5354337916_bbccb2e6b6Hoje, a coluna “Desenferrujando & Consertando”, da fisioterapeuta Daniela Souto, fala sobre um mal da coluna que também me aflige: a escoliose.

Escoliose

O tema de hoje da coluna será um mal que acomete mais gente do que se possa imaginar: escoliose. 

Digo isso porque uma boa parte da população que tem esse “problema” não percebe que o tem, porque não traz danos ao seu dia a dia. Mas quem percebe e sente incômodos por causa disso, como o Editor Chefe, tem que se tratar para que não haja piora do quadro. Mas o que é escoliose? 

A escoliose é um desvio da coluna vertebral para a esquerda ou direita, resultando em um formato de “S” ou “C” ou no meio, acompanhado de uma rotação e de uma gibosidade (corresponde a uma látero-flexão vertebral). 

Para sabermos as grandes causas da escoliose, precisamos ter em mente que ossos e músculos precisam estar equilibrados para ela não aparecer. Quando há o desequilibrio, ela aparece. 

1 – A escoliose congênita, quando já nasce com a patologia, decorre de um problema com a formação dos ossos da coluna vertebral (vértebras) ou fusão de costelas durante o desenvolvimento do feto ou do recém nascido.

2 – A escoliose neuromuscular é causada por problemas como fraqueza muscular ou do controle precário dos músculos, ou paralisia decorrente de doenças como paralisia cerebral, distrofia muscular, espinha bífida e pólio.

3 – A escoliose idiopática não possui causa conhecida. A escoliose idiopática em adolescentes é o tipo mais comum e é essa que devemos ter cuidado para não deixar “aflorar” com maus hábitos. 

Embora a maioria dos casos ocorra com as meninas, os meninos não estão livre esse encuravemento da coluna, princpalmente nos “surtos” de crescimento. A escoliose em crianças é menos comum e geralmente atinge igualmente tanto meninas quanto meninos. 

Para descobrir se uma pessoa tem escoliose ou não, o exame físico deve ser feito com um exame de imagem. Geralmente, há o uso do escoliômetro (um dispositivo que mede a curvatura da coluna vertebral), Raios X da coluna vertebral (frontais e laterais) e Ressonância magnética (caso haja quaisquer alterações neurológicas observadas no exame ou haja algo incomum no raio X).

 

escoliose13

Uma das principais queixas que chegam ao consultório é a diferença de altura em parte corporais iguais: um ombro mais alto que o outro ou assimetria da linha dos joelhos. Certa vez, uma paciente chegou ao consultório porque observou que a polpa do bumbum de um lado estava mais baixa que a do outro lado. Fazendo a avaliação, cheguei à conclusão que desequilibro provocada por uma escoliose tinha deixado o bumbum assim, com um lado mais baixo que o outro. Mas é comum pacientes sentirem fadiga, assimetria corporal em algumas regiões, coluna vertebral encurvada anormalmente para o lado (lateralmente) e dor nas costas. 

O tratamento e seu tempo de duração depende da causa da escoliose, do tamanho e da localização da curva, além de quanto crescimento o paciente ainda terá. Na maioria dos casos de escoliose idiopática adolescente (menores de 20 graus), o tratamento é dispensado, mas devem ser realizadas verificações semestrais. É o tipo de escoliose que não altera o dia a dia da pessoa. Na medida em que a curvatura se agrava (acima de 25 a 30 graus em crianças em fase de crescimento), o uso de órteses é geralmente recomendado para auxiliar a retardar a progressão da curva.

Existem muitos tipos de órteses utilizados. O colete de Boston, o colete de Wilmington, o colete de Milwaukee e o colete de Charleston foram batizados com o nome dos centros onde foram desenvolvidos. A seleção de uma órtese e a maneira como ela será usada depende de muitos fatores, inclusive das características específicas da curvatura. A órtese exata será decidida pelo paciente e o médico. 

A decisão do momento apropriado para se operar é variável, especialmente em crianças. Após os ossos do esqueleto cessarem o crescimento, a curvatura não deve se agravar muito. Por conta disso, talvez o cirurgião queira aguardar até que os ossos parem de crescer. Curvas de 40° ou mais geralmente precisam ser operadas. Mas falar de cirurgias para escoliose e como ela são feitas é para outro texto. 

Prevenção 

Na idade escolar é comum as crianças carregarem peso excessivo em suas bolsas e mochilas, além de, rotineiramente, assumirem posturas desleixadas nas carteiras, em frente ao computador ou mesmo durante as atividades recreacionais. Posturas erradas por tempo prolongado, ou repetidamente, podem acarretar alterações posturais com encurtamento dos músculos, e possível enrijecimento das articulações vertebrais.

Estar sempre atento a qualquer alteração física;

Carregue a mochila sobre os dois ombros e com peso adequado, ou seja, 10% do seu peso total;

Praticar exercício físico com frequência, trabalhando ambas as partes do corpo de forma simétrica;

Manter sempre uma postura correta;

Sensibilizar a comunidade para a existência deste problema (principalmente, a comunidade educativa, devido ao escesso de peso das mochilas a que as crianças / jovens estão sujeitos);

Durante a puberdade, os pais devem realizar regularmente radiografias à coluna dos seus filhos.

Prática de atividade física para não enfraquecer a musculatura da coluna vertebral

A escoliose, além de poder ser prevenida, é altamente tratável quando a curvatura não é exagerada. E precisa-se ter cuidado em crianças e adolescentes. 

Até a próxima, pessoALL!