Nesta sexta feira trago em nossa já tradicional coluna sobre música uma das maiores expoentes da música latina: a argentina Mercedes Sosa (1935-2009). 
A canção, “Como La Cigarra”, tornou-se um hino de resistência à feroz ditadura argentina do final da década de 70 e início de 80, onde a cantora chegou a ser presa no palco e forçada a se exilar – ela foi proibida de cantar no país.
A música tornou-se mais um hino de resistência, como o leitor pode ver pela letra, de autoria da escritora platina Maria Elena Walsh.
Deleite-se. E bom final de semana. A tradução não está muito boa, mas como não falo espanhol não tenho muito como mexer. Correções serão bem vindas.
Como La Cigarra

Tantas veces me mataron,
tantas veces me morí,
sin embargo estoy aquí
resucitando.
Gracias doy a la desgracia
y a la mano con puñal,
porque me mató tan mal,
y seguí cantando.

Cantando al sol,
como la cigarra,
después de un año
bajo la tierra,
igual que sobreviviente
que vuelve de la guerra.

Tantas veces me borraron,
tantas desaparecí,
a mi propio entierro fui,
solo y llorando.
Hice un nudo del pañuelo,
pero me olvidé después
que no era la única vez
y seguí cantando.

Cantando al sol,
como la cigarra,
después de un año
bajo la tierra,
igual que sobreviviente
que vuelve de la guerra.

Tantas veces te mataron,
tantas resucitarás
cuántas noches pasarás
desesperando.
Y a la hora del naufragio
y a la de la oscuridad
alguien te rescatará,
para ir cantando.

Cantando al sol,
como la cigarra,
después de un año
bajo la tierra,
igual que sobreviviente
que vuelve de la guerra.

Como La Cigarra (Tradução)


Tantas vezes me mataram
Tantas vezes morri
Entretanto estou aqui
Ressuscitando
Graças dou à desgraça
E à mão com punhal
Porque me matou tão mal
E segui cantando

Cantando ao sol
Como a cigarra
Depois de um ano
Debaixo da terra
Igual sobrevivente
Que volta da guerra

Tantas vezes me apagaram
Tantas desapareci
A meu próprio enterro fui
Sozinho e chorando
Fiz um nó do lenço,
Mas esqueci depois
Que não era a única vez
E segui cantando

Cantando ao sol
Como a cigarra
Depois de um ano
Debaixo da terra
Igual sobrevivente
Que volta da guerra

Tantas vezes te mataram
Tantas ressuscitará
Quantas noites passará
Desesperando
E à hora do naufrágio
E à da escuridão
Alguém te resgatará
Para ir cantando

Cantando ao sol
Como a cigarra
Depois de um ano
Debaixo da terra
Igual sobrevivente
Que volta da guerra”