convivi ainda com dezenas de jornalistas do mais alto gabarito. Mas destaco três profissionais que se tornaram amigos: Wagner Gonzalez, que viria a ser meu padrinho de casamento, Lito Cavalcanti e Reginaldo Leme, todos com centenas de grandes prêmios no currículo.

É evidente que estou muito longe do patamar deles e isso não está em discussão no texto. Mas os doze anos de carreira no jornalismo, a experiência em tantas coberturas, a revisita a corridas históricas nas telas da TV e do computador, o estudo constante de livros, jornais e revistas, e, sobretudo, a convivência com os jornalistas da velha guarda, me permitem esclarecer a você, leitor, o que é verdade e mentira sobre Ayrton Senna.

Infelizmente, desde a morte de Senna, há vinte anos, muita coisa foi escrita de forma absolutamente absurda e inverídica, tanto para superdimensionar as façanhas de Ayrton como que para diminuir os feitos dele, seja por antipatia ao próprio, aos fãs dele ou até mesmo à TV Globo.

Então, vamos elucidar o que é verdade ou não na trajetória de Senna. Sem achismos, sem exageros. Com embasamento jornalístico e isenção de quem, mesmo sendo fã de Senna, ama acima de tudo o automobilismo e estuda constantemente o assunto.

sennaboxes1 – Ayrton Senna era um mau acertador de carros
MENTIRA – Todos os engenheiros que trabalharam com o piloto garantem que ele transmitia com perfeição o que se passava num carro durante treinos e corridas, numa época em que a telemetria ou não existia, ou engatinhava. Os mesmos afirmam que as soluções apresentadas por ele sempre funcionavam e os ganhos eram sentidos na pista. Projetos com problemas, como os Lotus de 1987 e o McLaren de 1993 só conquistaram vitórias graças ao talento de Ayrton e às melhoras pontuais que ele sugeria. Convencionou-se dizer que Senna era um mau acertador porque Nelson Piquet foi o mestre na arte de desenvolver um carro de corrida (e foi mesmo), mas na realidade não é porque Piquet foi um gênio nesse aspecto, o melhor de todos a meu ver, que Ayrton era ruim. Ao contrário.

2 – Ayrton Senna era afoito e demorou a amadurecer
VERDADE – Nos primeiros anos de carreira, de fato, Ayrton se envolveu em muitas colisões pelo ímpeto de querer vencer a qualquer preço, principalmente nos anos de Lotus e na primeira fase de McLaren. O próprio piloto admitiu em entrevistas na época que esse ímpeto custou algumas vitórias e boas pontuações. No entanto, a partir da temporada de 1990, Senna desenvolveu um senso tático muito maior, tanto que no bicampeonato (apesar da batida com Prost, que comentarei mais adiante) e no tricampeonato (principalmente), ele conseguiu marcar pontos fundamentais para suas conquistas mesmo quando não tinha o melhor carro.

sennairritado3 – Ayrton Senna era muito difícil de se lidar na Fórmula 1
VERDADE – Pela vontade exagerada de vencer e diligência com a qual buscava seus objetivos, o brasileiro gerou diversas antipatias no circo da Fórmula 1. Entre seus desafetos, além de Prost, Mansell, Piquet e Schumacher (com os dois primeiros, Ayrton teve bom relacionamento no fim de sua vida), estavam dirigentes como o ex-presidente da FIA, Jean-Marie Balestre, e Flavio Briatore, os jornalistas ingleses e alguns brasileiros. Ayrton não media esforços em defender seus interesses e por vezes acabou se indispondo com diversas pessoas.

4 – O amor de Ayrton Senna pelo Brasil era apenas marketing
MENTIRA – O piloto fazia questão de estar no país sempre que as agendas de testes possibilitavam uma escapada. E, mesmo em semanas apertadas, Ayrton chegou a viajar para o Brasil para rever família e amigos nem que fosse por dois dias. No fim de cada temporada, Senna vinha para o país e ficava meses aqui, a ponto de perder alguns testes importantes na Europa – quando o Mundial começava no Rio de Janeiro e os famosos testes agitavam Jacarepaguá, a tarefa de Ayrton ficava facilitada. O próprio Instituto Ayrton Senna, para ajudar crianças do país, estava em fase de criação quando o piloto morreu.

