O Google hoje – imagem acima – presta uma singela homenagem a um jogo que pode ser considerado o estopim de uma nova era tecnológica: o Pac Man, completando 30 anos.

Eu me recordo que ele era um dos cartuchos do Atari, que foi a segunda geração de videogames lançada no Brasil. A quem não se recorda, o pioneiro videogame no Brasil foi o “Telejogo” (abaixo), lançado pela então Philco-Ford em 1977.

O Atari foi lançado pela finada Gradiente em 1983, e foi um frisson nas casas de crianças da classe média brasileira. Eu, que não era tão classe média assim, tive de esperar três anos, até o Natal de 1986, para ganhar o meu – e assim mesmo dividido com os meus dois irmãos, comprado que foi com grande esforço pelos meus pais. Concorrendo com o Atari havia o Odyssey, fabricado pela Philips e que trazia um teclado à moda de um computador.

Pac Man era o jogo símbolo daqueles tempos. Ao lado do Enduro e do River Raid galvanizavam a preferência das crianças brasileiras naqueles tempos históricos. O controle era duro e muitas vezes quebrava devido ao esforço, mas era legal ver os fantasminhas aparecendo no Pac Man ou a mudança de climas no Enduro.

De certa forma, estes videogames – que você pode baixar para jogar em sites da internet hoje – seriam chamados de toscos pelas crianças de hoje, por exemplo. Entretanto, foram o ponto de partida para a criação de uma demanda que, posteriormente, receberia as novidades tecnológicas que se sucederam – o computador pessoal, o celular, a internet, GPS, as novas tecnologias de áudio e vídeo e todos estes gadgets que hoje facilitam bastante a vida cotidiana.

Trinta anos depois, o que resta é o pioneirismo deste “Come Come”, que entreteu milhares de famílias e abriu caminho para uma nova era tecnológica mundial. Uma verdadeira revolução nas vidas, na maneira de se relacionar em sociedade e na produtividade não somente do trabalho como do ser humano em si.

Por outro lado, tais avanços levaram a uma perda de privacidade que já havia sido preconizada pelo clássico “1984”, de George Orwell. Hoje com a dupla “GPS + celular” se tem controle quase total do que os cidadãos fazem em termos particulares. Em termos de Estado a anunciada instalação obrigatória de chips nos carros nacionais, que controlarão todo o percurso feito pelos carros, embora originalmente seja utilizada apenas para multas – sempre a arrecadação – perfeitamente em mãos de déspotas pode se tornar um elemento de controle do cidadão.

Contudo, isto é um tema para depois. Saudemos o trintão Pac Man !