O Brasil está em Montreal no Canadá, para a disputa do Mundial de Ginástica. A competição vai até o dia 8 de outubro, e o Time Brasil conta com quatro representantes: Arthur Zanetti, Arthur Nory, Caio Souza e Thaís Fidelis. Rebeca Andrade, que vinha fazendo os treinamentos e viajou com o grupo, sofreu uma entorse do joelho direito no salto, durante o treinamento de pódio, e não participa da competição.

O ginasta Francisco Barretto que também vinha treinando no CT, também não se recuperou do trauma na região lombar, sofrido durante a execução de paralelas na Copa do Mundo de Varna, e não viajou com o grupo. Outros ginastas do Time Brasil, como Diego Hypólito e Flávia Saraiva não foram convocados para o Mundial por conta de lesões nas costas.

A equipe masculina será acompanhada pelos treinadores Ricardo Yokoyama e Cristiano Albino, a feminina por Francisco Porath e Roger Medina. Marcos Goto é o coordenador de ginástica da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).

Até o presente momento, a jovem Thaís Fidelis conquistou a vaga na final do individual geral (17º) e do solo (6º). Nesta quinta-feira, Caio Souza competiu nessa quinta-feira na final do individual geral, ficando apenas no 15º lugar, tendo infelizmente caído no cavalo com alças e na barra fixa, após um começo bom, no qual ficou em quarto lugar até a terceira rotação. Arthur Zanetti compete na final das argolas neste sábado, às 14h. Arhur Nory, por sua vez, voltando de duas cirurgias, competiu no solo e na barra fixa e não se classificou para as finais, por muito pouco.

O Ouro de Tolo acompanhou o último treino dos ginastas no CT do Time Brasil, antes da viagem para Montreal. O CT foi construído como legado das Olimpíadas do Rio de Janeiro e fica localizado na Arena Jeunesse, na Barra da Tijuca. No fim do treinamento, foi feita uma entrevista com os ginastas Arthur Nory, atleta do Pinheiros e medalhista olímpico de bronze na Rio2016, e Thaís Fidelis, atleta do São Bernardo e que vem de resultados muito bons nesse novo ciclo olímpico.

Arthur Nory ganhou esse ano a medalha de bronze na Copa do Mundo de Varna, na Bulgária, no solo. Segue abaixo a entrevista com o ginasta:

Ouro de Tolo: Ano passado você ganhou o bronze na Rio-2016 na prova do solo. Depois disso, como ficou o legado para você em termos de reconhecimento e patrocínio?
Arthur Nory: O reconhecimento aumentou bastante. Essa visibilidade da ginástica aumentou muito. Patrocínio eu mantive com meu clube, o Pinheiros, que me formou e acredita muito no esporte, na base e na formação, mantendo essa filosofia. Contudo, não veio nenhum patrocínio a mais. A gente manteve o mesmo patrocínio de antes, pelo menos.

OT: Logo após os jogos olímpicos você fez cirurgia no ombro e no tornozelo. Por que você fez essas duas intervenções e como vem sendo a sua recuperação?
AN: Eu vim de muita dor até os jogos olímpicos. Então eu tive que fazer para melhorar isso. Tentei acelerar um pouco a volta para estar bem preparado para esse campeonato mundial. Toda a preparação e a cirurgia foram focando nesse mundial. A minha recuperação foi muito boa. Foi feita no Vita e no Pinheiros, com os fisioterapeutas me preparando para voltar bem e inteiro. Esse ano é muito difícil para mim, ainda mais voltando de cirurgia. Tem que voltar a fazer tudo que fazia antes e acelerar para ter resistência para fazer a série. Mas estou treinando muito bem. Meu técnico está acreditando que teremos bons resultados pela frente. E é trabalhar bastante que vai dar tudo certo.

OT: Na Copa do Mundo de Varna você já conquistou um bronze. Como está sua expectativa em relação ao Mundial, tanto em termos de medalha como em aparelhos que você vai competir?
AN: A minha expectativa está boa. Foi bom ter competido na Copa do Mundo, que é uma competição internacional, para dar aquela quebrada de gelo e não ser pego de surpresa no Mundial. Estou trabalhando bastante solo, salto e barra. Estou buscando o máximo de finais possíveis e um bom resultado de medalhas também. A gente pensa muito em medalha, mas o principal é pensar em fazer bem feito o nosso trabalho. Estando bem, com a cabeça boa,com o corpo bom, tudo sai bem.