sennaxuxa5 – Ayrton Senna era homossexual
MENTIRA – Uma série de boatos, informações plantadas e brincadeiras jocosas (sobretudo de Nelson Piquet) ajudou a alimentar essa lenda sobre Ayrton, que, por ser dedicado ao extremo aos treinos e corridas, não circulava com mulheres pelos autódromos e tampouco ia a festas nos fins de semana de GP. Colaborou ainda mais para os boatos o fato de que Senna era acompanhado por um assessor particular (Américo Jacoto, amigo de infância, que resolvia a logística em torno do piloto) em todas as provas. Certa vez, como relata a biografia “Ayrton, o herói revelado”, de Ernesto Rodrigues, Piquet e Alain Prost pagaram uma camareira de hotel na Áustria para invadir o quarto de Ayrton e flagrá-lo com outro homem, mas lá estava uma mulher deitada com o piloto. Em outra história, minha falecida tia me contou que em 1992 estava no camarote da Brahma que teve a presença de Senna (no Desfile das Campeãs), e que viu o tricampeão aos amassos com uma mulher num canto da Sapucaí, além de ele ter dado um autógrafo na blusa da mesma, sem sutiã, claro. A verdade é que, ao longo da vida, Senna teve diversos relacionamentos com mulheres, umas mais conhecidas (como Xuxa e Adriane Galisteu), outras nem tanto, mas, pelo temperamento difícil, os namoros não foram adiante. Ademais, em 2004 estive na casa de Ernesto quando da época do lançamento do livro e ele me mostrou as inúmeras gravações com personagens da vida de Ayrton e do automobilismo. Todos garantem que a lenda sobre Senna ser gay era mentirosa e não havia elementos que sustentassem isso.

6 – Ayrton Senna planejou o acidente com Prost em 1990
VERDADE EM TERMOS – Quando chegou a Suzuka, Senna queria decidir o bicampeonato na pista. Mas depois que Jean-Marie Balestre ordenou a inversão da posição do pole position para o lado sujo da pista, Ayrton decidiu que não deixaria Prost passar à sua frente na primeira curva caso largasse mal por causa da sujeira do asfalto. Dito e feito. Senna bateu propositalmente no francês (de forma perigosíssima, diga-se de passagem) e levou o bi. Não tinha planejado inicialmente, mas depois mudou de ideia e decidiu que não hesitaria caso se encontrasse com Prost na primeira curva. Ruim para o automobilismo que o desfecho tenha sido esse.

7 – Ayrton Senna era malufista e anti-FHC
VERDADE – De família conservadora, o piloto aprovava as obras realizadas pelo político em São Paulo e defendia o plano de expansão de vias e aeroportos encampado por Paulo Maluf. Da mesma forma, era crítico ferrenho das posições políticas de Fernando Henrique Cardoso, que, diga-se de passagem, como candidato à Presidência, compareceu ao funeral do piloto apenas para ser fotografado e se retirou, como apontou a revista Veja à época.

sennaacidente8 – Ayrton Senna era preocupado com a segurança nas pistas
VERDADE – Apesar de a batida com Prost em 1990 sugerir que ele desprezava a segurança, Ayrton era extremamente engajado no que diz respeito à conservação dos autódromos e condições melhores de atendimento aos pilotos. Em 1990, Senna invadiu o centro médico do hospital de Jerez de la Frontera para ver o estado de Martin Donnelly, que se acidentara com gravidade. Em 1992, por exemplo, após batida de Eric Comas em Spa (Bélgica) ele parou seu carro e fez o procedimento correto de imobilização do piloto até a chegada dos socorristas, além de ter desligado o motor do Ligier, que ficou travado e poderia superaquecer, provocando incêndio. Em 1994, antes mesmo dos acontecimentos de Imola, Senna criticou duramente a FIA pela forma como as mudanças de regulamento foram feitas (fim da eletrônica, mas com potência aumentada e pneus mais estreitos) e previu uma série de acidentes. Nos testes de Imola antes da prova, alertou os donos do autódromo sobre emendas malfeitas no asfalto e ausência de brita em diversas áreas de escape. Por fim, na véspera de sua morte, foi o único piloto a ter a iniciativa de estar no local do acidente de Ratzenberger, sem contar o começo de uma articulação da restauração da associação de pilotos, o que aconteceria após seu acidente fatal.

sennaimprensa9 – Ayrton Senna era obcecado com a mídia
VERDADE – Desde as categorias de base, o piloto tinha um sólido esquema de divulgação e clipping, e até visitava redações de jornais, o que na época era uma novidade. Já na Fórmula 1 foi o primeiro piloto a organizar coletivas nos autódromos de modo a não conceder intermináveis entrevistas e, ao mesmo tempo, ter controle sobre o que dizia. Eram famosas as longas pausas que ele fazia nas declarações para que ele medisse as palavras a serem ditas. Senna também era um compulsivo leitor do que era publicado na mídia e chegou a se indispor com alguns jornalistas ao longo da carreira – com o italiano Giorgio Piola chegou a trocar empurrões no centro de mídia de um autódromo.

