Temos hoje no Ouro de Tolo a estréia de uma nova coluna. Assinada pela analista Stella Souto (foto), vai tratar de caminhadas, corridas, um pouco de software e outros assuntos variados. Mas com foco no exercício físico, sob a ótica de quem pratica.

É uma boa pedida para o leitor que, como eu, ultimamente só tem como esportes o “halterocopismo” e o “halterogarfismo”, respectivamente levantamentos de copo e de garfo. E que ainda padece com dores no joelho reforçadas pelos desfiles na Sapucaí…

O título da nova coluna vem de uma brincadeira que a autora fazia em seu perfil do Twitter. Anteriormente trabalhava em Jacarepaguá – onde simpáticos bichanos podem ser encontrados – e hoje está no litoral da Cidade Maravilhosa. De certa forma, deixou de se “rastejar” como um jacaré sedentário e preguiçoso e hoje corre por todo o circuito das praias cariocas – e pontes, e serras, e avenidas…

Antes de passarmos ao texto de estréia, aviso que amanhã teremos uma segunda estréia no Ouro de Tolo. Aguardem.

Para correr, é preciso começar

Stella, 35 anos, Analista de Testes de Software, estudante de Sistemas de Informação, corredora de rua.

Desde 2008 já se foram sei lá quantas corridas de cinco e dez quilômetros, uma Meia Maratona no ano passado e mais três Meias Maratonas por concluir neste ano de 2011. E nesses três anos, a pergunta que mais respondi foi: “Como você começou a correr”? Já que minha coluna tratará majoritariamente do assunto, acho que é um bom ponto de partida para minha apresentação.

Corrida é um esporte individual, certo?

Mais ou menos. Eu comecei o esporte por incentivo e na companhia de colegas de trabalho.

Havia muitos corredores na empresa e eu achava muito bacanas as conversas das segundas-feiras pós corrida. Todos satisfeitos, trocando impressões sobre a organização das provas, seus tempos individuais, as evoluções nas suas trajetórias… Os mais experientes insistiam que eu tinha o biotipo perfeito pra corrida: pequena e magra – são 52kg em 1,57m de altura.

Eu me defendia com o argumento que era fumante e não me daria bem com o exercício aeróbico. No fim das contas, venceu a curiosidade de experimentar toda aquela euforia que dominava aquelas segundas feiras e comecei a treinar. Ao fim de um mês e meio, eu estava inscrita pelos colegas na minha primeira corrida de cinco quilômetros.

O caminho até a primeira prova foi árduo: era preciso vencer o sedentarismo antes.

O que faz muita gente desistir dos treinos é a ilusão de que se começa a correr correndo. Daí a frustração de se ver ofegante no primeiro minuto e sentir a meta cada vez mais longe. Antes mesmo de trotar, é preciso se acostumar a caminhar. Isso mesmo, correr se inicia caminhando. Aos poucos você vai alternar com trote, conseguir concluir o percurso inteiramente trotando e depois então correr. Tenha paciência e persistência. O prazer vem aos poucos, a cada etapa cumprida.

Ajuda a nos manter no esporte a companhia de pessoas que compartilhem o mesmo interesse. Eu tive a companhia inicial dos colegas de trabalho, mas acabei fazendo mais amigos em redes sociais, primeiro o Orkut e em seguida o Twitter. São esses os que me acompanham nos treinos e provas ainda hoje. Firmar o compromisso de treinos com o grupo ajuda a manter a motivação em alta e encontrar esses mesmos companheiros nos dias de corrida cria o clima de confraternização que transforma cada prova em um verdadeiro evento social.

Por aqui eu quero compartilhar com vocês tudo em detalhes: as primeiras planilhas, dicas para escolher os tênis, equipamentos de corrida, comentários sobre provas, histórias dos sucessos, dos fracassos, dos vexames. Espero que a experiência seja proveitosa para todos nós!

Na próxima coluna, irei desenvolver melhor isso de início de corrida. O que precisa (tênis, tipo de vestimenta), planilhas para iniciantes, frequencímetro… Espero que o leitor goste de saber como sair do sedentarismo completo para a corrida propriamente dita.

Até a próxima!
Stella”