Nelson Piquet Jr,. wins the NASCAR Nationwide Series Sargento 200 at Road America in Elkhart Lake, Wisconsin on June 23, 2012. Rusty Jarrett MRD/CIA

(Foto: NascarBrasil.net)

Nesta quinta feira, a coluna “Sabinadas”, do jornalista esportivo Fred Sabino, tem como tema o novo desafio do piloto brasileiro Nelsinho Piquet na Nascar, estreando no próximo sábado (às 15 horas de Brasília, com tv) em uma temporada completa da Nationwide. 

Nelsinho Piquet e o desafio americano

A temporada da Nascar começou no último fim de semana com a definição do grid de largada para as 500 Milhas de Daytona, prova de abertura do campeonato, e o Daytona Unlimited, corrida extra campeonato que distribuiu, claro, uma boa grana a pilotos e equipes.

Mas nesta semana, além do começo da Sprint Cup, principal divisão da categoria, começa o campeonato da Nationwide Series, competição de acesso à elite da Nascar, com Nelsinho Piquet titular na equipe Turner em todas as corridas. 

Depois da saída conturbada da Fórmula 1, Nelsinho escolheu a Nascar para continuar fazendo o que mais gosta, que é correr, e vem dando passos consistentes rumo à série mais popular do automobilismo americano. 

No ano passado, ganhou suas primeiras quatro corridas na Nascar. Duas na Truck Series, divisão pela qual correu todo o campeonato, uma na Nationwide (foto), na qual fez duas participações, e uma na K&N Series, uma divisão regional. 

Antes de seguir, vale uma explicação: a Sprint Cup é a elite, mas não necessariamente há acesso e descenso de pilotos, tampouco de equipes. Na verdade, cada divisão tem a sua importância. 

Na Truck Series correm novatos mesclados com veteraníssimos e pilotos que não tem tanto orçamento para correr na Sprint ou Nationwide. Mas não necessariamente são a primeira, segunda ou terceira divisões, até porque na Nationwide em muitas corridas há pilotos e equipes que correm na elite. 

Feita essa explicação, voltemos a Nelsinho. 

Depois do bom desempenho e o sétimo lugar na Truck em 2012 – onde ele poderia ter brigado tranquilamente pelo título, não tivesse sido acertado por adversários em algumas corridas – Nelsinho se sentiu pronto para dar o passo seguinte, indo para a Nationwide.

Estive com ele no fim de janeiro em Daytona, na época da disputa das 24 Horas, e o senti muito tranquilo e confiante. Depois de tudo que aconteceu na sua carreira, Piquet se sente muito bem nos Estados Unidos, onde encontrou um automobilismo forte e sem os efeitos colaterais da F-1. 

Com um planejamento sólido, Nelsinho espera correr já este ano em alguma prova na Sprint Cup para ganhar experiência, e disputar mais uns dois ou três anos na Nationwide antes de dar o passo definitivo de correr na elite. 

Caso Nelsinho seja bem sucedido nessa empreitada à Sprint Cup mais para frente, ele matará três coelhos com uma cajadada só:

1) deixará em segundo plano todos os problemas da F-1;

2) se vencer corridas será o primeiro brasileiro a triunfar numa categoria ainda mais americanizada do que foi a Indy;

3) abrirá portas  – e um novo mercado – para os outros brasileiros; 

Se Piquet será um novo Emerson Fittipaldi nesse sentido de abrir caminho, só o tempo dirá. Mas é fato que os passos estão sendo bem dados e talento ele tem para progredir de forma sólida e regular. 

E uma coisa já é certa: nunca antes na história deste país (como diria o ex-presidente), se falou tanto sobre Nascar.

Isso já é um mérito de Piquet.