10 – Ayrton Senna ganhou o título de 1988 só por causa da regra dos descartes
VERDADE EM TERMOS – Se numericamente, Prost teve maior pontuação plena do que Senna, por outro lado a abordagem de um campeonato com e sem descartes era completamente diferente. Senna sabia que só as vitórias interessariam nesse sentido. Por isso, no GP da Itália, por exemplo, Senna forçou (e se acidentou) ante a pressão de Berger e não aceitou um segundo lugar que lhe renderia seis pontos mas no fim das contas não valeria nada. Além disso, até hoje há fortes suspeitas em relação ao comportamento totalmente inexplicável do carro de Senna nos GPs de Portugal e Espanha, vencidos por Prost. As leituras de consumo de combustível estavam sempre negativas mesmo com Ayrton sem forçar o ritmo. Coincidência ou não, a decisão acabou indo para o Japão, terra da Honda, onde o carro de Senna voltou a se comportar normalmente.

11 – Ayrton Senna só perdeu o título de 1989 por ter sido desclassificado no Japão
MENTIRA – Por mais que Jean-Marie Balestre, torcedor de Prost, tenha interferido diretamente para desclassificar Senna (como o próprio ex-dirigente confessou antes da morte), Ayrton também precisaria ter vencido a última corrida do ano, na Austrália, e acabou batendo. É claro que Ayrton teria tido uma atuação, digamos, menos suicida e o psicológico teria sido outro com a confirmação da vitória em Suzuka, mas creditar a perda do título apenas à desclassificação é um equívoco. Bem como aconteceu em relação a 1990 no acidente provocado por Senna com Prost.

sennagalvao12 – Ayrton Senna e Galvão Bueno eram sócios
MENTIRA – A ligação entre ambos era muito estreita e houve boatos de que ambos mantinham sociedade, mas isso, além de negado pelos dois, jamais foi comprovado. A única possibilidade de trabalho conjunto entre eles foi em 1992, quando Galvão deixou a Globo rumo à OM e Ayrton se propôs a fazer comentários semanais sobre automobilismo em programa a ser comandado pelo amigo na emissora. Não foi à frente. Chegou a ser negociada também uma cota de patrocínio da Globo a Ayrton em 1994, já que o salário do tricampeão seria bem menor na Williams em relação aos tempos de McLaren. Também não foi adiante.

13 – Ayrton Senna vetou companheiros de equipe
VERDADE – Causou muita polêmica o veto de Ayrton Senna ao inglês Derek Warwick para a segunda vaga da Lotus em 1986. O brasileiro foi duramente criticado pela imprensa inglesa e alegou que o veto não foi algo pessoal a Warwick, mas sim o temor de que a Lotus não teria condições técnicas de dar suporte a dois pilotos de ponta. Além do mais, havia uma cláusula no contrato de Senna que lhe dava o direito de ser o primeiro piloto da Lotus em 1986 e ele defendeu ferrenhamente esse aspecto. Fato é que a carreira de Warwick ficou estagnada e o piloto, que estava na Renault, jamais teve outro carro de ponta. Anos depois, quando o irmão de Derek morreu num acidente, o único piloto que prestou solidariedade foi Senna e o inglês demonstrou gratidão pelo restante da vida do brasileiro. No entanto, o caso não deixa de ser irônico se lembrarmos as críticas de Senna a Prost quando este vetou sua entrada na Williams em 1993.