OT: Você é muito popular nas redes sociais. Como tem sido o carinho dos fãs com você através da internet?
AN: É bem bacana ter esse reconhecimento. Ter essa posição de referência, de um ídolo. Porque eu sempre via meus ídolos, eu sempre queria conhecê-los. Hoje eu entendo como é muito importante ser um ídolo na vida de uma pessoa. Na vida de um atleta que quer começar ou de qualquer outra pessoa. É muito bacana ter essa posição, ter esse outro lado e poder inspirar muitas pessoas. Acho isso muito gratificante, muito bom.

OT: Como as novas regras afetaram a sua série?
AN: Nós tivemos que estudar bem o código e saber o que vai te favorecer e o que dá pra treinar. Qual a série que dá pra fazer, o que dá pra focar. As mudanças têm que ser feitas para melhorar e nós temos que nos adaptar. Então a gente já está se adaptando tem um tempinho para poder dançar conforme a música.

OT: Qual o recado que você dá para os fãs que te acompanham?
AN: Continuem com a torcida aí. Fiquem ligados nas notícias do Campeonato Mundial. E continuem na torcida, mandando boas energias para a gente.

A ginasta Thaís Fidelis, de apenas 16 anos, na sua primeira participação em mundiais e no seu primeiro ano na seleção adulta vem conquistando resultados excelentes em 2017. Na Copa do Mundo de Varna, a atleta conquistou ouro no solo, bronze nas barras assimétricas e ficou em sexto lugar na trave. Confira abaixo a nossa conversa com a jovem ginasta do Centro de Excelência em Ginástica (Cegin- PR):

Ouro de Tolo: Como você avalia seu primeiro ano na seleção adulta, no qual você já teve ótimos resultados nas competições?
Thaís Fidelis: Até agora no momento eu estou bem, treinando bem. Ganhei bastante expectativa treinando aqui no CT. E espero chegar bem ao Mundial.

OT: Qual a sua expectativa para o Mundial e quais aparelhos você deverá competir?
TF: Eu estou bem ansiosa e vou competir nos quatro aparelhos. E espero entrar nas finais de paralela e solo.

OT: Dos dois aparelhos, solo e paralela, qual que você mais gosta de competir e qual é o que você apresenta melhor resultado?
TF: Eu gosto mais de trave e solo. Mas entre os dois, o que eu mais gosto de competir e apresento melhores resultados é o solo.

OT: Como você avalia a estrutura do CT do Time Brasil, que foi um legado da Rio 2016, como evolução do seu desempenho como atleta?
TF: A estrutura é muito boa. Ano passado eu já tinha vindo treinar aqui. É tudo de primeira qualidade.

OT: Atualmente você treina ao lado de medalhistas olímpicos. Como a experiência deles tem te ajudado nessa preparação para o Mundial?
TF: Eles ajudam muito no treino. Dão muita força. É muito bom estar treinando ao lado deles, vendo darem o melhor. Isso me motiva muito nas competições.

OT: Na Copa do Mundo de Varna, na Bulgária você ganhou um ouro e dois bronzes, além de uma sexta colocação na trave. Como você avalia seu desempenho?
TF: Na trave eu poderia ter sido melhor. No dia de classificatória eu fui bem. Só na final que eu errei. No solo foi tudo normal. Na paralela foi tudo bem, embora eu esperasse ir melhor no segundo dia.

OT: Para as Olimpíadas de Tóquio 2020, quais aparelhos você pretende se especializar?
TF: Pretendo me especializar no individual geral. Mas também trave e solo.

Fotos: Ricardo Bufolin/ CBG

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9 Replies to “Time Brasil inicia ciclo olímpico no Mundial de Ginástica de Montreal”

  1. A ginástica brasileira tem tudo para chegar forte em Tokyo. Bela matéria Vanessa 👏👏👏👏👏

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