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(Foto: Gazetaesportiva.net)

Nesta quinta feira, a coluna “Desenferrujando & Consertando”, da fisioterapeuta Daniela Souto, trata de uma lesão comum em esportistas de final de semana: os entorses de tornozelo.

Entorse de Tornozelo

Quem nunca “virou o pé”, seja num jogo de futebol, com um salto alto na rua com buraco, ou simplesmente andando?

Acho que, depois das dores na coluna, o entorse no tornozelo, como a gente chama essa virada de pé, é a maior procura dentro da clínica de Fisioterapia.  É claro que não é para toda torção que a fisioterapia se faz necessária, mas quando ela é mais forte, ocorre em movimento ou vem depois de um movimento mais brusco, o tratamento fisioterápico se faz necessário.

O entorse do tornozelo é uma lesão dos ligamentos do tornozelo, que são formados por tecido conjuntivo, servindo para estabilizar as articulações e para impedir a mobilidade anormal, sobretudo nas amplitudes de grau extremo. Suas fibras têm uma elasticidade muito reduzida e não se alongam, mas rompem-se em maior ou menor número quando seu coeficiente de elasticidade é ultrapassado. Geralmente, quando chega a esse ponto, ocorrem hematomas (o roxo no pé) ou o edema (inchaço na região).

Por causa da própria anatomia do pé e da disposição dos ossos, a maioria dos casos de entorse ocorre para o lado de fora, fazendo com que a planta do pé fique voltada para o outro pé (inversão).

Sem 1234 Para saber se a entorse do tornozelo precisará ou não de um tratamento mais efetivo, é preciso observar o grau da lesão.  E esse tipo de lesão tem três graus:

Grau 1 (discretas): lesão mais leve, com ruptura de poucas fibras; dor instantânea seguida de um período de alívio, permitindo a continuidade da atividade e acentuação da dor após intervalo de repouso; pouco ou nenhum edema; testes mostram tornozelo estável;

Grau 2 (moderadas): com maior número de fibras rotas; dor instantânea e ininterrupta, dificultando muito ou impedindo continuação da atividade; edema moderado, de instalação mais rápida e, mais tarde, sufusão sangüínea subcutânea; perda parcial de estabilidade, geralmente com algum teste positivo;

Grau 3 (graves): com ruptura total de um ou mais ligamentos; dor instantânea e contínua, aumento de volume rápido, depois, sufusão sangüínea extensa; perda da capacidade de sustentar o peso; geralmente mais de um teste de instabilidade positivo.

Freqüentemente, são realizadas radiografias para determinar se existe alguma fratura óssea. Outros exames raramente são necessários.

O tratamento de um entorse tem como objetivo proteger o ligamento lesado contra um estiramento durante o processo de recuperação. Compreende duas fases: a fase de tratamento imediato após o acidente e a fase de reabilitação.

A fase de tratamento imediato, válido para todas as formas e graus de entorse, tratando-se dos primeiros cuidados destinados a evitar ao máximo o edema, a dor e agravamento, antes do exame clínico do médico, o qual determinará o nível de gravidade e o tratamento indicado. É importante a aplicação de gelo sobre a contenção (20 a 30 minutos, a cada 3 a 5 horas), a compressão da articulação envolvida por atadura elástica, a elevação do membro inferior afetado e não apoiar o pé do chão (repouso total)

A segunda fase, a da reabilitação, é feita depois de um determinado periodo de imobilização, ja que a  lesão dos ligamentos pode provocar certo grau de instabilidade articular.Nesta fase, o tratamento depende da gravidade do entorse.

Geralmente, os entorses leves são tratados com um enfaixamento do tornozelo e do pé com faixa elástica ou esparadrapo, aplicação de gelo na região, elevação do tornozelo e, à medida que ocorre a cicatrização, um aumento gradual das caminhadas e dos exercícios.

Para os entorses moderados, é utilizado um aparelho gessado que permite a deambulação, o qual é mantido por, aproximadamente, três semanas. Para os entorses graves, pode ser necessária a realização de uma cirurgia ou imobilização com gesso durante, aproximadamente, 10 semanas.

A fisioterapia é importante para a restauração dos movimentos, o fortalecimento da musculatura e a melhoria do equilíbrio e do tempo de resposta, antes que o indivíduo retome as atividades mais exigentes do ponto de vista físico. O programa terapêutico poderá levar apenas duas semanas de duração, no caso de entorses menos sérios, ou até 6 a 8 semanas para as lesões graves.

Para os indivíduos que sofrem entorses de tornozelo com facilidade, as lesões subseqüentes podem ser prevenidas com o uso de suportes para o tornozelo e o uso de dispositivos no calçado para estabilizar o pé e o tornozelo.

“Virar o pé” não é normal e não deve ser incorporado ao seu dia a dia. Previna-se!