14 – Ayrton Senna ganhou em Interlagos-1991 só com a sexta marcha
VERDADE – Muitos duvidaram desta façanha de Senna, principalmente depois de declarações de Nelson Piquet garantindo que foi mentira, mas ela foi verdadeira. As marchas do McLaren começaram a saltar e no fim ficou apenas a sexta, como comprovaram a telemetria da equipe e as imagens da câmera onboard, que mostrou Senna com as duas mãos no volante nas voltas finais – naquele tempo, a McLaren tinha câmbio manual e o piloto precisava tirar a mão direita do volante. Além disso, ouvi o “bruto” dessa corrida apenas com o áudio ambiente e é claramente audível Ayrton “queimando” a embreagem para aumentar o giro do motor e, assim, possibilitar uma perda de tempo menor. Ademais, os motores de Fórmula 1 são elásticos o suficiente para permitir que um piloto continue guiando sem que o propulsor apague. Naquele mesmo ano, Senna teve problemas parecidos na Bélgica e quase perdeu a vitória. No GP da Espanha de 1994, Michael Schumacher liderava com larga vantagem, mas o câmbio do Benetton ficou preso em quinta marcha e ele ainda completou em segundo, em grande atuação.

sennahonda15 – A Honda fornecia motores mais potentes para Senna
MENTIRA – Alain Prost acusou a Honda de beneficiar Senna com motores mais potentes, inclusive com inscrições do tipo “Engine for Ayrton”. Na verdade, a cada prova os motores eram sorteados na presença dos engenheiros-chefe de cada piloto e só depois havia a identificação. No GP do Japão de 1988 inclusive, os próprios pilotos foram convocados ao sorteio. O que aconteceu mesmo foi que em 1989, pelo relacionamento estreito entre o brasileiro e o fabricante japonês, além de Senna ser o campeão vigente, o motor aspirado V10 foi desenvolvido de forma a se adaptar melhor ao estilo de Ayrton, após reuniões intermináveis nos testes. Aliás, o privilégio ao piloto com melhores resultados sempre foi uma prática na Fórmula 1, vide o que acontecia na época da Ferrari com Michael Schumacher e Rubens Barrichello.

16 – Ayrton Senna ganhou todos os títulos que disputou
MENTIRA – O único título que faltou na galeria de Ayrton foi o do Mundial de Kart. Por duas vezes, ele esteve próximo, em 1979 e 1980, quando foi vice-campeão. O primeiro revés, em Portugal, foi o mais doído da carreira de Senna, pois um regulamento que levava em conta resultados da primeira fase acabou sendo fatal, mesmo com Ayrton tendo vencido a bateria final – depois essa regra seria modificada.

sennachuva17 – Ayrton Senna gostava de correr na chuva
MENTIRA – Nos últimos anos de carreira, principalmente em 1993, Ayrton torcia por pista molhada única e exclusivamente pela possibilidade de nivelamento do desempenho dos carros, já que outros eram superiores ao seu (Williams e Benetton). Mas na prática, Senna detestava correr em condições adversas – claro que não me refiro a pistas úmidas, mas sim muito molhadas. Ayrton sempre comentou que era um grande erro de todos acharem que chuva significava vitória certa, já que a falta de visibilidade e aderência na pista tornavam a vida muito mais complicada do que uma corrida no seco. O tricampeão comentou que, por exemplo, no GP de Portugal de 1985, que marcou sua primeira vitória na F-1, ele passou aperto em várias situações e chegou a sair da pista, mas a transmissão de TV não mostrou. Senna também revelou que sentiu medo no GP do Canadá de 1989, no qual teve uma recuperação extraordinária e só não venceu devido a uma surpreendente quebra do motor Honda nas últimas voltas. Convencionou-se dizer que Senna gostava de chuva por ele ser superior nessas condições – na juventude, depois de uma péssima prova no molhado, Ayrton passou a treinar freneticamente quando chovia em São Paulo. Aprendeu.

18 – Ayrton Senna pensou em não correr em Imola
VERDADE – Depois do acidente fatal de Roland Ratzenberger, Ayrton chegou a dizer à namorada Adriane Galisteu que não queria correr no domingo. Acabou convencido por amigos e até pediu para que uma bandeira da Áustria fosse providenciada para uma homenagem a Ratzenberger após a corrida.

Bem, espero que essas questões estejam esclarecidas definitivamente e convoco os leitores para perguntar outras coisas que não estejam devidamente colocadas.

2 Replies to “Sabinadas: “Semana Senna – Mitos do mito: verdades e mentiras sobre Ayrton””

  1. Excelente texto, mostrando o piloto como realmente foi: um gênio nas pistas, mas complicado pessoalmente. Acredito que a família deveria autorizar que se publicassem alguns desvios de personalidade dele, para que o vejamos como um ser humano comum, mas não menos fascinante.

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