No último sábado (2), vimos o lançamento do CD do carnaval de São Paulo para 2018. O evento foi realizado na Fábrica do Samba e reuniu simplesmente as comunidades dos três principais grupos da festa.

Você que é do Rio de Janeiro não leu errado, não, o povo de todas as escolas estava lá, cada agremiação realizou um minidesfile, as do Especial com cerca de 400 componentes, intérpretes no palco e todos os segmentos passando diante aos olhos de um público que lotou a festa.

O ingresso custou R$20, com direito ao CD duplo dos Grupos Especial e Acesso. Isso possibilitou a presença de qualquer pessoa que ame o carnaval paulistano, galera do samba mesmo, que curtia e sabia cantar os hinos de diversas escolas, foi nada mais que uma confraternização de todas as agremiações.

Entre a apresentação da Tom Maior e a da X9 Paulistana, o Presidente da Liga das Escolas de Samba, Paulo Sérgio Ferreira, realizou homenagens a deputados e secretários que trabalham para o carnaval da cidade. Foi aí que ele comentou sobre a hashtag lançada pela entidade, a #RumoaomaiorCarnavaldoBrasil.

“Estamos nos empenhando para nos tornarmos o maior carnaval do país e para isso contamos com a adesão público em todos os eventos e o apoio que recebemos na câmara. Se Deus quiser até janeiro o nosso carnaval será decretado como patrimônio imaterial da cidade de São Paulo”, declarou o Presidente.

Todos esses elementos me remetem a um paradoxo com o Rio de Janeiro, que na sexta também lançou seu CD, num evento somente para convidados, ou seja, sem que o grande público pudesse assistir. Quem fosse muito fanático poderia ouvir no rádio ou ver algum vídeo no youtube depois.

E esse abismo entre a Liga SP e a Liesa de aproximas o público não para por aí. Enquanto no Rio vimos as pessoas pagarem um ingresso para a Carnavália e sem saber não ter acesso ao sorteio, em São Paulo a ordem neste ano foi definida também em um evento fechado, mas transmitida ao vivo no Facebook da entidade.

Aliás, as transmissões da Liga SP me remetem a ensaios técnicos, onde em 2017 TODOS eles foram transmitidos, isso fazia as pessoas saberem o que estava rolando no Anhembi e muitas delas terem o desejo de frequentar o local. Nos treinos deste ano, principalmente os de sábado, víamos um sambódromo praticamente lotado, além de momentos de catarse, com os torcedores indo atrás da última escola, muitos cruzando a pista pela primeira vez na vida.

Há alguns anos essa pretensão de São Paulo parecia impossível, mas e agora? Os cariocas sofrem com o sufocamento de cultura imposto pelos eu prefeito (que está nó início do mandato), o repasse público demorou a chegar, os barracões foram interditados e o carnavalesco da Imperatriz Leopoldinense declarou que será muito difícil entregar o projeto planejado na totalidade; isso sem contar os acidentes e a virada de mesa do ano passado…

Na contramão dessa regressão, São Paulo apresentou um espetáculo lindo em 2017, com uma Dragões da Real no melhor estilo “Tijuca Paulo Barros”, uma Tatuapé barroca e linda com Flávio Campello, discípulo nato de Rosa Magalhães, um Império de Casa Verde luxuoso e imponente e uma Rosas de Ouro que você ouvia da arquibancada os componentes cantando.

Não vejo por aqui nenhuma perspectiva de que em 2018 será inferior, muito pelo contrário, então não se espante de, em breve, ser normal alguém te falar que São Paulo tem o melhor carnaval do Brasil.

Fotos: SASP.com.br
Vídeo: SRZD

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One Reply to “#RumoaomaiorCarnavaldoBrasil – Uma hashtag que faz pensar”

  1. Texto perfeito, o meu aplauso para a ligaSP que vem realizando um trabalho primoroso para o carnaval de São Paulo, vale apena destacar o gravação do cd que foi realizada ao vivo, as transmissões pelo facebook são sensacionais. As vezes criticamos muito a ligasp mais devemos elogiar tmb nos momentos em que acertam. A festa do lançamento super organizada, não tinha fila para alimentação e bebida, otima a ideia de fazer um mini desfile, e o som de boa qualidade.

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